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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

O que é que se vê por aqui?

Gossip Girl new season

Graças a esse maravilhoso mundo que é a internet o 1º episódio da 3ª temporada, estreada ontem nos EUA, já cá rolou (que, by the way, teria sido um pouco mais interessante não fosse a breve referência ao quido do Cristiano Ronaldo. Começo a ter medo de o poder vir a ver num futuro episódio...)!! Quem não gosta de sonhar com a vidinha boa (e as roupinhas e os sapatinhos lindos!) desta gente do Upper East Side?

Weeds, season 3, 4 e 5

Apesar de já ter uns aninhos, só descobri agora esta série, que tão bem retrara a vida de aparências dos subúrbios americanos.

 

Enquanto se aguarda pela estreia da 6ª temporada de

 

Oh retratos de vida fútil, como vocês me enchem a vista e me preenchem as horas vagas...

 

Acerca do Sr. Engenheiro - Ministro

Antes de tudo o mais, esclarece-se que: Não gosto de política. Melhor, não percebo absolutamente NADA de política. Não tenho orientação política. E não voto. Ponto. Embora já tenha recebido 4 beijinhos do "bubu" Mário Soares em pleno palco do Coliseu do Porto, em ainda mais pleno período de campanha. Não perguntem como fui lá parar.  

  

  Gosto de "deitar o olho" a alguns frente-a-frente políticos, não pelo conteúdo em si, mas pelo comportamento (verbal e não verbal) dos intervenientes. Ora um dos que mais curiosidade me desperta é precisamente o nosso "primeiro" Eng. José Sócrates. Decisões à parte, não o acho propriamente bonito, mas consigo perceber o tal charme de que certas pessoas falam, um charme mais pela postura do que pelo físico. Tem um sorriso engraçado, veste-se elegantemente bem e sabe posar para uma câmara. Não sei se é bom ou mau político (para mim são todos iguais, só mudam de cor), mas reconheço-lo a arrogância e a teimosia necessárias a um vencedor (de certo modo, lembra-me até o nosso mister José Mourinho). Mas o que me faz verdadeiramente confusão no Sr., a mim que as questões políticas não me interessam, é o seu discurso. Não o conteúdo do discurso, mas a forma como o profere. O discurso político formal e o discurso informal, político ou não. É que, para mim, cada frase parece completamente encenada. Não no sentido de falsa ou mentira, acalmem-se as esquerdas e as direitas. Encenada como se cada palavra tivesse sido programada, controlada, exaustivamente preparada e escolhida a dedo. Como se estivesse constantemente a ler de um teleponto invisível, como se estivesse a ensaiar uma qualquer cena de uma peça de teatro. E depois todas aquelas citações de escritores famosos, políticos famosos, poetas famosos e toda uma série deilustres pensadores tornam a coisa ainda mais...encenada! Fico à espera de captar alguma naturalidade no Sr. Ministro e tudo o que ganho são frases bonitas do tipo "Eu penso com a imaginação"...Bora lá pôr a imaginação a trabalhar, Zé? Naturalidade aumentaria-lhe o tal charme, for sure...

  

Dura vida

 

   Quando vemos um traficante bater num consumidor à nossa frente, pegar nas suas coisas (que são tudo o que lhe resta), atirá-las para um buraco repleto de lixo, enquanto diz "fora daqui, não te quero aqui" (só porque não lhe comprou o "produto" a ele) e no olhar da vítima vemos apenas e só a humilhação, o vazio imenso e a tristeza de uma vida nada fácil, enquanto nos fala a medo, com a voz tremida, sumida, ausente e nos diz "oh, estragou-me a fruta toda que eu tinha para comer", sentimo-nos pequeninos e o nosso coração fica apertado, apertadinho, durante horas, horas, horas...horas...horas...pelo seu olhar, pela sua voz, pela sua postura, pela humilhação a que foi sujeito, pela reacção que (não teve), pelo ser humano desfeito e compeltamente perdido que sobrevivia à minha frente...

   A vontade? Espetar o agressor com muitas, muitas agulinhas da cabecinha até aos pés e atirá-lo ao buraco (confesso que em off, na carrinha, depois das portas fechadas e trancadas, o dito cujo foi fortemente insultado e amaldiçoado por nós, lindas meninas bem comportadas).

 

   E porque uma pancadaria nunca vem só ainda houve espaço para nova queixa, num outro bairro, cujo discurso chegou a roçar o cómico: "Oh Dra, o Pescador deu-me um estalo só porque eu não lhe respondi a uma pergunta. Mas eu sou obrigado a responder a tudo o que ele me pergunta? Ele não gosta de mim, que eu sei, é porque eu não paro ali muito com eles, mas ele vai ver, que eu tenho aí um amigo que é grande, não é assim pequenino como eu, e eu vou pedir-lhe pra lhe dar uma coça. Eu é que não quero estar a incomodar-me. Dá-me mais suminho, dá-me?"

 

Apesar de tudo, começo a gostar verdadeiramente deste trabalho e de entrar na vida daqueles que já não a têm.

Contingência sff, contenção pf

   As palavras de ordem dos últimos dias (meses?) são: plano de contingência. Só pelo nome, parece uma coisa "chique" de se fazer e de se ter. Parecem que andam por aí todos a competir pelo melhor plano: nós desinfectamos as mãos 3589 vezes ao dia e vocês? Ora no meio de tudo isto, o que eu acho quase, quase cómico são as ditas contingências em locais onde se trabalha com crianças: escolas, colégios e afins. Parece que nesses locais e a avaliar pelo que vi na televisão, existem líquidos desinfectantes no portão da escola, nas portas das escolas, na porta da cantina, nas portas das salas e em todas as outras portas que por lá existam. O objectivo é que TODAS as crianças e jovens usem o tal líquido sempre que passarem por um desses frasquinhos. Mais, cada um terá de desinfectar o seu pc e respectivo rato antes de o usar e, esta é a minha preferida, sempre que um aluno espirrar na sala de aula, deverá ir ao WC lavar as mãozitas e uma contínua será chamada para desinfectar a mesa do criminoso.

   Ora, eu não sou professora (embora seja chamada por esse nome diariamente), mas trabalho com crianças num ATL e facilmente me apercebo da incompatibilidade entre a teoria destas coisas e a prática. Crianças em grupo, a correr de um lado para o outro, histéricas, com as hormonas aos saltos, ansiosas pelo momento da brincadeira, estarão dispostas a "um passo-tcheq desinfecta-outro passo-tcheq desinfecta outra vez". E tenho para mim que espirrar passará a ser uma das suas actividades preferidas, já que será sempre acompanhada de uma visita ao WC e respectiva interrupção na aula.

   Não me interpretem mal. A prevenção é importante. Hoje e sempre. Com ou sem A na gripe. Mas não se pode cair no exagero que roça o rídiculo. Ou contratam "inspectores da Gripe" ou estas medidas não irão passar do papel. Com o tempo sempre tão limitado quando se lida com crianças, todos estes controlos me parecem quase impossíveis.

   Ainda mal começamos e parece-me que já precisamos de umas revisões. Contingências, contenção e espírito prático, pf.

Enquanto o calor não se vai

   A minha determinação para parar (ou pelo menos diminuir) o consumo quase obsessivo de gelados também não se vai. E já se sabe que, quando a cabeça e o corpo não têm juízo...o corpo é que paga!

   Mais um não vai fazer mal, pois não?

 

(E assim se faz um post absolutamente fútil e de gaija...a culpa é da reentré!!!)

 

Por aqui vive-se assim...

   O quarto-de-banho? Literalmente, totalmente, completamente, desfeito, esburacado, partido, vazio, horrível, cena de filme de terror.

   Água? Não corre nem uma gotinha nos canos velhos que serão substituidos por novos.

   A casa? Uma nuvem de pó abateu-se sobre ela.

   Os seus habitantes? Sobrevivem, entre muito azulejo e tijoleira a ser partido, muito pó, muito barulho e muita, muita, mas mesmo muita, paciência (e cansaço)!!!

   E tudo começou...apenas hoje...

O que de ti em mim ficou

 

   Os amigos não são para a vida. Ou quase nunca o são. São para momentos, para fases, para alturas, para idades, mas para a vida inteira...dificilmente. De acordo com a etapa de desenvolvimento, eles tornam-se mais ou menos importantes e são também mais ou menos, em quantidade entenda-se. Na idade adulta são poucos, mas normalmente dos bons. A vida foi nos ensinando a escolher as amizades, a "avaliar" cada pessoa, a tecer as impressões correctas. Mas na adolescência eles são tudo e mais alguma coisa. A par com os "primeiros amores", dão cor, sabor e significado à vida. Enchem os telemóveis de mensagens e os dias de sorrisos e momentos inesquecíveis. Nessas alturas, pensámos e acreditámos mesmo que eles vão estar sempre ali e que nós vamos também estar sempre ali com eles. Acreditamos que ainda melhores momentos virão e que, sempre que quisermos ou precisarmos, ou simplesmente nos lembrarmos, eles surgem, como se de um golpe de magia se tratasse. O pior é quando os golpes não são só de magia, mas também de mentira, de desilusão, de dor, que são tanto mais duros quanto maior a importância da pessoa que nos fere. E é quando os amigos são mais importantes para nós que os golpes mais doem e mais marcam. Deve ser por isso que, até hoje, não consigo ficar indiferente sempre que o meu caminho se cruza com o daquele alguém que, até há 6 anos atrás, era, de longe, a minha melhor amiga e que num instante, num gesto e numa série de palavras não ditas e outras falsas, me feriu, me desiludiu, me enganou e me marcou. Para sempre. Por muito que eu negue, por muito que eu não pense nisso. A dor está lá, recalcada. E hoje, quando a vi e a cumprimentei a memória encheu-se de recordações. Não do que fomos, mas do que perdemos. Não dos imensos momentos fantásticos, mas dos "últimos" momentos. Aqueles momentos que arrancaram uma parte de mim: aquela que acreditava na amizade plena entre duas pessoas e me fazia confiar nas pessoas.

   E, estupidamente, dou por mim a pensar nela e a tentar perdoar-lhe. E, estupidamente, percebo, conscientemente, que nunca lhe vou conseguir perdoar. Que os momentos passados não voltarão, que tudo poderia ter sido diferente, que ela poderia não ter feito o que fez, que ela poderia não ter dito o que disse, que ela poderia não ter mentido como mentiu e que ela poderia não ter pedido desculpa tantas e tantas vezes como o fez, reavivando tantas e tantas vezes a minha memória e uma parte adormecida dos meus sentimentos. E, ainda mais estupidamente, tomo consciência que muitas vezes até sinto a falta dela e a nossa falta.

   Hoje, depois dos cumprimentos e da conversa de circunstância, virei-lhe as costas que ela apunhalou e percebi que ela está e estará cá dentro, junto com as recordações. As boas e as más, que teimam em prevalecer e que, desde esse momento, me puseram negativamente nostálgica.

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