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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

#maisvidaàvida

"Um dia você vai morrer. Eu sei que é óbvio, mas era só para o caso de se ter esquecido. Nós, assim como todas as pessoas que conhecemos, não tardaremos a morrer. E no curto espaço de tempo entre o agora e o então, tem uma quantidade limitado de preocupação para gastar. Muito limitada, na verdade. E se andar por aí a ralar-se com tudo e todos sem reflexão consciente nem critério - bem, nesse caso está fodido."
*
[A arte subtil de dizer que se f*da, Mark Manson]

 

É tão isto a vida, certo? 

São tão cheios disto os nossos dias, certo? 

De que estamos à espera para mandar à m*rda o que tem de ser mandado à m*rda e nos focarmos mais no que realmente importa para nós? 

 

Se calhar sou só mais uma a falar nisto...

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Vou ser breve e muito direta, sem pedir desculpas a ninguém. Eu sou psicóloga. E enquanto psicóloga seria DE TODO INCAPAZ de participar num programa deste género. Pelo tipo de programa que é, pela ridícula exposição das crianças e pela dignidade e seriedade da minha profissão. Não pode caber na cabeça de alguém minimamente inteligente e racional que este tipo de "coisa" seja sequer considerado intervenção profissional e clínica. Ninguém no seu bom senso pode acreditar que os graves problemas de disciplina que ali são expostos se resolvem assim, em programas de 60 min, com aquela facilidade, com aquele happy ending de "e viveram felizes para sempre". Se tudo fosse assim tão simples, nós psicólogos e todos os especialistas na educação teríamos um trabalho muito facilitado e absolutamente maravilhoso. Acreditem, fora da televisão é tudo bem menos bonito e bem mais difícil. Não vou sequer entrar pela suposição de que algumas daquelas cenas são encenadas. Sendo ou não, vou conhecendo a realidade e sei que ela pode ser assim dura e violenta e incompreensível ao ponto de nos fazer acreditar que aquilo parece realmente um filme. Mas analisando isto por um outro prisma, apetece-me dizer que eu não sou mãe, mas se o fosse, se o fosse verdadeiramente, nem sequer ligava a televisão para ver este programa. Se eu fosse mãe, NUNCA sequer equacionaria a hipótese de expor alguém a este tipo de formato, muito menos alguém que é meu filho, que eu devo proteger a todo o que custo e que não pode manifestar a sua opinião acerca desta exposição que lhe é imposta. Não me surpreende que o canal televisivo português aposte em programas deste género, principalmente num Domingo à noite. Na televisão já nada me surpreende. É certo que quanto mais polêmico mais audiência e cada um joga com as armas que tem. O que me surpreende é ver que existem "pais" e "profissionais" (sim, com """) que compactuam com isto. Isso sim é vergonhoso. Ponto.

Kedi

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 Que o gato é o meu animal preferido e que os adoro do fundo do meu coração não é novidade nenhuma, por isso foi com muita satisfação que descobri este documentário sobre os milhares de gatos que vivem na cidade de Istambul. 

  Primeiro que tudo foi uma surpresa para mim descobrir que em Istambul existem tantos "gatos de rua"; chegaram lá por altura do império Otomano nos barcos vindos de todo o lado do mundo e por lá ficaram até hoje. Mas a maior surpresa foi descobrir que, o que aparentemente poderia ser drama e um grande problema é afinal encarado pela maioria dos seus habitantes como uma espécie de benção e sinal de Deus, ou Alá. A dada altura do documentário diz-se que os cães veem o ser humano como deuses, já os gatos não. Os gatos sentem a existência de Deus através dos humanos e dos seus atos. E isto é uma maravilha! Estes gatos de rua vivem numa espécie de dupla realidade: não são selvagens nem domesticados, vivem independentemente com quem os quer cuidar. E são muitos os que os querem cuidar, mimar, alimentar e tratar. Verdadeiras provas de amor entre humanos e animais. Em Istambul os gatos são os espelhos das pessoas: nas suas vidas de rua e abandono, mas com a capacidade de darem a volta e conquistarem o carinho de alguém, as pessoas veem as suas próprias vidas, os seus próprios dramas e aprendem que por muito mau que pareça, haverá sempre algurem alguém que nos tornará a vida um lugar melhor. 

   Se gostam de gatos, vão adorar este documentário. Tem imagens e enquadramentos deliciosos das personagens principais, que são os gatos mas tem também testemunhos e palavras maravilhosos dos humanos que os deixaram entrar nas suas vidas. Diz-se perto do final que ter um gato aos nossos pés a olhar para nós dá vontade de sorrir e lembra-nos que estamos vivos. E é tão bom estarmos vivos com os nosso amiguinhos de quatro patas! 

Corpo perfeito

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Corpo perfeito. O sonho de qualquer mulher, certo? Certo. Mas errado. Não é clichê quando dizemos que o corpo perfeito não existe, porque efetivamente não existe. Primeiro porque essa coisa da perfeição é demasiado subjectiva e pessoal e segundo porque um corpo perfeito é pedir demais ao Deus dos corpos! O corpo perfeito, naturalmente perfeito, sem cirurgias e truques de mágico (aka Photoshop) é o corpo que nos deixa felizes e no qual nos sentimos bem. Independentemente de medidas, perímetros, comprimentos por largura, pesos ou marcas, o corpo perfeito é aquele no qual nos sentimos bonitas. E o nosso corpo perfeito raramente é O corpo perfeito. A mulher, esse bicho complicado, facilmente elogia um corpo supostamente perfeito, assim como facilmente critica outro (que quase sempre desdenha mais do que critica, que isto das invejas é um mal terrível!) e ainda mais facilmente idealiza o corpo que gostaria de ter que, na maior parte das vezes, não é o corpo que tem. O que nós nos esquecemos é que isto do corpo perfeito é bem mais simples do que parece quando nos olhamos ao espelho: o corpo perfeito é um corpo saudável. Acima de tudo isto. E depois é um corpo que é nosso, que cuidamos adequadamente, que nutrimos adequadamente e que treinamos fortemente. O segredo é apenas este e passa apenas e só pela aceitação. Aceitar que nas nossas imperfeições, na nossa celulite de estimação, nas nossas gordurinhas teimosas, nas nossas marcas, está aquilo que somos, de forma transparente e natural. O nosso corpo é aquele, sem máscaras, sem filtros e sem dinheiro para retoques! O segredo para um corpo perfeito? Aceitarmo-nos mais e aprendermos a identificar aquilo que realmente dá vida à imagem que vemos refletida no espelho e o que podemos e devemos fazer para sermos ainda melhores. O resto é fácil: Sejam felizes nos vossos corpos (im)perfeitos e preocupem-se menos com as capas de revista!

Have a lovely week

"Ser feliz sem motivo é mais autêntica forma de felicidade." #carlosdrummonddeandrade Que nunca nos faltem na vida motivos para sermos felizes sem motivo. Boa semana. Que venha cheia de sorrisos.

Há Amor

Entre os japoneses é considerado inconveniente dizer-se que se ama alguém. A manifestação de emoções é rara e nem sempre bem encarada na retidão exigida à personalidade japonesa. Os relacionamentos afetivos e amorosos são mais distantes e mais formais, vividos por pessoas não propriamente "frias", mas mais reservadas e sem grandes manifestações físicas públicas, por exemplo beijos ou mãos dadas. Ao ler o "O Reino do Meio" de José Rodrigues dos Santos, o escritor faz referência precisamente a esta característica deste povo, escrevendo que entre casais apaixonados o tradicional "amo-te" é substituído por um "Há Amor". Ora eu que não sou pessoa de "amo-tes" nem de grandes manifestações amorosas (yep,casca dura!) acho este "há amor" algo absolutamente delicioso e cheio de sentimentos e emoções e tudo e tudo. O "amo-te" banalizou-se. A carga emocional que uma simples palavra como esta poderia e deveria ter perdeu-se a partir do momento que a vemos estampada em tudo quanto é imagem, mensagem ou almofada do Ikea. O "amo-te" deveria ser forte, fazer estremecer por dentro, abalar qualquer convicção. Mas não. O "amo-te" aligeirou-se e tornou-se um "I love you": fica bem em qualquer lado! Mas apesar de disto, o amor, aquele puro e pra valer, ainda é tudo e um "há amor" pode trazer tudo o que o amor que se quer pôr em palavras pode trazer. Porque quando se ama, seja de que forma de amor for, há amor. E é só isto que interessa, que haja amor! Sempre. A cada dia, em todos os momentos, mais que se amem, que haja amor! Porque mesmo naqueles instantes mais negros em que o "amo-te" parece que não faz sentido nem encaixa, continua a haver amor. E enquanto houver amor, vale a pena. Amo-te é momentâneo. É aqui e agora. Há amor não tem tempo, não se encerra, não se acaba, não tem hífens. E além disso tudo, a vida é boa quando há amor!

E de repente estão me a pedir para escrever no livro de finalistas do pré-escolar do meu afilhado

Sei que esta é apenas a primeira etapa da tua vida que chega ao fim e anuncia um salto para algo que te fará maior e melhor. Sei também com toda a certeza que esta é apenas a primeira etapa da tua vida que chega ao fim com sucesso. Sei que muitas outras se seguirão por essa vida fora, que será longa e tão cheia de vida que será impossível não sorrires todos os dias! E sei que a cada passo que deres terás sempre quem te aplauda e te abrace ou quem te dê a mão e te puxe para cima quando tal for preciso. Sei que estás a crescer e que tudo isto passa a correr (5 anos já voaram...), sei que não tarda nada terás vergonha de me chamar mimi em público com voz de homem mas ainda sem barba na cara, sei que há memórias de ontem das quais num amanhã mais longínquo que é já aqui ao virar da esquina não te irás recordar... sei que muitas vezes vais achar que a vida é dura demais, que falta qualquer coisa ou que não vale a pena continuar. Mas acima de tudo sei que vais sempre encontrar o caminho que te fará feliz e completo e sei disto porque estás a crescer rodeado de amor e não há nada, absolutamente nada, que o amor e um sorriso sincero não cure. Já dizia José Saramago (falta muito para saberes ler?) que "a vida é curta, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver". Que a tua vida seja sempre tão cheia de tudo que te pareça sempre curta para tanto que te é dado viver. Acho que aqui podemos usar esta bonita expressão: "para sempre tua, Mimi"

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