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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Deverei sentir formiguinhas na barriga?

 

   Ainda a dita "Formação Outdoor".

 

   Hoje foram-me apresentados os responsáveis pela organização das actividades deste fim-de-semana. Qual o meu espanto quando as únicas coisas que me dizem variam entre: "a dra. é radical?", "olha, mais uma que vai morrer", "regressar regressa, nem que seja num caixão", "tem problemas com alturas? graaandes alturas?", "o nosso lema é: se nós conseguimos fazer, toda a gente consegue!".

 

Meeedddoooo...

O meu trabalho é melhor que o teu!

 

   A coisa chama-se "Formação Outdoor 11". Ora a avaliar pelo nome, pensei eu que iria para formação "fora de portas", ou seja, para um qualquer fim-de-semana perdido fechada num auditório. Não podia estar mais enganada! É outdoor e verdadeiramente outdoor! E por isso, nos próximos dias 9, 10 e 11 de Setembro rumarei ao Gerês para um fim-de-semana de formação que inclui formação em: orientação, GPS e Geocaching, posta em prática em actividades de orientação nocturna, um sábado inteirinho de trekking pela serra do Gerês e mais um domingo de actividades no rio.

   Maravilha, pensam vocês. Pois sim claro, não fosse a lista de material com que me devo fazer acompanhar para o dito fim-de-semana de formação e a que a entidade patronal gentilmente apelidou de "Kit Aventura 2011". Uma verdadeira aventura será eu fazer a mala para isto. Dois pares de sapatilhas? Calças de montanhismo? Tshirts? Fato de banho? Mochila? Impermeável? Bonito!

   Como se isto não bastasse ainda há a questão da divisão de quartos. Tendo em conta que este fim-de-semana é apenas para conselho de administração (dispenso a companhia dos chefes), directores de centro, psicólogos (colegas estão fora de questão, sou a única mulher!) e enfermeiros (as únicas duas fêmeas da minha faixa etária inserem-se neste grupo, com o pequeno senão de terem um nariz mais arrebitado que o pinóquio), tenho-me questionado seriamente sobre quem me irá ver de pijama...

Histórias com gente dentro #19

No cantinho da leitura da sala dos 4 anos, eu sentada no chão rodeada de algumas criancinhas:

 

Eu: Vamos ler uma história? Qual querem hoje?

 

(corre-corre, corre-corre)

 

Ela: Estaaaa!!!

 

Eu: Deixa ver? Boa, gosto muito desta! É uma história com o ursinho...

 

Ela: o ursinho caramelo!!!!

 

Eu dei a maior das gargalhadas...e acrescentei: ursinho caramelo??

 

Ela: Siiimmm (com cara de quem queria acrescentar um dah!). Não vês que ele é da cor do caramelo?

 

Ah! deixem-me explicar-vos que o ursinho caramelo é mesmo o Winnie the Pooh!

Histórias com gente dentro #18

 

   Já aqui falei do G., que muito antes dos 3 anos que hoje tem, já sabia todo o alfabeto e mais os números até quanto quisermos e as formas geométricas e as cores e sabe-se lá mais o quê.

   Ora o G. foi a um especialista, que depois de ouvir a sua história atirou o diagnóstico: autismo! Coisa simpática para qualquer mãe ouvir, principalmente quando até já considerava a hipótese de uma sobredotação. Sugestão? Consultar um outro especialista. Novo médico, a mesma história, a mesma bomba, mas agora mascarada de sensibilidade paternal: uma forma leve de autismo, ou um quadro de síndrome de Asperger.

   Hum...ok! Não vou questionar os diagnósticos dos dois especialistas. Mas se me permitem, questiono apenas a forma como os mesmos foram feitos, afinal, basearam-se em 50 minutos de conversa e observação do G. fechado num consultório, que é sempre um local onde todos gostamos de ir e de estar.

   E questiono isto porquê? Porque se os especialistas passassem algum tempo com o G., se estivessem com o G., se interagissem com o G., veriam que ele, de facto, é uma criança extremamente inteligente, que não sabe lidar com a frustração, provavelmente porque os pais poucas vezes o deixaram passar por ela, que não sabe partilhar, mas que com calma e paciência aprende a ceder, que adora fazer uma boa birra, embora já tenha visto cenas bem piores do que a dele e nunca ninguém os rotulou seja com o que for e que, realmente, não gosta de brincar com outras crianças, que ainda nem sequer sabem dizer o seu nome, quanto mais estar no seu nível de desenvolvimento cognitivo.

   Mas o que os especialistas realmente veriam é que o G. adora a aceitação e o contacto com pessoas mais velhas, que o G. estranha as pessoas mais depois as entranha, que o G. me reconhece desde o primeiro dia em que me conheceu, que o G. me pede todas as semanas para brincar com ele, que o G. a semana passada começou a correr para o meu colo, que o G. hoje fartou-se de me pedir colo e de brincar comigo e de conversar comigo e de gozar comigo e que hoje o G. se agarrou a mim a choramingar a pedir um beijinho e a pedir para eu não me ir embora.

 

   Se eles tivessem visto tudo isto não achariam demasiado precoce e grave um diagnóstico como o que ofereceram àquela mãe e àquela criança?

Reflexão de final de dia em início de Setembro

 

   Hoje, ao regressar a casa depois do ginásio, à hora de sempre, reperei que já era noite (para além de que chovia imenso!). E de repente apercebi-me que o Verão passa sempre depressa demais...os dias quentes, os finais de tarde prolongados, a noite que tarde a chegar e se anuncia amena, o sol a brilhar todo o dia, as roupas leves, os sorrisos mais fáceis...pufff! They´re gone!

 

   Afinal, o Verão é como a vida...

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