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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Dos homens que nos acompanham

 

 

 

   Não gosto de ir às compras com o homem atrás. Eu bem tento, mas a coisa não é a mesma e o motivo é bem simples: é que ele, por muito boa pessoa que seja, e é, e mesmo fazendo todos os esforços para parecer que está mesmo a gostar daqueles momentos, ao fim de 5 minutos já não consegue disfarçar aquele olhar de tédio que só diz "então, ainda demoras?". E eu demoro sempre, e muito! Até que acabo por perceber que aquilo já é um sofrimento sobrehumano e "vamos embora, não tem nada de jeito", o que, bem vistas as coisas, nem deve ajudar nada ao caso, afinal ele deve ficar com a sensação de que aquilo foi realmente e verdadeiramente uma perda de tempo.

   Mas há homens assim, que nos acompanham em todos os momentos. Em todos. Há homens que nos levam a ver roupa só porque sabem que isso nos agrada (se bem que eu só gosto de ver aquilo que, se quiser, posso comprar); há homens que vão para a secção dos livros connosco mesmo que não gostem de ler e nunca concordam com o "enquanto vês aqui os computadores e assim eu vou ali para os livros"; há homens que entram na mesma loja vezes e vezes sem conta porque sabem que gostamos de ver "as novidades"; há homens que nos perguntam todos os dias "o que queres fazer hoje", mas que todos os dias são capazes de nos surpreender.

   O meu homem é assim: atento e presente em todas as situações. E isso para mim nem sempre é fácil de gerir. Ele está comigo em cada momento e não evita um telefonema de "onde estás". E eu confesso que às vezes tenho vontade de lhe dizer "estou aqui, mas este momento é só meu". É injusto. É. Talvez seja. Ou talvez seja apenas eu que não consigo viver permanentemente acompanhada, pelo menos fisicamente acompanhada. Primeiro porque preciso dos meus momentos e segundo porque os nossos momentos podem ser a junção do meu momento e do momento dele, juntos, fazendo cada um a sua coisa.

   Tenho a certeza que o meu Mr.Big nunca me vai falhar e que mais facilmente lhe falharei eu, que saí com este feitio complicado e egoísta. Ele sabe quem eu sou, como sou e como consigo ou não consigo viver. E, imagine-se (!), ele até parece que gosta um bocadinho grande de mim, assim com estes defeitos todos e estas birras e manias. Afinal, se não gostasse um bocadinho grande de mim não estava sempre presente em todos os momentos. Em todos. Os homens assim são uns amores, só precisam é de perceber que nós mulheres precisamos sempre do nosso tempo-espaço, sem que o tempo-espaço que lhes dedicamos no nosso coração sofra qualquer alteração.

Hate blogs

 

 

   O que motiva a inveja blogosférica é coisa que me deixa realmente curiosa. Se calhar eu também gostava de obter rendimentos do meu blog, se calhar eu também gostava de receber umas ofertas e uns convites, quem sabe até um ou outro patrocínio. E se calhar eu até gostava mesmo de "pavonear" as minhas malas Louis Vuitton ou Prada e mais os sapatos Loubotin ou mais que o valha. E se calhar, se tivesse tudo isso, também mostrava no meu blog, porque quem segue um blog segue porque gosta do que por lá se publica, sejam futilidades ou assuntos mais profundos. É isso que a blogosfera tem de bom: mostramos o nosso mundo, na proporção que queremos, e deixamos que os outros o conheçam, se identifiquem, ganhem sugestões, aprendam ou abanem a cabeça em discordância. Há espaço para tudo. O feedback que recebemos é bom ou menos bom, por isso existe a chamada gestão de comentários e se alguém diz algo no nosso espaço que eu não gostamos temos todo o direito de carregar no delete. Afinal, o espaço, embora aberto ao mundo, é nosso e quem não gosta, não volta. É nesta liberdade que tudo se constrói. Nesta liberdade que é de expressão e de publicação, afinal ter gostos e opiniões diferentes ainda é um direito universal, assim como o direito a expô-los. Mas neste mundo blogosférico parece que nem todos pensam o mesmo, ou melhor, o problema parece que é mesmo todos pensarmos de forma diferente, pois aí somos sempre presenteados com aqueles comentários fofinhos do género "sua pecadora do demo, como te atreves a pensar de maneira diferente da minha. Toma lá um comentário mauzinho e um ódiozinho de estimação".  

 

   Mas o que eu não percebo mesmo é essas pessoas que seguem determinados blogs porque não gostam deles! Imagine-se! Entrei, vi, olhei, não gostei, não voltarei. Mas não. Há gente que entra, vê, olha, não gosta e volta, dia após dia. E mais! Não só vê o que diz que não gosta, como ainda se dá ao trabalho de criar, essa própria pessoa, um blog para criticar, maldizer ou escarnecer daquilo que não gosta mas visita todos os dias. Não percebo sinceramente a utilidade da perda de tempo desta gente do maldizer.

 

   Felizmente e que eu saiba os meus hate moments têm sido poucos. Entre um "és fútil/és consumista/falas de barriga cheia/és depressiva/andas sempre a passear de um lado para o outro (I wish!!!)", lá nos vamos aguentando. E com mais aguentariamos. Afinal o blog é meu e, por isso, só por isso, publico o que bem me apetecer. Espero sinceramente que nunca ninguém perca o seu precioso tempo comigo a escrever sobre aquilo que não gosta.

  

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