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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Histórias com gente dentro...

   Hoje, pela primeira vez na minha vida profissional, atendi em consulta uma vitima de abuso sexual. 

   Abusada dos 8 aos 14 anos. Pelo avô paterno. Agora com 18 anos, ganhou coragem para falar e entrou para o curso de criminologia, porque quer ajudar pessoas que passaram pelo mesmo que ela. E é uma menina. Ainda é uma menina. Com sofrimento de gente muito grande. 

   Respeitar o silêncio e as lágrimas. Foi o mote para a consulta de hoje. Mas que mexe connosco, lá isso mexe. 

«Jerusalém», Gonçalo M. Tavares

   Dizem que será o próximo candidato português a um Nobel da Literatura. Dizem que é dos melhores escritores portugueses e internacionalmente reconhecido. Dizem que escreve como ninguém. Foi Prémio José Saramago. E foi a primeira vez que o li. Reconheço-lhe uns claros toques de Saramago, o que me agrada. Fiquei curiosa por ler mais, até porque assim que ouvi dizer que estava ao nível de um Nobel lembrei-me logo do Lobo Antunes e eu fujo a 7 pés de Lobo Antunes e por isso fui fugindo de GOnçalo M. Tavares. Mas acho que eram receios sem fundamento. 
   Uma escrita simples, direta, sem floreados. A história deste livro em particular também não é nada de especial ou envolvente e desconheço os restantes livros, mas poderei ter aqui mais um daqueles autores para compôr a minha biblioteca. 
   Quem já leu? Que recomenda mais?

E não é que eu gosto de expor o meu suor?

   Eu sou uma pessoa socialmente reservada. Não gosto de grandes confusões e quando entro em terreno novo não sou do tipo que facilmente se dá e se mostra. Prefiro manter-me no meu cantinho, a observador, estudar e tirar as medidas e aos poucos e se a coisa realmente valer a pena, então vou-me mostrando. Sou assim em quase todas as situações da minha vida... se entro numa sala cheia de gente pela primeira vez, é provável que me encontrem mais lá para o fundinho, pouco comunicativa e interventiva mas atenta! 

   Mas há uma excepção para este comportamento: o ginásio! Dei por mim hoje a pensar nisso ao sair de mais uma aula. Se me querem encontrar numa aula de grupo procurem-me bem lá na frente, onde a exposição é total, não só a todo o grupo como também ao próprio professor. Independentemente da experiência que tenha nessa aula, é à frente que eu estaciono! E é ali que eu gosto de estar. 

   Alguém explica isto? Eu sei que não é relevante, mas que é curioso, é. 

«As Três Vidas», João Tordo

 

Romance vencedor do Prémio Literário José Saramago 2009 e finalista do Prémio Portugal Telecom 2011. Que segredos rodeiam a vida de António Augusto Millhouse Pascal, um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes como perigosos e loucos? São estes mistérios que o narrador – um rapaz de família modesta – procurará desvendar durante mais de um quarto de século, não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida. Passando pelo Alentejo, por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos oitenta – época de todas as ganâncias – e cruzando a história sangrenta do século XX com a das personagens, As Três Vidas é, simultaneamente, uma viagem de autodescoberta através do «outro» e a história da paixão do narrador por Camila, a neta mais velha de Millhouse Pascal, e do destino secreto que a aguarda; que estará, tal como o do avô, inexoravelmente ligado à sorte de um mundo que ameaça, a qualquer momento, resvalar da corda bamba em que se sustém.

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   Segunda leitura das férias.

   João Tordo, que tenho andado a descobrir. Depois da sua Biografia Involuntária dos Amantes, que adorei, fica difícil gostar tanto de um livro como gostei daquele. Este é um pouco ao género de "O Bom Inverno", personagens misteriosas e o enigma do que irá acontecer a seguir que fica no final de cada capítulo, misturado com momentos de total ficção que nos põem a pensar "mas alguma vez isto era possível?".

   É um livro que prende, é certo. Mas não uma grande obra literária, porque essas, para mim, estão carregadas de sentimentos, como a "Biografia". Ainda asssim, continuo a querer ocnhecer mais deste autor. O próximo está escolhido: "O ano sabático", ainda este ano!

«Padeira de Aljubarrota», Maria João Lopo de Carvalho

 

Muitas histórias correram sobre a humilde mulher que, em 1385, numa aldeia perto de Alcobaça, pôs a sua extrema força e valentia ao serviço da causa nacional, ajudando assim a assegurar a independência do reino, então seriamente ameaçada por Castela. É nos seus lendários feitos e peripécias, contados e acrescentados ao longo dos tempos, que se baseia este romance, onde as intrigas da corte e os tímidos passos da rainha-infanta D. Beatriz de Portugal se cruzam com os caminhos da prodigiosa padeira de Aljubarrota, Brites de Almeida, símbolo máximo da resiliência e bravura de todo um povo.

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   Primeira leitura das férias.

   Gostando eu tanto de romances históricos, achei que era altura de ler um pouco sobre a nossa história e porque não começar pela nossa Padeira de Aljubarrota e pelos reinados de D.Fernando e D. Beatriz de Portugal? Escolha acertada! Acredito que muitos aspectos e pormenores referidos sejam totalmente ficcionados, mas ainda assim, entram em completa sintonia com a parte verdadeira de toda a história. E é uma grande aventura este livro que devorei em menos de 4 dias, apesar das mais de 500 páginas!

Histórias com gente dentro

   E se, no vosso funeral, estivessem apenas 3 pessoas presentes, nenhuma delas familiares, mesmo ainda os existindo vivos? 

   Não gosto de funerais. Não gosto de olhar corpos mortos e expostos. Não gosto de os ver não respirarem. Mas o que verdadeiramente me impressionou, e doeu, neste funeral, foi a ausência de gente capaz de sentir a perda do Sr. M., principalmente quando sei que aquela morte àquelas três pessoas significava pouco mais que a perda de um vizinho. 

  Os nossos idosos vivem sós. Com toda a dor que isso carrega consigo. Mas morrermos sós, sem ninguém que nos chore, é o limite do abandono. É não ter dignidade humana nem mesmo na hora da partida. 

   Pensem nisto. E nos vossos. 

«Carta ao pai», Franz Kafka

 

"Carta ao Pai” (1919), um texto que, tal como o título refere, Kafka dirige ao seu pai, homem severo e de temperamento dominador, com quem o autor foi incapaz de desenvolver uma convivência pacífica. Ao longo da carta, Kafka escreve- lhe sobre o efeito negativo e perverso da educação que recebeu e sobre o sentimento de culpa por não conseguir corresponder com as expectativas. Um livro comovente e de uma sinceridade sufocante, que, tal como os seus romances, conduz-nos para temas como o isolamento, o medo e a vulnerabilidade do homem.

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   Kafka é dos autores clássicos aquele que mais prazer me está a dar descobrir. Esta "Carta ao Pai" não podia faltar, até porque dizem que é fundamental para o leitor poder compreender um pouco melhor a natureza e personalidade do escritor através da sau relação conflituosa com o pai.

   Pura catarse é o que este pequeno livro oferece. E muita dor também. Quantos filhos não quereriam/precisariam de escrever algo assim?

O que há a dizer do novo videoclip da Jlo?

Três coisinhas apenas:

  1. Cada um é livre de mostrar o que quer, como quer e onde quer. Ah e tal, é uma sem vergonha. Pois claro, e o que o povo gosta é destas desavergonhadas, basta ver o número de visualizações que o videoclip tem. Para além disso,  não me parece que a senhora não mostre nada que as nossas vips portuguesas não tenham já mostrado em muita capa de revista.
  2. Se a música se chama "Booty", queriam que mostrasse o quê?  As mãos e os braços da piquena?
  3. E mais importante!  Aos 45 anos eu quero ter um corpaço igualzinho ao da JLO. Essa é que é essa! 

Last days of summer

   Fui-me despedir do Verão ao Algarve.
   Este ano a escolha recaiu sobre o hotel CS Palm Village, na Herdade dos Salgados, e que bem se esteve por lá. Contra todas as previsões, que apontavam para chuva durante quase toda a semana, o tempo esteve fantástico, brindando-nos sempre com um céu azul, calorzinho bom do suportável e muito sol. Então mas não choveu? Choveu, durante a noite e por vezes de manhãzinha cedo, mas assim que o pequeno-almoço estava tomado o verão esperava-me na praia ou na piscina.
   Foi uma semana de puro relaxe e descanso, onde não fiz nada mais que ler esticada na piscina ou na praia e nadar 20 min por dia para compensar a pausa nos meus treinos que, confesso, não foi nada fácil para mim gerir (não sei se era o corpo ou a mente que mais pediam para suar! Mas estava a precisar de uma pausa). Hotel altamente recomendável, assim como o local. O resto já se sabe, é Algarve e só por isso já vale bem a pena. Uma vez lá facilmente percebemos porque é que os estrangeiros tanto o procuram...efectivamente, actualmente o Algarve está ao nível dos grandes destinos turísticos, quer em praias, quer em hóteis e serviços, quer nas imensas possibilidades de diversão que oferece. E depois há aquele cheirinho a Algarve, que não há em mais lado nenhum e que nos faz sempre querer voltar...
    E agora sim, dou por terminada a época balnear. E agora sim, virão dias de muito mau humor, pelo menos enquanto não entrer em modo Outono Inverno, dias curtos, frios, sem sol, chuvosos...esta fase de adaptação não é fácil para mim (para todos!), por isso não quero nem pensar que o Verão acabou. Hoje. O Verão acabou hoje.
   Ficam as memórias e a alma cheia de sol quentinho!

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