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Preciso urgentemente de um daqueles serviços "arrumo o seu closet" que inclua, já agora, o dito closet ou, no mínimo, um espaço extra no meu guarda-vestidos! Eis que hoje andei a arrumar o meu guarda-vestidos e constatei que ele é de facto um guarda-VESTIDOS. Estava até entretida a contá-los, quando o embaraço me fez parar no vestido número 24 ao verificar que ainda havia mais! Perante este número e toda a restante parafernália de camisas, túnicas, casacos, calças, saias, camisolas, tops e até fatos (dos quais nunca consegui gostar, sobretudo no formato pendant calça-casaco), não há espaço nem para mais um travessão para o cabelo neste quarto.
Posto isto, achei por bem ter uma conversa séria com a minha mummy. "Mummi, mummi, tu lembraste quando eu era pequenina e fofinha e tu me davas sempre uma roupinha nova na Páscoa? Um conjuntinho completo...e depois iamos passear para a foz e o pai tirava-me fotografias giras (Portugal do século XX era assim!)...Mal posso esperar para irmos escolher a roupa nova que me vais dar na Páscoa deste ano!" E lá fui eu a sonhar com uns vestidinhos giros pelos quais os meus olhos se apaixonaram...
P.S- Sapatos? Também já não há espaço para os guardar. Mas isso é porque o meu pai tem mais sapatos do que eu!
Li algures: "Há um dia em que as pessoas morrem para sempre dentro de nós" (Maria João Lopo de Carvalho, em Adopta-me) e questionei-me: Será que esse dia existe mesmo? Será que morrem? A memória, a recordação, não será, precisamente, aquilo que de mais valioso possuimos e que nos permite eternizar momentos, sentimentos e pessoas?
Os sentimentos perfeitos encontro-os, mais uma vez, nestas palavras de Miguel Sousa Tavares, na sua crónica "Eternamente":
"Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
(...)
E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu para sempre."
Não, não. Só na compra de vestidos e mais vestidos e mais vestidos. E echárpes. Era isto.
P.S. - Da foto acima, pode ser tudo, ok?
"...se no começo existiam tão poucos seres humanos sobre a face da Terra e hoje existem tantos, de onde vieram essas novas almas? (...) A nossa alma transforma-se em duas, estas novas almas transformam-se noutras duas e assim, nalgumas gerações, estamos espalhados por uma boa parte da terra. (...) assim como nos dividimos, também nos reencontramos. E este reencontro chama-se Amor. Porque quando uma alma se divide, ela divide-se sempre numa parte masculina e numa parte feminina. (...) Os seres humanos estão todos interligados (...). Em cada vida temos a obrigação de reencontrar, pelo menos, uma dessas Outras Partes. O Amor Maior, que as separou, fica contente com o Amor que volta a uni-las.
- E como posso saber quem é a minha Outra Parte?
(...) Era possível conhecer a Outra Parte pelo bilho dos olhos - assim, desde o início dos tempos, as pessoas reconheciam o seu verdadeiro amor. A Tradição da Lua tinha outro processo: um tipo de visão que mostrava um ponto luminoso acima do ombro esquerdo da Outra Parte. (...)
- Correndo riscos. Correndo o risco do fracasso, das decepções, das desilusões, mas nunca deixando de procurar o Amor. Quem não desistir de procurar, vencerá. (...)
- Podemos encontrar mais do que uma Outra Parte?
Sim. (...) E quando isso acontece, o coração fica dividido e o resultado é dor e sofrimento (...).
(...) Somos responsáveis por reunir, pelo menos uma vez em cada encarnação, a Outra Parte que com certeza irá cruzar-se no nosso caminho. Mesmo que seja apenas por instantes; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que justifica o resto dos nossos dias.
(...) Também podemos deixar que a nossa Outra Parte siga adiante, sem a aceitar, ou, sequer, percebê-la. (...) E por causa do nosso egoísmo, seremos condenados ao pior suplício que inventámos para nós mesmos: a solidão."
"Brida", Paulo Coelho
Quantos "E se..." deixámos em aberto na nossa vida?
Se o livre-arbítrio é a maior benção humana, não poderá também ele matar partes fundamentais da nossa vida?
E se...
There you are
Your beauty consoles me
I've gone far
And I almost didn't find you
And I almost lived without you
There is nothing in this world
I'd rather do
Than live in you
Here we go,
Our favorite adventure
You should know
I was never more complete
And I never thought I'd see
The meaning of my life
Wrapped in you
Next to me
If you ever fear
Someday we might lose this
Come back here
To this moment that will last
And time can go so fast
When everything's exactly
Where it's at
Its very best