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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Notas mentais

  

   Se acordam às 7h30 de Sabádo para irem passear até ao Norte de Espanha, não limtem esse passeio a centros comerciais, não limitem as compras a chocolates, bebidas, iogurtes, bolachas, gomas e revistas de moda (incluindo uma edição especial da Vogue España com 709 páginas!) e, acima de tudo e mais importante que qualquer outra coisa, se têm tendência a enjoar quando viajam na parte de trás do carro, por favor, mas mesmo por favor, não se lembrem de fazer Sudoku`s enquanto viajam. Correm o risco de chegar ao destino com uma valente dor de cabeça e uma tal naúsea que vos faça passar uns belos momentos de joelhos...na casa de banho de um centro comercial espanhol a fazer vocês podem adivinhar o quê e que eu não vou sequer referir o nome. Veleu o colo do namorado e o banco de trás do carro, onde dormi uma bela soneca!

   Acidentes de percurso à parte, foi um dia bem passado, como não poderia deixar de ser um dia passado em terras de nuestros hermanos.

Sou...

   Novo desafio da Closet. Desta vez o objectivo é identificar as 6 características que melhor nos definem. Ora muito bem...

   1. Sou bipolar. Não clinicamente falando mas emocionalmente falando. Que é o mesmo que dizer que sou de humores. Tão depressa estou bem, como no momento seguinte me sinto entediada, aborrecida, desanimada e, plim, no instante seguinte, ando a cantarolar pela casa fora. (começo a acreditar que esta característica é intrínseca à raça feminina. Uma questão de hormonas talvez..).

    2. Sou teimosa. Muito. Demais. Detesto dar o braço a torcer. Detesto admitir que estou errada. Detesto perder uma discussão.

   3. Sou exigente. Comigo mesma e com os outros. Estabeleço metas elevadas e ambiciosas e luto por elas. Em tudo na vida dou o meu máximo e peço sempre mais e melhor. Estudos, trabalho, relações, vida, imagem...só o máximo me basta.

   4. Sou tímida. Reservada talvez seja o melhor termo. Guardo tudo para mim. Só mostro o que quero. Só dou o que merecem e depois de provarem que o merecem. O que nem sempre ajuda nas primeiras impressões (Mas o próximo número ajuda a apagar essas impressões). Como costumo dizer: nascida para ouvir e não para falar. Nascida para aconselhar os outros e esquecer esses mesmos conselhos quando se trata da minha vida. Também sempre me disseram que eu era a psicóloga do grupo, aquela com quem todos desabafavam...acho que lhe tomei o gosto e decidi ganhar a vida com isso! (ou não...ou não) 

    5. Sou simpática, divertida, bem-humorada (quando não estou na fase dos humores), atenciosa, preocupada, acessível, prestável...Um dia disseram-me que queria ser a bombeira de todos para poder ajudar todos...talvez. Gosto dos outros e de oferecer sempre um sorriso e uma palavra amiga aos outros.

    6. Sou neurótica. Já aqui o disse e confirmo (aqui aproximo-me bem mais do clinicamente falando...). Preocupo-me excessivamente. Quando meto uma coisa na cabeça não a tiro enquanto não a resolvo. Penso demais. Pondero demais. Sou organizada demais. Exigente demais.

 

   Seis números depois, sinto que muito mais haveria para dizer.

Um dia...

    Todos nós já vimos e tivemos nas mãos esses pacotes de açúcar amarelos e castanhos que nos congratulam com frases simples mas engraçadas e que nos põem a sorrir e muitas vezes a sonhar. Mas (e tudo na vida tem um mas) todas estas doces promessas começam por “Um dia…”. Ao ler estas frases lembro-me sempre das palavras do Prof. Eduardo Sá: “Um dia na vida é nunca”.  Não poderia estar mais de acordo. Uma vida tão éfemera e sempre curta não é compatível com atitudes do género "Um dia...". É sim compatível com a parte inferior destes pacotinhos que diz precisamente "Hoje é o dia".

   Hoje é o dia para mudar, para lutar, para ganhar, para realizar sonhos. Hoje é o dia para abrirmos pacotes de açúcar que adocem a nossa existência. Hoje é o dia de fazer menos planos e agir muito mais.

   Um dia na vida é nunca. Um dia não é hoje. Hoje é o dia. Hoje é o nosso dia.

K.O

   São 20h11m e eu estou completamente KO, debaixo dos cobertores. Acontece quando temos de trabalhar "brincando ao Carnaval" (quando toda a gente parece ter tido um belo dia de sol e dolce faire nienti) e passar horas de pé a controlar crianças à solta na natureza de um parque, de uma rua e de um pátio. Tudo isto depois de ter dado o litro e o quilo no ginásio... Chega de Carnaval!

Free hapiness

   A pedido do novo desafio da Closet, aqui ficam as 10 coisas completamente grátis que mais gosto:

   1. Rir e sorrir por tudo e por nada, com motivo e sem motivo, mas sempre com vontade de me contagiar a mim e aos que me rodeiam.

   2. Fotografar, tudo e mais alguma coisa. Paisagens, pessoas, momentos, locais...

   3. Ler um bom livro.

   4. Pensar.

   5. Namorar. Amar e ser amada.

   6. Fazer festinhas a gatinhos de todas as cores, tamanhos e feitios.

   7. Passear ao ar livre, a pé.

   8. Dias de sol, calor e muita, muita cor.

   9. Uma cama quentinha no Inverno gelado.

   10. Viver cada dia com a intensidade do primeiro.

É Carnaval

   O dia esteve solarengo e a temperatura bastante agradável para o mês de Fevereiro. Nada melhor do que ir passear. O destino: baixa portuense, animada pelas cores do Carnaval. Não festejo o Carnaval (algo me diz que amanhã, quando for trabalhar, vou engolir estas palavras), não gosto propriamente do Carnaval (mas já adorei, quando em miúda me mascarava), mas gosto de sair à rua e ver as crianças mascaradas. É a infância no seu estado mais puro e todos sabemos como é bom ser criança. Infelizmente, a minha impressão é que nos dias de hoje apenas uma minoria das crianças é verdadeiramente criança, e por isso, as que brincam ao Carnaval são cada vez menos. Muitas limitam-se a assistir à infância das outras...

   É Carnaval. Nas ruas há cor, som, confetis, serpentinas, crianças (e adultos) mascarados. Há sorrisos, brincadeiras, alegria. Há festa. Já diz o povo que a vida são 2 dias e o Carnaval 3, por isso, ainda que por 3 dias apenas, esquecem-se crises, desempregos, falências, divídas e casos de corrupção. São 3 dias de muito sorriso e muita comida. E se, ao caminharmos, formos apanhados por uma chuva de confetis e bloqueados por teias de serpentinas, vamos esboçar o nosso maior e melhor sorriso. Afinal, é Carnaval...e ninguém leva a mal!

 

A eutanásia e a vida

   Um canal nacional ofereceu-nos hoje um interessante debate sobre um não menos interessante (mas polémico) tema: a Eutanásia. A minha posição face a este tema é a mesma que face a muitos dos temas mais polémicos da actualidade. Sou a favor da liberdade individual. E sou a favor da vida. Da vida que pode ser vivida enquanto vida. Da vida que nos permite ser gente até ao fim. E que vida é essa a que aqueles que vivem há anos confinados a uma cama, alimentados por mãos que não são as suas, que respiram um ar que não é o seu, têm? Será vida aquilo que uma criança de 12 anos em estado vegetativo persistente desde os 9 anos sente?

   Eutanásia não é matar. Quem diz "deixa-me partir" não quer dizer "despacha-me". Quer dizer "ajuda-me a dar sentido a uma vida que perdeu todo o seu sentido". A Eutanásia pode ser uma resposta para a vida que já terminou muito antes da morte. A resposta que os cuidados paliativos deveriam ser capazes de dar e não dão. Depois da dor física controlada, quem controla a dor da alma? Quem controla a consciência que nos atormenta com a verdade da nossa condição?

   Cultural e moralmente falando, Portugal não está pronto para o referendo. Não podemos pedir aos portugueses que digam sim ou não, quando para muitos eutanásia é sinónimo de matar em jeito de homicídio. Se não estamos prontos para um referendo, estaremos com certeza prontos para investir na saúde dos nossos. Se não queremos "ajudar a morrer", temos de querer melhorar a resposta aos doentes terminais. Mais serviços de cuidados paliativos. Ainda que, para mim, isto não seja resposta ao pior sofrimento humano, poderá ser resposta ao físico.

   Não sou a favor da banalização da Eutanásia e da sua prática só "porque sim" ou porque "assim poupa trabalho". Sou a favor de uma análise cuidada e precisa da consistência de cada pedido de ajuda. Da procura de respostas que minimizem o sofrimento. Sou a favor da dignidade da vida. E uma vida que não pode ser vivida, que não deixa viver, deixou de ser uma vida e passou a ser uma morte antecipada e dolorosamente prolongada pela ética.  

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