Back from Bulgária
Sunny Beach, Bulgária
O que tenho a dizer da Bulgária?
Sunny Beach, a zona onde estive, transpira turismo, o que só por si me surpreendeu, tendo em conta o passado do país e a recente entrada para a UE. Trata-se de uma "cidade artificial", na medida em que foi construida única e exclusivamente para quem lá chega. Não encontraremos nem um espacinho livre, tal é a quantidade de hóteis, supermercados, bares, restaurantes, discotecas, lojas e todo o tipo de diversão que possam imaginar. Sunny Beach é um apelo à diversão, onde os sons dos diversos bares se misturam com as cores das diversas atracções que completam a principal avenida marginal. Para onde quer que olhemos há algo para ver e para comentar. E há gente, quantidades enormes de gente, desde o chinelo ao salto alto, desde o sapato ao pé descalço, desde o vestido ao calção, sem nunca esquecer o biquíni.
O biquíni esse é muito preciso, tal é o calor que o país nos oferece. "Praiar" muito é a palavra de ordem durante o dia. Obrigatório também é ir a banhos no Mar Negro e por lá ficar durante longos períodos de tempo, longe de uma areia que escalda e perto de uma água com uma temperatura bem agradável. Não se assustem com as cores das bandeiras, porque uma ondinha que nos molha o calcanhar é suficiente para as pintar de amarelo. De vermelho nunca as vimos, mas tenho para mim que significarão ondas capazes de molhar os joelhos. Já que estamos numa de sustos marinhos, cuidadito com as alforrecas que no último dia nos ofereceram um cenário digno de postal: uma praia cheia, mas um mar completamente vazio de gente. E carregadinho delas. Claro que os mais aventureiros lá entravam, com os olhos a rodar à procura delas. Eu incluída. A temperatura da água era demasiado boa para ser desperdiçada logo no último dia. E claro que esses aventureiros fugiam a sete pés quando as viam. Eu incluída. E claro que os menos aventureiros gritavam histéricamente quando sentiam qualquer coisa a roçar no corpo. As crianças, claro. E eu.
Se querem gastar muitos euros, este não é o sítio ideal para ir. Primeiro porque gastam Leves e segundo porque 1 Lev equivale, arredondando a coisa, aos nossos 50 cêntimos. Ou seja, "barato é festa". Mesmo em zona turística, os preços são bastante acessíveis e a maioria das coisas são mais baratas do que no nosso país. E se querem imitações de tudo quanto é marca, eis o local perfeito para as encontrarem.
Se queremos falar dos aspectos menos positivos, falamos da comida, dos búlgaros e dos atrasos nos voos.
A comida, mesmo estando numa cadeia de hóteis internacional, não primava pela variedade nem pelo "huumm, que bom!". Pareceu-me tudo muito esquisito e com demasiadas misturas e, algumas vezes, o restaurante da piscina, que nos ofereciam tudo o que de mau há para comer, era a melhor opção, com pizzas, batatas fritas, hamburguers, cachorros, massas, saladas e gelados. E por falar em gelados, comi-os todos os dias, está claro. Muitas das vezes mais que uma vez por dia, já que os tinhamos ao almoço, ao lanche e ao jantar e quase sempre acompanhados de um outro doce qualquer, já que os semi-frios eram bastante agradáveis ao paladar. Cuidamos da linha, portanto, como se pode concluir.
Os búlgaros não são o povo mais hospitaleiro do mundo, e muito menos o mais simpático. Pelo menos, a maioria dos búlgaros. Têm um ar carrancudo e fechado, demasiado sério para quem vive num local com tanto sol e movimento. Não dizem Bom Dia, não respondem ao Thank You e não sorriem. Talvez sintam o peso das barreiras linguísticas ou talvez tenham um passado demasiado pesado sobre as costas e não sejam capazes de se libertar dele. Ou talvez sejam povos do Leste e isso explique quase tudo.
Se gostam de praia, que não as paradisíacas, mas com um mar magnífico; se gostam de locais com sons, energia, cores e muito movimento; se não se importam de comer menos durante uns dias; se querem noites loucas e dias calmos, a Bulgária pode oferecer-vos isso.
E muito ficou ainda por conhecer. Entretanto, há fotos para mostrar.