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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Recuerdos from Islantilla

  

   E assim se passaram estes maravilhosos dias de "mini-férias", em Islantilla, sul de Espanha (25Km do Algarve). O hotel («Confortel Islantilla****») era muito, muito bom, com excelentes instalações, imensas actividades, muita comida e muita bebida (quando nos colocam uma pulseira que nos dá livre acesso a tudo quanto é comida e bebida não há dieta que se aguente!). O termómetro não baixou dos 30º (andou até muito acima) e o sol não parou de brilhar e de bronzear a minha pele.

   Desconhecia esta zona, mas recomendo vivamente, bem como o hotel, especialmente pela relação qualidade-preço-clima. Sou suspeita para falar, uma vez que sou uma apaixonada pelo país de nuestros hermanos. Mais uma vez, as minhas impressões foram confirmadas.

   Uma coisa é certe: Volverei a Islantilla! Pelo sol, pela praia, pela magnífica piscina, pela comida, pela animação e pelos meus Coco Locos!

 Praia de Islantilla

 A piscina interior, climatizada. Relax...

 Pelos infinitos corredores do hotel

 O branco é o meu Coco Loco

 Heaven...

 O treino diário

 FÉRIAS!!!

 

 

 

    E agora é voltar à rotina diária. Haja sol, pelo menos.

(Consola-me saber que daqui a um mês estarei já a gozar o meu 3º dia de férias por terras africanas. Tunísia é o destino deste ano.)

Live from Islantilla (south of Spain)

   Por aqui tem sido papo para o ar, 30 e muitos graus, um Coco Loco numa mão e na outra o livro do Paulo Coelho «O vencedor está só", intercalado com um passar de olhos pelas últimas da moda das fashion magazines, com muitos banhos de piscina à mistura, desde a piscina exterior à piscina das crianças aquecida, com passagem pela piscina do spa (so chic), tudo muito bem remexido com umas visitas ao ginásio, uns treinos de ténis e uns passeios pelas lojas das redondezas (e inevitáveis compras...recuerdos, recuerdos...). 

   O bronze? Roiam-se de inveja!!!

   A boa vida continua por mais 3 dias.

 

   See you!!!

Um post de M****

 

   Quando passeamos pela baixa portuense (ainda com a cabeça naqueles sapatos magníficos que acabamos de ver na última loja em que entrámos) e sentimos algo a bater-nos na cabeça vindo lá do alto, levamos a mão ao cabelo e vemos uma pasta/líquido/produto altamente tóxico, concluimos que uma amorosa gaivota nos presenteou com o melhor das suas entranhas, presente esse digno da maior das gastroentrites ou outras doenças que tal que produzem quantidades significativas de substâncias non gratas, só nos ocorre uma palavra: e começas por M, termina em A e pelo meio contém as letras E, R, D.

 

Feira do Livro 09

 

   E a Feira do livro do Porto voltou este ano à Avenida dos Aliados. Eu sou uma visitante assídua da Feira, não fosse eu uma apaixonada por livros. Todos os anos lá estou eu. Nos últimos anos (bastantes) a Feira do Livro realizou-se no Palácio de Cristal, um espaço fechado, muitos vezes demasiado quente, mas que albergava a feira na perfeição. Pelo menos a eu entender. E a visita à feira acabava sempre por incluir um passeio nos magníficos jardins envolventes. Este ano regressaram à Avenida. Ar livre. Óptimo, um ponto a favor. Em dias em que não haja muito calor ou em dias em que não chova. Estava expectante em conhecer o ambiente desta "nova feira". Conclusões? Estava bem melhor no Palácio. Pareceu-me desorganizada e, não sei se reflexo da crise ou da localizaçao, uito mais pequena. E faltava-lhe uma coisa essencial: aquele cheirinho a livros novos. Ali os cheiros misturavam-se com o dos carros que passavam mesmo ao lado e com os mil e um cheiros do centro de uma cidade. Cheiro a livro, só mesmo encostando o nariz às folhas.  

   Talvez seja uma boa aposta lvar a Feira para o coraçao da cidade, mas pede muita mais organizaçao e melhores condições. Pelo menos é o que eu penso.

   Ainda assim, voltei para casa com sacas a cheirar a livros novos! E os eleitos foram:

 

 

   Mal posso esperar para os abrir e entrar nas suas histórias. Huuummm...

 

Uma costela indiana

 

   Apenas e só uma das culturas mais fascinantes do mundo.

   A Índia sempre exerceu um fascínio inexplicável em mim. Visitá-la é uma das minhas viagens fetiche. O Taj Mahal é, para mim, a maior maravilha do mundo. E depois têm aquela saudável obsessão pela dança como forma de celebração (e que belas danças), aquelas músicas animadas, a devoção ao seu Deus e tudo o que ela implica, o Yôga e toda a sua filosofia corporal e espiritual (talvez me identifique tanto com o Swasthya Yôga exactamente por ser indiano), os seus ensinamentos, as suas tradições, os seus cultos, aquelas roupas coloridas (é cada sari mais bonito que o outro)...toda uma cultura completamente contrastante da nossa que tem muito para nos ensinar.

   Quero muito saber mais e mais sobre esta cultura. E quero ainda mais visitar este país e satisfazer a minha costela indiana cada vez mais saliente.

 

(Sim! Sou uma assistente assídua da telenovela da sic, Caminho das Índias. Um dos poucos programas que me faz ligar a tv.)

Anos entre livros

   Todas as quintas-feiras à noite quando regresso das sessões de orientação da tese o meu pensamento foge sempre para o mesmo lugar: desde os 5 anos a estudar e ainda não parei....Foi a escola primária, a escola secundária, a faculdade, a especialização e agora o mestrado, tudo isto intercalado com cursinhos e formações. Em tudo bem sucedida. E depois questiono-me onde vamos buscar as forças para tanta dedicação, tanto empenho, tanto redefinir de prioridades.

   Retrospectivando, nunca me queixei por ter de estudar. Ok! Dias houve em que a vontade não era muita e posso te lançado uma ou outra palavra menos simpática aos livros, mas lamentar-me por ter de estudar, isso não. A explicação poderá estar na ambição, nos sonhos, nos desejos de realização. Sempre vi os estudos como forma de chegar onde queria, de ser quem queria, de ter o que queria. Investir na minha formação sempre foi uma prioridade. Dar o máximo e ser boa nisso era a palavra de ordem. Eu, que chorava quando, na escola primária, faltava às aulas por doença. Talvez seja obsessiva. Talvez. Ou talvez goste de desafios, de ser desafiada e vencer esses desafios.

   Gosto de livros. De estar rodeada deles. De aprender com eles. Embora seja muito selectiva nas aprendizagens que faço. Se gosto, óptimo, se não gosto, não há forma de manter a informação na minha cabeça. E por isso, todas as quintas-feiras, regresso a casa cansada, com a cabeça no trabalho que já fiz e no muito que ainda tenho para fazer. São desafios. Mãos à obra! Mas terminada esta batalha, considero seriamente fazer uma pausa nos estudos. Pelo menos estes grandes estudos. Já preciso. Eu, a minha cabeça, o meu espírito e as pessoas que me rodeiam que já estão fartas de ouvir sempre a mesma resposta: "Tenho trabalho para fazer".

Sentimentos aéreos

   Gosto de andar de avião. Não gosto muito da descolagem. Aquela sensação de "tirar os pés do chão" e ficar suspensa no ar. E depois faz-me confusão aquele bicharoco gigante a levantar voo e subir, subir, subir e por lá ficar. Acabo sempre a pensar "E se ele não tiver a força suficiente para levantar e atingir a altitude ideal?". Pelo contrário, gosto da aterragem. De sentir aquela velocidade toda, os travões a trabalhar ao máximo e o nosso corpo completamente colado ao banco. A isto junta-se a sensação de "pés na terra" de novo. Confesso que nunca me ocorre, pelo menos conscientemente, um pensamento totalmente plausível: "E se os travões falharem?".

   Entre o levantar e o aterrar há o estar lá em cima, para lá das nuvens. Estabilizado. Viajo sempre à janela. Gosto de olhar para as nuvens, de olhar lá para baixo, de tentar reconhecer o que vejo. Uma vez por outra questiono-me "E se os motores agora falhassem e fossemos por aqui abaixo?". Imediatamente afasto estas ideias, pois sempre ouvi os entendidos dizerem que, uma vez estabilizado lá em cima, é muito difícil um avião cair. E isso sossega-me.

   Depois do recente acidente com o AirBus francês fiquei a pensar, ou a tentar imaginar, como deve ser horrível, senão mesmo insuportável, saber que o avião em que viajamos vai cair e, consequentemente, senti-lo cair. Desde lá de cima até cá abaixo. Momentos arrasadores. A queda. Para o fim (praticamente) inevitável. E não consigo perceber, nem sequer imaginar, qual será a sensação, porque, só de pensar, tremo toda por dentro. Não foi ao levantar, não foi ao aterrar. Foi no pior momento possível. Quando todos descansavam, quando as refeições já tinham sido servidas, enquanto alguns liam, outros ouviam música ou viam um filme. Num instante, tudo mudou. Para sempre.

   Foi por isso que hoje, ao deixar o meu pai no aeroporto, o meu coração ficou pequenino e só sossegou quando à pouco ele ligou e disse "Já cheguei". Não dramatizando, importa estar consciente de que as coisas não acontecem apenas aos outros. E sempre que entrar num avião (o que acontecerá daqui a 1 mês e uma semana) vou recordar este e outros acidentes. Recordar as vidas que partiram numa viagem para nunca mais regressar. E vou acreditar que as minhas viagens serão sempre de ida e volta.

228 vidas...somewhere, somehow

   E de repente a única coisa que parece interessar é que não existiam portugueses a bordo do A 447. Óptimo. Mas existiam 228 vidas, 228 seres humanos, que partiram sem deixar rasto, não se sabe bem onde, como, porquê e para onde. E fica a dor das famílias, dos amigos, dos conhecidos. Fica o desespero de quem perdeu tudo, sem saber como, porquê, onde e para onde.