Non-Zen self
Não sou dada ao zen. Nunca fui, nem mesmo quando tentei parecê-lo, praticando yôga durante mais de 2 anos. Gostava muito daquilo é certo, mas a parte do relaxamento e introdução à meditação eram mais dolorosos para mim do que dar um nó com as pernas. A minha mente, o meu pensamento, o meu interior, são turbilhões. Não param, nunca param! Respirar fundo, fechar os olhos e apreciar o momento não é para mim. Sou fã da vida e de cada um dos seus instantes, mas não os consigo viver de uma forma zen. Para mim, é um instante atrás do outro e nunca o ficar presa num momento. Não me convidem para retiros espirituais na Índia, para fins-de-semana no melhor SPA da Europa ou para férias numa cabana no meio do mar nas Maldivas; não me peçam para chegar a casa e relaxar com uma musiquinha de flautas de pau e cheiro a incenso; não me aconselhem encontrar respostas num pôr-do-sol à beira-mar ou sequer a dar o grito do Epiranga numa montanha isolada. Estar sem fazer nada, simplesmente estar, não é para mim. Não consigo. A minha mente não tem botão off e, apesar de eu gostar muito do meu silêncio, do meu espaço e dos meus momentos, eles nunca serão momentos de total desconexão. Não sei se é bom ou mau, mas é o que eu sou, e o que somos não vale a pena contrariar ou negar. Por isso, vou só ali fazer qualquer coisa agora até ter de fazer a coisa seguinte.