Silêncios contemplativos
Marta era dada a silêncios contemplativos, a momentos nos quais nada cá fora parecia corresponder ao que ela, lá dentro, nutria, apaixonada; durante esse tempo limitava-se a olhar para um sítio imediatamente atrás das coisas que fixava com a retina e deixava que o interior e o exterior, com o tempo, voltassem a harmonizar-se na mesma frequência disposicional.
(Autismo, Valério Romão)