Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Hair cut. Ego`s up

Blake Lively

O que eu gosto do cabelito desta Gossip Girl, que é para lá de gira.

   Fui cortar o cabelo. Ao sair da cabeleireira não senti o efeito desejado. Aquela auto-estima redobrada, o sentir-me bem por ter um novo visual. À excepção de uma ténue satisfação (alívio?) por, durante uns dois dias, me ver livre dos meus incansáveis caracóis, ficou tudo na mesma.

   Felizmente existem as crianças neste mundo, para nos proporcionarem (breves) momentos de felicidade. Ora senão vejamos:

Facto 1 - S (7 anos). Vê-me entrar. "Tiraste os caracóis? Deixa-me tocar. Que fofinho. É fofinho. Olha, anda ver como está fofinho" (acto repetido inúmeras vezes ao longo da tarde).

Facto 2 - M. (9 anos). Entra na sala. Olha para mim e "Uau! É só gente bonita aqui hoje! Ó professora (sim, sou eu), sim senhora...UaU!".

Facto 3 - S (9 anos). Entra na sala. Olha para mim. Sai a correr. "Venham ver, venham ver, a professora (outra vez eu) está de cabelo esticado".

Facto 4 (e o meu preferido) - S. (6 anos). Entra na sala. "Esticaste o cabelo? Ficas um espectáculo": Cinco minutos depois: "Ficas um espectáculo com o cabelo assim." E caso dúvidas ainda existissem no meu ego, não há duas sem três: "Estás um espectáculo professora".

Afinal sempre valeu a pena cortar o cabelo. Ou pelo menos esticá-lo.

 

Escusado será dizer que todos estes comentários vieram de meninas. Porque os meninos ficaram-se por um "Foi ao corte".

Eu e o Saramago

Fugi das páginas de Saramago com a mesma persistência com que fujo das páginas do Lobo Antunes, do Gabriel Garcia Marquez ou do Philip Roth (entre outros que não me vêm agora à cabeça). Não que tenha algo contra as páginas destes senhores (e senhores mesmo, a avaliar pelo sucesso que fazem), aliás já li dois ou três livros do Garcia Marquez, um do Roth e do Lobo Antunes não li mas não morro sem o fazer, simplesmente é um tipo de literatura que não me agrada. Demasiado descritiva, demasiado pormenorizada, demasiado "ronda-que-ronda-que-ainda-não-é-altura-de-saberem-do-que-estou-a-falar". O que não lhes tira o mérito. Pelo contrário. Atribui-lhes ainda mais, afinal é precisa uma imaginação sem limites para tanta palavra perfeitamente encaixada uma na outra. Ao Saramago metia-o no mesmo saco. Sem motivos (tal como uns tantos outros). Até um dia.

O meu primeiro encontro com o nosso nobel foi há quase 5 anos. Um título captou a minha atenção ao passar pela secção dos livros do Continente: "As intermitências da morte". Trouxe-o comigo para casa. Li-o, mas não me rendi. Hoje reconheço que me faltava maturidade literária naquela altura. O segundo encontro deu-se em 2009, graças à adaptação cinematográfica do seu "Ensaio sobre a cegueira". Gostei do filme, adorei o livro. E nasceu ali um qualquer elo. O terceiro, e último, encontro deu-se já este ano. "Caim" foi o motivo, a polémica a responsável. E o que que gostei daquela escrita. Leve, mas clássica, com retoques de uma língua passada e termos tão tradicionais que já hoje não se ouvem (nem leêm) por lado nenhum. O quarto encontro estará para breve (foi adiado apenas pelas recentes aquisições nos saldos da Bertrand!) e o cicerone já foi escolhido: "Ensaio sobre a lucidez", onde volta a haver uma cegueira branca, mas desta vez de votos. Uma espécie de continuação do Ensaio sobre a cegueira, aqui sob a forma de crítica ao poder político. E assim temos mais um "E se um dia..." tão típico deste senhor e que afinal tanto me atrai. E se um dia ninguém mais morresse...E se um dia todos cegassem....E se um dia todos votassem em branco...E se um dia alguém tivesse a coragem de enfrentar Deus, revelando o seu lado pouco sagrado?

Com certeza Saramago terá ainda muito mais para me dar a descobrir. Página a página, poderá conquistar mais uma fã (não que precise de mais mas...).

 

Já faço parte daqueles milhares que puseram os óculos e viram...

E gostaram! Surpreendentemente. Um filme que, à partida, não teria absolutamente nada a ver comigo, surpreendeu-me e encheu-me as medidas, do início ao fim. Não é nenhuma obra prima do cinema, chega a ser previsível até, mas são 160 minutos que não cansam. As mensagens estão lá, o impacto é forte, cá dentro qualquer coisa mexe-se ao ver imagens de destruição, de determinação, de união.

Recomendo. A 3D. E com muitas pipoquinhas!!!

 

Problemas de expressão

Marie Louise Parker

   "Devia ser como no cinema / A língua inglesa fica sempre bem / E nunca atraiçoa ninguém..."

    Cantavam os Clã os seus "Problemas de Expressão" e canto eu. O português é, de facto, uma língua traiçoeira, enfadonha, complicada e cheia de pormenores. Apercebo-me disto à medida que mergulho cada vez mais (e mais fundo) na leitura em inglês, por motivos académicos. No inglês parece que tudo soa melhor, que todas as palavras combinam umas com as outras e que até as repetições dão vida a um texto. Já no nosso português é preciso ler e reler um texto centenas de vezes o pormenor: faltam as vírgulas, os parágrafos são demasiado longos, as palavras repetem-se e não sabemos qual utilizar para substituir, as ideias perdem-se, as expressões não se adequam ao pretendido...pensar em inglês parece mais simples que pensar em português.

   As palavras na nossa língua pesam como blocos de cimento. Falam mais do que o que queremos e deixam sempre algo por dizer. Tudo bem que nós temos a saudade e eles apenas sentem falta num miss you (não estaremos a falar da mesma coisa?) e temos o gosto de ti, ou o adoro-te ou o amo-te e eles desatam ao love you para todas as situações. Se calhar não são mais limitados que nós, limitam-se apenas a serem práticos e precisos. Love you. Ponto. Enquanto nós fazemos joguinhos de palavras e sentimentos e andamos ali no "digo ou não digo" e acabamos por jogar pelo seguro, que é como quem diz, acabamos por não nos comprometer. E depois, o inglês tem aquelas expressões deliciosas que queremos assumir como nossas de imediato e ansiámos pela oportunidade de as proferir. Fantástica Marie Louise Parker na série Weeds a responder "Uh-Uh...Been there, done that..." , sem o escusado discurso "eu já passei por tudo isto antes, já sei qual o resultado e as consequências disto, por isso não volto a cair no mesmo erro" (passamos de 4 para 25 palavras).

   Tudo isto para dizer que preferia falar inglês e pensar em inglês. Facilitaria em muito alguns aspectos da minha vida (e tenho para mim que acabaria a minha tese bem mais depressa). Ou se calhar, o defeito é mesmo meu.

 

PS - Efeitos semelhantes poderão ser provocados em mim assim que souber e compreender mais de 3 palavras em italiano, língua que eu acho linda, charmosa, romântica, chic, elegante and so on...

Amor de pai

Jude Law e o seu filho giro-giro! Bons genes...

 

Se há coisa que eu acho absolutamente enternecedor é um pai que diz, pensa e sente: "Os meus filhos são os melhores do mundo" e o demonstra constantemente, independentemente da hora ou do local. O amor paterno é algo que me derrete o coração aos extremos da pieguice e acho absolutamente lindo ver um pai com o filho ao colo, um pai a brincar com o filho, um pai a mimar o filho. E num só gesto temos mais uma prova de que os homens não são aqueles seres frios, distantes e desligados que por aí se diz.

O instinto paternal é uma daquelas coisas quase divinas. Porque nós as mulheres (Ok! Eu devo possuir um qualquer erro de programação!) parece que vimos geneticamente programadas com esse instinto maternal e com o amor incondicional a um (ou mais) novo ser, ao ponto de sermos capazes de nos anularmos, a nós e à nossa vida, por uma outra vida. Conseguimos ser mãe e pai. Incansáveis, nos cuidados, na protecção, na educação e no amor. As verdadeiras mulheres e, portanto, as verdadeiras mães, fazem um trabalho magnífico, não fossem elas Mulheres, esse gigante que tudo domina, tudo vence e tudo resolve. Mas há pais que são uma dádiva divina. E que fazem um trabalho tão bom ou melhor que as mães. E que, com isso, me derretem o coração e quase me fazem pensar: "Se ser pai é tudo isto, então vale a pena ser mãe".

Um bem haja aos papás deste mundo que amam sem limites.

 

Costas em chama

 

Talvez uma flor ajude. Precisamente ali, no sítio da flor, tem estado uma dor irritantemente incomodativa há demasiado tempo. Estar sentada é um verdadeiro pesadelo. E estar sentada é apenas e só a forma como eu passo a maior parte do meu dia, seja a trabalhar, seja a tratar da tese.

Sugestões de alívio?

 

Pág. 1/2