Os próximos 365, perdão, 366, dias
"Ano novo, vida nova", dizem alguns. Passado o primeiro dia do novo ano eu pergunto: o que mudou na vossa vida?
Esta parece-me mais uma daquelas frases cliché que usámos porque toda a gente e porque nos parece bem dizê-la, embora não faça qualquer sentido quando a única coisa que muda é um ou dois dígitos no calendário.
A mudança do ano não tem de se traduzir numa mudança de vida e a verdade é que, aumentos à parte, para a maioria a nossa vida hoje é exactamente igual à de ontem. É que isto das mudanças de e na vida, para o bem e para o mal, acontecem quando menos esperamos e não se anunciam com fogo de artifício e jantares de 90 euros. E se a coisa depende de nós, então não é um novo calendário que deve motivar-nos a mudar.
É por isto que me deixei de planos e desejos e uvas passas das quais nunca gostei. O brinde foi com chá e os pedidos foram os mesmos que faço todos os dias sem excepção, a todas as horas, em jeito de pedido e agradecimento que está sempre comigo sem nunca ser expresso em palavras.
Acima de tudo estou grata pelo que tenho. Tão grata hoje, como ontem às 23h59m, como a semana passada, o mês passado ou o mês que vem. E continuarei a lutar por uma vida melhor todos os dias do ano.
Na verdade, o que vai mudar é que estou mesmo a ver que nos próximos dias me vou fartar de enganar a escrever a data...