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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Aos homens

Sobre a mesntruação, esse fado feminino:

"(...) saberiam eles o que significa falar e sorrir, seduzir ou trabalhar, discutir, cozinhar, comer, dançae ou arredar um móvel jorrando sangue continuamente e ter que proceder como se nada fosse, naturalmente? Viver em permanente hemorragia, com um penso ensopado entre as pernas ou um cilindro espetado na vagina, e ter que mudá-lo seis vezes ao dia no lavabo sujo de uma estação de comboios, num bar de praia, num restaurante, num avião, num barco, num acampamento, numa excursão de camioneta ou numa prova desportiva? E tudo isto desde os treze anos, durante quarenta anos, todos os meses e ao longo de cinco dias?"

"Não me contes o fim", Rita Ferro

A procura da verdade

 

   "(...) Todos os dias adormecemos com a dúvida e acordamos sem a consolação de uma resposta que nos serene o espírito. Andamos na vida a tactear como cegos, agarrados às paredes periclitantes da intuição e à frágil bengala do conhecimento, esbarrando na ambiguidade das coisas e tombando constantemente. A vida é feita de suposições e ganha quem melhor se saiba orientar nas trevas da incerteza. Na realidade, todo o humano aceita o enigma da vida com relativo desportivismo, apesar de transcender as suas capacidades. Mas não estaria nessa dificuldade, sobretudo, o interesse da vida?

   Os místicos procuram o Graal, os cientistas a evidência, os filósofos Deus ou a Verdade nas montanhas ou no coração das pessoas; mas são as perguntas e não as respostas que lhes enchem os dias de vida, de energia, de esperança. Existiria alguma explicação, humana, que esgotasse a verdade? E quantas verdade se escondiam numa só? Não seria o infinito, mais do que uma noção cósmica ou abstracta do universo ou da vida, a única chave possível? As coisas não têm fim e, muito menos, uma aclaração que possa alguma vez sossegar a curiosidade do homem. A própria curiosidade não tem fim."

"Não me contes o fim", Rita Ferro