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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Mundo de metáforas

 - Como um barco balançando nas minhas palavras.

- Claro!

- Sabes o que fizeste Mario?

- O que foi?

- Uma metáfora.

- Mas não vale, porque me saiu por simples casualidade.

- Não há imagem que não seja casual, filho.

(...)

- Don Pablo, pensa que todo o mundo, quero dizer todo o mundo, com o vento, os mares, as árvores, as montanhas, o fogo, os animais, as casas, os desertos, as chuvas...

- ...Agora já podes dizer «etcétera».

- ...Os etcéteras! Pensa que o mundo inteiro é a metáfora de qualquer coisa?

 

(in O Carteiro de Pablo Neruda, Antonio Skármeta)

Mp3 deprimente

  

   Numa noite de sono difícil vou buscar o meu MP3, carrego no "play" e deixo-me levar. Deixo-me levar para locais bem longínquos da minha cama quentinha e bem menos agradáveis. Então não é que o meu MP3 está carregadinho de músicas deprimentes, daquelas de fazer chorar as pedras da calçada? Não há espírito positivo que se aguente com tanta música virada para a reflexão. 

   Mas pensando bem, este humor deprimido é muito característico dos "best sellers musicais"...amores e desamores, perdas e abandonos, solidão, dúvida, traição, tristeza, morte... tudo isto é traduzido para linguagem musical e invade-nos os ouvidos e a alma levando-nos a pensar "Caramba, mas eu também já me senti assim...", e então carregamos no play sucessivas vezes até que aquela música apague todas as nossas mágoas, não sem antes nos sentirmos bem infelizes, muito mais do que o responsável por todas aquelas palavras. 

    Num mundo já por si virado para a depressão (não, não vou falar da crise económica!), não deixa de ser curioso constatar que aquilo de que mais gostamos é exactamente aquilo que nos faz sentir ainda mais coitadinhos.  

   

   Felizmente no meu MP3 existe um rasto de bom senso sempre que toca ABBA. Ok é seculo passado, mas eleva-nos a moral e é disso que o nosso povo precisa!

 

um auditório de desemprego

  

 Quando vamos a uma (suposta) entrevista de emprego e nos deparamos com um piqueno auditório carregadinho de jovens licenciados desempregados a esperança desce a pique. Eles eram coleguinhas psicólogos, educadores de infância, engenheiros, professores, enfermeiros, advogados e outros tantos desesperados em busca de uma primeira oportunidade. 

   E é este o estado do nosso cantinho à beira mar plantado. Incentivam a formação, a continuação dos estudos e depois enche auditórios de desempregados completamente desamparados e abandonados à merce das vontades de terceiros. 

   E a tendência é para piorar...

 

   Ahh! A oferta de emprego era...Força Aérea! Propostas eventualmente tentadoras, mas temos um país de jovens desempregados para menos de meia dúzia de vagas...o habitual portanto.

E este frio, hein?

 

   E este frio todo puxadinho pelo vento fresquinho que nos põe o nariz vermelho, as mãos geladas e o cabelo despenteado veio de onde?

   Está na hora de atirar com as roupinhas de Verão para o fundo do armário e arrumar os casacos e camisolas pertinho de mim. 

    Brrrr...

2 portugueses por hora

 

   Os números indicam que em Portugal a cada hora que passa morrem dois portugueses vítimas de acidente vascular cerebral, números que fazem com que Portugal lidere a mortalidade por AVC em toda a Europa. 

 

 

 Inimigo silencioso e mortal, o AVC aparece sem avisar, deixando muitas vezes marcas profundas nas suas vítimas. 

   Quando é que começamos a descer estes números?

Ai as minhas ricas perninhas

   Uma pessoa vê um cartaz a dizer "Põe-te a mexer...nas marginais", dia 25, pelas 17h na marginal de Matosinhos.  Veste-se o fato de treino, convida-se o namorado e `bora lá então fazer exercício físico com um belo pôr do sol ao lado. 6Km de passos largos, uns tantos exercícios de aquecimento e relaxamento e estamos 3 dias a "ressacar" com dores nos músculos (mas eu tenho disso??) das pernas.

  E fomos os últimos a chegar!!!! Imaginem se acompanhasse o ritmo dos restantes participantes (cujo faixa etária ultrapassava a minha nuns bons 30/40 anos...Shame on me!!!) 

   

  Ai as minhas ricas perninhas!!! Por favor, não me toquem...

De que são feitos os sonhos?

    "Estas eram nuvens do norte, as nuvens de sonho que estão sempre a mudar, amontoando-se em enormes montanhas cinzentas, descarregando breves aguaceiros, dissipando-se, juntando-se novamente, rolando através do sol, refractando a luz de modos sempre diferentes."

(Paul Auster, em "A Trilogia de Nova Iorque")

   E afinal, de que matéria são feitos os nossos sonhos, aquela sucessão de imagens que nos invade o sono e nos oferece uma outra realidade enquanto dormimos?

This Time

 Tonight the sky above

Reminds me of you, love
Walking through wintertime
Where the stars all shine
The angel on the stairs
Will tell you i was there
Under the front porch light
On a mystery night


I've been sitting watching life pass from the sidelines
Been waiting for a dream to seep in through my blinds
I wondered what might happen if i left this all behind
Would the wind be at my back ? could i get you off my mind
This time

The neon lights in bars
And headlights from the cars
Have started a symphony
Inside of me
The things i left behind
Have melted in my mind
And now there's a purity
Inside of me

I've been sitting watching life pass from the sidelines
Been waiting for a dream to seep in through my blinds
I wondered what might happen if i left this all behind
Would the wind be at my back ? could i get you off my mind
This time

 

(from August Rush - O Som do Coração, interpretado por Jonathan Rhys Meyers)

A geração Chutos e Pontapés

 

   Miúdo de 13 anos. Mais uma vítima de violência física e verbal por parte dos colegas da escola. Os motivos existem apenas nas cabeças dos agressores, e por isso, achavam-no o alvo perfeito. Era magro demais para a idade, pequeno demais, com a voz demasiado aguda para um rapazinho de 13 anos e o cabelo demasiado escasso. Demasiado doente...13 anos, infindáveis sessões de quimio e radioterapia assombraram-lhe a infância. Um tumor cerebral tornou-se o "bicho mau" desde os primeiros anos de vida. Um tumor cerebral despoletou toda uma série de palavras e actos que atingiram este miúdo com a força devastadora de uma tempestada interior. Á dor física juntou-se a dor emocional e o medo, e mais uma batalha precisava de ser vencida. Mais uma vez saiu vencedor. 

   Não é caso único. A violência praticada por crianças e jovens a outras crianças e jovens é cada vez mais significativa e preocupante. Surgem nas fases cruciais de desenvolvimento e formação de um ser e podem deixar marcas profundas. Há que intervir o mais precocemente possível. Há que denunciar, estar atento, detectar. E há que ajudar estas crianças - os bons e os maus, porque os dois precisam rapidamente de ajuda. 

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