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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Boa vida? C`est finie!

Foto retirada da internet

   E Agosto despediu-se em beleza, com o sol a brilhar com toda a força e a praia a abarrotar de gente. Diria que foi um final "malandro", para deixar ainda mais saudades e ainda menos vontade de voltar à rotina. E é já amanhã, 1 de Setembro, que aqui a je vê os seus dias envolvidos em gritinhos e afins e mais umas quantas criancinhas à minha volta...E neste momento, o meu estado de humor é tal que me fico por estas poucas e simples palavras. Não por voltar a trabalhar, mas por voltar para aquele trabalho, com aquele tipo de funções e naquelas condições. Na minha inocência, acho que ainda acreditei que não voltaria, que a minha estrelinha iria começar a brilhar e o "meu" emprego iria surgir. Fiquei-me pela descoberta (tardia) de uma nova área que muito me agrada, mas que não dá movimento à minha conta bancária. Por isso, a partir de amanhã, estarei de volta aos "meus miúdos" e, pelo menos duas vezes por semana, lá andarei entre seringas e outros que tal. 

   Bye, bye, meu querido mês de Agosto!!! 

Na solidão da leitura revelam-se

   Os portugueses são um povo com um muito fraco hábito de leitura. Portugal é um dos países da Europa com os mais elevados índices de iliteracia. É também o país em que menos jornais e revistas se vendem (aqui, as revistas ditas do "jet set cor-de-rosa" devem ser as melhores cotadas, dado o elevado grau de interesse dos portugueses pela vida alheia, principalmente se incluir desgraça - "Coitadinhos!!!" - ou se incluir luxo exacerbado - "Grrr, que inveja!!!"), em que as editoras menos editam e vendem e em que, ao viajarmos de comboio, metro ou autocarro, menos pessoas se vêem a ler. 

   As questões económicas poderão até ser consideradas e responsabilizadas, mas não servem de desculpa total, uma vez que, se pensarmos nos telemóveis, por exemplo, cada português terá até mais do que destes aparelhos, bastante mais dispendiosos, na compra e nos gastos inerentes ao seu uso. 

   Ora um livro lido recentemente (e ler vem mesmo a calhar para este post) sugere que os hábitos de leitura pobres dos portugueses poderão estar relacionados com aquilo que é a essência da leitura: um momento em que o indivíduo fica sozinho, em silêncio, perante o objecto de leitura. Precisamente, o acto e o processo de leitura implicam que o indivíduo tenha desenvolvido a capacidade de estar sozinho, de gerir o seu mundo interno e os estímulos do mundo externo, de forma a conquistar uma atitude de disponibilidade que lhe permita envolver-se no processo de leitura, que lhe permitsa desligar-se dos estímulos externos, ficar só consigo para se voltar para uma série de outros mundos para os quais a leitura nos empurra. Estar a sós com um livro convida-nos a uma postura reflexiva e pôe-nos em contacto connosco mesmo. Um contacto que pode ser assustador quando nos encontramos desorganizados e não gostamos do que somos.

   Será que os portugueses não gostam do que lêem ou não gostam do que são? 

O verde em nós

 

   Hoje, de regresso a casa, a estrada estava aberta para mim. Todos os semáforos estavam verdes e um percurso que demora os habituais 30 min, hoje ficou-se pelos 15 minutos. Qual a importância disto para merecer um post neste meu humilde cantinho, perguntam vocês. Pode até ser um acontecimento banal, mas todo este verde me fez pensar como na vida existe um timing perfeito para tudo, até mesmo para avançarmos. Em frente. Para a mudança.

   Talvez este pensamento seja influenciado pelo Sr. O., que hoje conheci. Aos 49 anos, o Sr. O, é ex-toxicodependente, "limpo" à cerca de 15 dias. É Sr. O apenas de nome, desconhecido da e pela sociedade. Não tem qualquer documento de identificação, não tem casa, a família não quer saber dele. A tanta ausência junta-se o teste positivo para o VIH e para a Tuberculose. Vive num abrigo da AMI, mas quer avançar com a vida. É um ser extremamente rico em conhecimentos técnicos e práticos das suas áras de trabalho, dos seus interesses. É rico em sabedoria e em experiência. Boas e menos boas. Experiências em que viveu para sorrir e experiências nas quais "a cabeça não teve juízo", como o próprio refere. O timing perfeito conduziu à mudança. A doença atirou-o para o hospital e colocou-o às portas da morte e agora ele quer mudar. Quer trabalhar, quer estudar, quer construir uma vida, recuperar o que perdeu e conquistar coisas novas. Quer uma vida com sinal verde para avançar. Sem vermelhos, porque o maior vermelho já ele ultrapassou. Para já. Os amarelos serão muitos, com toda a certeza, mas determinação e força derrubam barreiras.

   E nós, quantos sinais amarelos já não encontrámos por essas estradas fora (deixemos os vermelhos, que esses implicam restruturação e mudança e nem todos estamos preparados para os ultrapassar)? E quantos sinais verdes já teremos nós ignorado? Quantas vezes ficamos parados no verde, com medo de avançar, com medo do que virá da esquerda e da direita?

   Sou positiva por natureza e optimista por vocação. Gosto do verde, procuro o verde e avanço-o sem medo. Acelero quando vejo o amarelo. Dos semáforos. O das estradas. E os da vida. Não fujo. Ultrapasso-os. Venço-os. Vivo-os, interiorizo-os, interpreto-os e resolvo-os. Ok, ok! Nem sempre! Às vezes abrando. Por medo, confesso. Do que poderá vir. Do incerto, do inesperado. Sentir medo é instinto, primordial. Humano é ultrapassar os medos. E todos nós somos capazes. Todos. Com mais ou menos ajuda. Mas o mais forte verde da vida está dentro de nós, algures entre os complexos circuitos cerebrais e o coração. Quem o procura, encontra-o.

Assustadoramente enriquecedor

 

   Ia reticênte, confesso. Um pouco nervosa até. Assustada também fazia parte do meu estado de espírito. Era uma realidade completamente nova. Uma área em que não tinha qualquer experiência, com a qual nunca tinha tido contacto e que nunca havia despertado muito o meu interesse.

   Cheguei e encontrei a equipa de rua à minha espera. E ainda me assustei mais. Eramos 3 psicólogas e uma educadora social. Todas demasiado jovens para aquele tipo de trabalho, a meu ver. A carrinha foi carregada. Refeições, água, seringas, preservativos, filtros, pratas, caricas, desinfectantes e afins. Cheirava a hospital.

   Entrámos num dos bairros mais problemáticos do Porto. Não se via nenhuma alma sequer. A polícia "invadiu" aquela zona e o tráfico e consumo foi obrigado a fugir para outros locais. Poucos quilómetros mais à frente, outro bairro. As primeiras pessoas. Queriam apenas algo que comer. Há que partir para outro bairro, onde ficaremos todo o resto da manhã. A carrinha parou e a multidão chegou. E eu praticamente em estado de choque. Uma das colegas convida-me a conhecer o local onde consomem. Uma fábrica abandonada. Julgo que cheguei a tremer. Olhava para todos os lados e ela com a naturalidade de quem faz aquilo todos o dias, saudando todos os que se cruzavam connosco e recebendo saudações em troca. Pela primeira vez, vi alguém consumir "ao vivo e a cores". Todo o tipo de drogas, de todas as formas. Depois do choque inicial, a reacção e a acção. Comecei a interagir com todos os que se aproximavam da carrinha. Era a minha primeira vez com eles e a primeira vez deles comigo. Cautela. Aproximação lenta e gradual. Em menos de 15 minutos já andava de um lado para o outro, ora dando um pão com tulicreme, ora trocando seringas. A dada altura abstraimo-nos daquela realidade e passamos a "viver" para fazer um trabalho bem feito e ajudar aquelas pessoas de aparência do pior que possam imaginar, mas com um respeito imenso e, a grande maioria, com extrema gratidão pelo nosso trabalho.

   Todo o mundo das drogas é desconhecido para mim. Preciso quase de um dicionário. "Dra, arranja-me 10 máquinas, por favor?". E eu de olhos esbugalhados: "Máquinas?". E eis que ouço: "São seringas". Apenas um exemplo. Devo dizer que os meus ouvidos captaram muitas expressões e palavras que continuo sem saber o que significam. Com o tempo lá chegarei. Assim como chegarei a ter várias conversas como a que tive hoje com um dos consumidores e traficantes que esteve preso e me contou toda a sua "aventura" na cadeia, a forma como continuou a traficar lá dentro, a forma como a droga lhe chegava às mãos e a forma como se viciou assim que saiu em liberdade. Conversas como a daquela mãe que já pela enésima vez veio de Paredes ao Porto buscar o filho toxicodependente para o levar para tratamento mais uma vez porque "assim não o posso ter em casa. Não aguento. A droga é muito cara. É a última vez que tento". Conversas que giram em torno de drogas, formas de consumo, traficantes pequenos e grandes, mediadores, chefes, bófia e afins. É um outro mundo ali. Uma realidade que choca pelo estado daquelas pessoas, pelo sofrimento de uma ressaca, pela idade demasiado jovem da maioria deles, pelas história de vida, pela ausência de esperanças. Choca pela naturalidade e necessidade com que consomem desesperadamente, virando-nos as costas quando o fazem, "por respeito", dizem eles. E no fim, o que me chocou mais foi a aceitação positiva e calorosa com que veêm a nossa chegada. Estão à nossa espera. À espera do pãozinho e do café e do chocolate e da água. Estão à espera dos kits para poderem ir consumir em segurança. Estão à espera do desinfectante para se sentirem mais seguros. E estão à espera de uma palavra amiga, de uma palavra de incentivo, que ajuda sem condenar, que diz a verdade sem ferir. De alguém que não aponta o dedo mas estende a mão. É por isso que dizem: "Eu vou ali Dra (entenda-se vou ali consumir) mas já venho para falarmos um bocadinho". E vêm.  

   Foram apenas 5 horas de trabalho, mas já serviram para me "conquistar". A toxicodependência sempre me fez alguma confusão. A forma como se inicia e se fica preso. Os motivos, as justificações (se é que elas existem) e a falta de força para sair desse mundo, a desmotivação, a descrença e o arrastar cada vez mais fundo para aquele mundo. Esta experiência permitir-me-á conhecer o humano por trás da substância. E é isso que me interessa: a pessoa e a sua história. E porque não, uma esperança de mudança? Até lá, ficará com toda a certeza, uma experiência assutadoramente enriquecedora.

 

Hoje foi assim...

Entre a Lavra e Agudela

E assim...

Bermelho Bar @ Agudela

E assim...

 

Palavras para quê?

 

E amanhã será a minha estreia numa equipa de rua num qualquer bairro portuense...depois dos domicílios e dos idosos, a toxicodependência. Confesso-me reticente...

 

Um convite para jantar

Ele convidou-me para jantar e disse "Veste o teu melhor vestido". Eu ri-me. Ele chegou com uma das suas melhores roupas (uma das que eu mais gosto, entenda-se). Lindo! Eu abri a porta e ele chamou-me ao carro. Eram 22 rosas só para mim (não, o número não tem qualquer significado). Os meus olhos sorriram e eu ralhei-lhe. "Lá vens tu com as prendas surpresa. Não gosto. Para que andas a gastar dinheiro comigo...", etc, etc. Por dentro, derretida. Procurei pelo meu melhor vestido. Escolhi um a estrear. Preto, justo ao corpo (daqueles que nos dão um andar bem semelhante ao da Eva Longoria nas Donas de Casa Desesperadas), "à executiva", como eu gosto de lhe chamar. Um vestido preto cai sempre bem. Ele pediu uma voltinha. "Estás linda". E eu sem cabelo e cara arranjada. Ele levou-me a passear. Eu comentei (e não cobicei!!!) o ramo que um homem levava. Ele arrastou-me para o carro, abriu a mala. Era uma margarida vermelha à minha espera. Uma ternura. A flor. E o gesto. E ele. Ele foi espreitar o SLB (não podia ser perfeito, certo?), eu fui espreitar a loja dos peluches da Kitty e afins. Ele entrou. E ofereceu-me um peluchinho anjinho, fofo, fofo. Eu voltei a ralhar com ele. Quase armei um escândalo na loja. E adorei o miminho. Ele levou-me a jantar numa mesa com vista para o anoitecer na praia. Ele até comeu uma refeição aparentemente saudável, longe do rótulo de comida de plástico. Eu comi que me fartei. E gostei. Para terminar, umas Pedras Salgadas no café do costume, no "nosso sofázinho". Ele deixou-me em casa. E eu já estou com saudades.

Três anos e 9 meses depois, este foi o nosso dia 20. Mas podia ser um dia qualquer. Normal. Sem data especial. Porque ele é assim. Especial. Único. Estupidamente romântico. Apaixonado. Sentimental. Uma caixinha de surpresas. Todos os dias.

Uma realidade

O meu primeiro dia enquanto psicóloga numa equipa de apoio domiciliário mostrou-me uma realidade que nos chega apenas pela televisão ou pelos jornais. A realidade dura e crua de um grande número de idosos do nosso país, que vivem em condições desumanas que muitas vezes desafiam o próprio conceito de viver.

Andei por essa casas demasiado antigas, demasiado pequenas, demasiado degradas que preenchem as ruas também demasiado antigas, demasiado pequenas e demasiado degradas da zona histórica do Porto. Quando se atravessam aquelas portas velhas e de madeira as imagens são bem diferentes daquelas que as máquinas fotográficas dos turistas registam cá fora. Entre 4 paredes, há uma imensidão de escadas para subir e descobrir casas que se assemelham a cubículos onde precisamos de estar na posição certa para termos espaço para abrir a porta. Assim que entramos somos invadidos por aquele cheiro que nos incomoda sempre. Não é o cheiro a velho. É o cheiro a miséria, a doença, a abandono (e outros afins supostamente intímos). E depois vemos as pessoas. Os idosos. Vemos o Sr. V. que passa o dia entre a cama e a cadeira, com a televisão como companheira e que só se desloca quando a equipa de apoio lá vai, dada sua incapacidade, que tem o corpo coberto de feridas e o lado esquerdo paralisado, mas que até sabe que já não falta muito para o mês de Agosto acabar e que hoje é quarta-feira e amanhã é quinta e que já não falta muito para as eleições, que devem ser lá para Outubro.

Vemos a dona P. e a dedicação extrema do seu único filho, que paga "50 contos, falando em contos Dra, está a ver, 50 contos" de aluguer de uma casa que é tudo menos casa e que dorme há 2 anos no sofá nada confortável da sala que é sala e quarto e arrumos de tudo e mais alguma coisa, enquanto a mãe e os seus 96 anos prepara o leitinho com nesquick e açucar e o aquece num fogão de campismo até ele "subir mesmo, mesmo até à beirinha da borda", e depois "se faz o favor tira a casca do leite, tira e mostra", porque a nata incomóda e ela já viveu demais para se continuar a incomodar.

Vemos as duas irmãs que vivem isoladas num último andar degradado, numa casa grande mas sem utilidade, tendo por companhia uma cadela com demasiado pelo e mimo e as exigências da irmã que ainda se movimenta em jeito de arrasto enquanto supervisiona todo o trabalho das auxiliares que tratam da sua irmã que de humano conserva apenas os olhos abertos.

Vemos aquele senhora cujo quarto é na cozinha e que satisfaz as suas necessidades na cozinha, em frente a uma janela, virada para a rua (confesso que este foi o cheiro que mais tive dificuldade em suportar).

Vemos a dona C. que hoje só quer que lhe façam a trança, porque com 92 anos ainda tem muito para fazer lá em casa. Casa que tem graças à sua "patroa, que é muito boa e até tem um filho famoso e bom actor nas telenovelas da TVI". E por isso, tem de fazer tudo "antes da hora da novela para o poder ver, mas ele agora não aparece porque vai começar uma nova", isto quando a novela não dá na hora de ir dormir, que é às 21h.

E vemos o Sr. Dr. e a sua esposa de olhar cansado, carregado e preocupado, que só pede a Deus que conserve o marido até às Bodas de Ouro, que estão aí a chegar. E o marido prostrado, totalmente dependente, aborrecido por o tirarem da cama e cheio de tentativas falhadas de se levantar da cadeira de rodas.

E depois fechamos as portas de cada uma destas casas e percebemos que, de alguma forma, a nossa vida mudou. Pensamos em todos aqueles clichés; que somos uns sortudos, que temos a melhor vida do mundo, que somos abençoados. E os clichés começama fazer sentido, porque realmente temos muita sorte por não viver naquelas condições. Mas também temos muita sorte por podermos conhecer aquela realidade, aqueles outros mundos tão diferentes dos nossos. São mundos que nos transformam e nos enriquecem. Que nos abrem os olhos. Que nos acordam para a vida. E que nos dão uma força e uma resistência estrondosas.

 

Não posso deixar de louvar mesmo o trabalho das auxiliares responsáveis pela higiene e pelos cuidados aqueles idosos. Um trabalho duríssimo, fisica e psicologicamente. E um trabalho que lhes exige um estômago do tamanho do mundo! É preciso coragem e gosto pelo que fazem, só assim aguentam tudo aquilo.

Ácaros = A-A-A-Atchim

 

Decidi-me a ir a um Alergologista. E agora o meu braço esquerdo assemelha-se bastante a um bracito de toxicodependente. Tendo em conta que amanhã vou trabalhar para uma equipa de rua e que a probabilidade de encontrar seres não só com braço de toxicodependente é elevada, tenho para mim que, se o braço não for tapado, a integração está facilitada.

 

Tanta pica, tanta pica para descobrir que sou alérgica a todo o tipo de ácaros e levemente a cães. Cientificamente falando, o trabalho doméstico não é para mim. Será que passam atestado? Não? Mesmo? Ah, ok, o meu quarto está a precisar de ser limpo e se ninguém o limpa os ácaros ficam por cá e depois atchim-atchim-atchim e as olheiras crescem ainda mais e , e, e...Ok. Não tenho desculpa.

 

(Aqui entre nós que ninguém nos ouve, a verdade é que o que eu queria mesmo era ter umas alergias como o meu "home" que esgota o espaço no braço para testar aquilo a que é alérgico. Para já arranjei os ácaros, se comprar o médico talvez arranje um braço cheio delas como ele. Assim, como almas gémeas que somos, partilhámos tudo!)

 

Novo desafio

E o meu despertador amanhã vai tocar às 7h da manhã, em pleno Agosto de férias (mas já com o calor a fugir). O motivo? Inicio amanhã um novo desafio: integrar as equipas de rua e apoio domiciliário de uma Instituição de Solidariedade Social. Confesso que é uma área na qual não tenho muita experiência e a qual nunca exerceu muito fascínio sobre mim, mas sou curiosa, sou aventureira e gosto de desafios. Além disso, o meu currículo está a precisar urgentemente de vida, que é como quem diz, de coisas novas que o enriqueçam. Já os meus bolsos nada enriquecerão, uma vez que vou em regime de estágio voluntário.

Aguardam-se as primeiras impressões...

Abaixo do limiar

Mischa Barton

Ouvi na Sic :

"Mas 1000euros por mês não é classe média, é miséria."

E apercebi-me (ou melhor, confirmei as minhas suspeitas) que eu consigo ultrapassar, bem, bem para baixo, o limiar da pobreza.

Posto isto e mais algumas questões adicionais, não admira a minha posição face à minha actual ocupação laboral. Fico tão, mas tão longe da miséria!!! Onde está a vida com que sempre sonhei e pela qual sempre luto?

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