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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

«O meu nome é Alice», Lisa Genova

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O mundo de Alice é quase perfeito. É professora em Harvard, vive com o marido uma relação que resiste à passagem dos anos, às exigências da carreira, à partida dos filhos. E tem também uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha… Um dia porém, a meio de uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal, o primeiro, de que o mundo de Alice começa a ruir.
Seguem-se as idas ao médico, as perguntas, os exames e, por fim, a certeza de um diagnóstico terrível. Aos poucos, quase sem dar por isso, Alice vê a vida a fugir-lhe das mãos. Ama o marido intensamente, ama os filhos, e todos eles estão ali, à sua volta. Ela é que já não está, é ela que se afasta, suavemente embalada pelo esquecimento, levada pela doença de Alzheimer.
O Meu Nome É Alice é a narrativa trágica, dolorosa, de uma descida ao abismo. É o retrato de uma mulher indomável, em luta contra as traições da mente, tenazmente agarrada à ideia de si mesma, à memória da sua vida, à memória de um amor imenso.

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   Antes do filme, o livro. E que livro. Sou suspeita para fazer qualquer tipo de comentário relativamente a um livro que gira em torno de uma doença que tanto me fascina, que tanto me assusta e com a qual lido diariamente, felizmente apenas a nível profissional. 

   Mantendo o título original, "Still Alice", que faz muito mais sentido quando falamos em esquecer quase tudo do que somos, este livro é uma verdadeira pérola que devorei em menos de 48h (calma, também não fiz mais nada para além de o ler e curar uma gripe repentina) e que nos oferece um cheirinho do que poderá ser viver com doença de alzheimer precoce, do ponto de vista do próprio doente. É certo que todo ele é ficcionada, mas o facto de ser escrito por uma psicóloga que conhece a realidade e o facto de eu própria conhecer alguma dessa mesma realidade, torna-o humanamente real e doloroso. As fases iniciais desta doença são de uma dor imensa para quem sofre dela, dor essa que gradualmente passa do sujeito que a tem e a vai esquecer, como a tudo o resto, para os cuidadores. De que forma, qualquer um de nós, aguentaria viver a saber que daqui a um minuto já esqueceu o que aconteceu agora, que amanhã não se recordará de hoje e que um dia não se recordará de quem é, de quem são os seus ou do que já viveu? Já imaginaram o quando custará saber que vamos esquecer tudo? Que vamos deixar de ser nós? 

   Leiam. Vale muito a pena. 

   E agora espero ansiosamente por um excelente desempenho da Julliane Moore! 

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