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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

eu e a minha tese

 

Charlize Theron

...estamos de costas voltadas, que é como quem diz, desentendidas...vá, se calhar sou só eu que estou sem a miníma paciência para ela, ou se calhar são estes textos infinitos que ando a ler que não me dizem absolutamente nada (apesar de terem sido expressamente recomendados pelo meu orientador)...e vendo bem as coisas, se calhar, mas se calhar mesmo, sou mesmo eu que não estou in a mood para estas coisas.  

   Agora se me dão licença (não vão dar pois não? Lindos!) vou deprimir mais um bocado - leia-se "Por favor, por favor, não permitam que me debruce sobre aqueles artigos intragáveis. E por favor, por favor, carreguem-me a vontade doida de trabalhar arduamente nesta treta".

Nem o álcool gel me safou

     E por aqui a semana começa com uma valente constipação, daquelas que nos fazem espirrar de 5 em 5 segundos e nos põem uma cara assustadoramente doente e que ainda nos contempla com os olhares desconfiados de todos aqueles que se cruzam com os nossos espirros.

   Não fiquei de quarentena (mas gostava e precisava) e ir trabalhar assim foi um verdadeiro sacrifício. Agora se me dão licença vou curtir este miminho sozinha e encomendar uma palete de lenços de papel.

 

[Este post cumpre as normas de higiene e segurança recomendadas pelas sms da DGS.]

Fomos todos exercer o nosso direito

   As decisões estão tomadas. Cada um pôs a cruzinha no que e onde quis, ou não pôs a cruzinha em lado nenhum, o que também é um direito ou nem sequer se deu ao trabalho de olhar para aquela folha A4 carregadinha de promessas de um país perfeito e dada a taxa de abstenção, muita árvore foi abatida inutilmente...ao menos que usem as sobras para folhas de rascunho! 

   A `Na esteve quase a continuar na sua onda de abstenção, uma vez que os queridos que trataram do seu cartão do cidadão resolveram mudar o número de eleitor e não avisar e aqui a je não constava de qualquer lista. Felizmente as novas tecnologias salvam-nos sempre e uma simples sms resolveu tudo, o que me leva a concluir que eu paguei para votar! E novidade das novidades, eu votei! Ao contrário do esperado, incluindo por mim própria, eu pus uma cruzinha algures, pela primeira vez numas eleições (acto só repetido no referendo sobre o aborto). Foi uma decisão reflectida depois de muito ouvir "não vota, também não pode reclamar". Logo eu que gosto tanto de reclamar...do que me ia queixar depois? E depois percebi que existiam pessoas que eu não gostaria de ver a governar o nosso país. Ora se não gostaria e tenho o direito à escolha, porque não exercer o meu direito, sempre com a filosofia do "não voto num partido mas numa pessoa".  E assim foi. Exerci o meu direito e fiz uma escolha, independentemente de ela ser ou não a eleita.

   O vencedor foi escolhido e não me manifesto sobre essa escolha, embora não me tenha surpreendido, não fossemos nós um povo que muito reclama e pouco faz. Resta-nos sossegar as criancinhas do nosso país, pois a "chantagem do Magalhães" parece  ter terminado em bem e pela certa muitos Magalhãezitos chegarão às mãos deliciadas dos nossos benjamins. Parecendo que não, muitos daqueles professores revoltados deverão ter atenuado a sua raiva ao perceber que poderia não haver mais Magalhães e e-escola. E depois, como iam conseguir manter uma turma interessada durante toda uma aula sem a ajuda dessas piquenas máquinas milagrosas? E os pais como iriam passar sem a doce chantagem do "se te portares bem e fizeres tudo deixo-te jogar no Magalhães"? Uma pessoa tem de pensar em tudo em momentos de decisão como o de hoje.

   Resta-nos esperar para ver o que sairá daqui, mas sem muito esperar. Pela minha parte já me dou por satisfeita de, pela primeira vez, ter oficialmente direito a reclamar e criticar!

Com o Outono...

 

Jennifer Aniston

...caem as folhas, caem as temperaturas (essa parte ainda vimos acontecer este ano), caem os cabelos, caem as castanhas, caem (esperemos!!!) as gordurinhas acumuladas durante e Verão e cai a nossa motivação, a nossa auto-estima, o nosso ego, a nossa força (física!), a nossa vivacidade, a nossa energia...(e ao que parece, até está cientificamente comprovado).

   Esperemos pelos ventos que varram as folhas do chão e esta onda negativo-down dos nossos (meus?) dias.

É bom saber que "alguém" se preocupa connosco

   Sabe sempre bem pegar no telemóvel depois de um daqueles dias de trabalho que nos dão vontade de gritar, pegar nas nossas coisinhas e bye bye, fui, e descobrir uma bela mensagem cujo remetente é D.G.S. e que nos diz "Com sintomas de gripe fique em casa e ligue 808242424 ou contacte o seu médico. Reforce as medidas de higiene. Evite contagiar os outros". Que fófinhos, não são? Ora eu tenho o nariz meio entupido e espirrei umas quantas vezes hoje (embora tenha rinite alérgica) e sinto um cansaço estúpido que não me deixa fazer nada (embora tenha tido um dia de loucos com crianças rebeldes aos berros e esteja cada vez mais desmotivada para aquele trabalho), será que isto não são sintomas de gripe? Não? Não mesmo? É só mesmo a parte do "fique em casa" que me interessa...

   E agora questiono-me: primeiro, onde raio arranjaram o meu número e segundo, já chegamos a um estado pandémico tal que é necessário enviar sms para o povinho a relembrar aquilo que já todos ouviram, no mínimo, 6780 vezes? Haja paciência para esta gripe e para aquele trabalho.

A (in)utilidade do sofrimento

Megan Fox

   O sofrimento é intrínseco à condição humana. Uns de forma mais intensa do que outros, todos acabam por o vivenciar. O sofrimento tem múltiplas formas de expressão e múltiplas fontes. É sempre subjectivo, na causa e na(s) consequência(s). É humanamente necessário ao crescimento pessoal, à mudança, à aprendizagem, porque representa um período de crise, de dor, de desespero, de reflexão e tudo o que nos faça pensar faz-nos mudar. Preferencialmente, para melhor. Mas o sofrimento é também extremamente inspirador. Todos os grandes feitos artísticos têm por base momentos de profundo sofrimento. Fingido ou real. As músicas que saltam para os tops são aquelas que cantam amores perdidos, ilusões desfeitas, perdas insubstituíveis. Os best sellers literários são aqueles que contam amores impossíveis, sofridos, mas com finais sempre felizes e de sonho. Os filmes que enchem salas de cinema são aqueles que nos comovem até à pontinha dos pés e que fazem chorar as pedras da calçada. O ballet dança sofrimento a cada passo. A ópera grita sofrimento (mas que raio percebes tu de ballet e ópera?). As reportagens jornalísticas que ganham prémios retratam histórias de sofrimento, com ou sem finais felizes. E é o sofrimento que inspira tudo isto, que vende tudo isto e que nos prende a tudo isto. Vivemos aquele sofrimento como se fosse o nosso e comparamos sofrimentos, ora positiva, ora negativamente: "Como posso queixar-me da minha vida perante tudo isto?" ou então "Isto comparado com a minha vida não é nada".   

    Perante tudo isto, como podemos ignorar o sofrimento? Como podemos negá-lo. Está na nossa vida desde sempre e para sempre. Vivido ou sentido. Visto, lido, ouvido...está em nós. E enche-nos o ego. A alma. Inspira-nos a sentir e a criar. A criar sentimentos, emoções e vida. Para nós e para os outros. Promove crescimento e mudança. Em nós e nos outros. É útil. Para nós e para os outros.

Parece que ela até tem uma músiquinha

 

   Depois dos filmes, das revistas, das histórias, das bandas desenhadas e dos temas para trabalho de casa, ela também já tem uma música bem catita, que fizeram questão de martelar toda a tarde aos meus ouvidos. Qualquer coisa do tipo "Sem beijinhos, nem abraços, blá, blá, blá, porque ela anda aí...". Que mais podemos esperar?

   Ah! Estava a falar do vírus da moda: A, Gripe A.

Constatação vergonhosa

   Acabei de fazer um testezito muito engraçado que nos informa acerca da nossa orientação política. Eu que não percebo nada de política e que nunca votei em qualquer um dos partidos constatei, VERGONHOSAMENTE, que o meu resultado poderá estar totalmente influenciado pelo facto de não ter percebido mais de metade das perguntas...

   Sinto-me humilhada.

 

   Quanto ao resultado e apesar de eu ter exagerado na posição "neutro" e na pergunta relativa à probabilidade de eu vir a votar em qualquer um dos diversos partidos existentes (nem sabia que eram tantos) ter escolhido, em todos, NUNCA, o Sr. Teste achou que eu me aproximo das políticas do actual PS. Será que o Sr. Ministro Zé viciou o teste só para inspirar os mais indecisos? Hum...Nah, nah, daqui não leva nada. Nem tu, nem ninguém. 

As ditas demonstrações de poder

   A polícia de intervenção tem andado pelo bairro do Aleixo, no Porto. Depois de rusgas, apreensões e muita pancadaria desnecessária, hoje estavam a fazer aquilo que os próprios denominam como "demonstração de poder". Nas palavras dos mesmos: "A operação teve dois objectivos: identificar e deter os responsáveis pelo apedrejamento e combater o tráfico de droga no bairro. Foi uma forma de demonstrarmos que não permitimos que seja posta em causa a nossa autoridade".

  Ora para quem lá pára e não se limita a passar e olhar para aquela gente com desprezo ou pena, o que vemos é apenas e só (para além da cena hollywoodesca, de polícias completamente equipados a bater com os seus orgulhosos cacetetes na palma da mão), medo, medo e medo, revolta, miséria e uma grande, grande ressaca que os deixa completamente de rastos, mas que mesmo assim vivem com uma calma e resignação que até assusta. Rodeiam a carrinha unicamente para terem o que comer e para encontrarem uma palavra de apoio e um ombro de desabafo.

   Não desvalorizando o trabalho das forças polícias e compreendendo a sua importância, não consigo não me pôr no lugar daqueles consumidores que enchem os bolsos ao "peixe grande" da zona e que acabam sempre por ser as maiores vítimas. Ninguém os mandou consumir, ok concordo. Foi uma fraqueza, uma cobardia, um acto irresponsável, uma loucura, um erro, o que quer que lhe queiram chamar. Mas uma vez lá dentro, nenhum de nós calcula o quão difícil é sair daquele mundo, com aquelas histórias de vida, com aquela estrutura psicológica, com aquela ausência de tudo o que nos dá vida.

   Cria-se um elo e, a partir daí, não conseguimos não sentir por eles e com eles. Para além do vício.

  

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