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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Quando a romaria nos invade a casa

   Tenho a festa da terrinha literalmente à porta de casa durante os próximos 4 dias...isto ainda agora começou e eu não sei o que é pior: se a novena todos os dias às 21h desde o passado fim-de-semana e transmitida nas colunas pela rua fora e pela minha casa dentro (estou pró na reza do terço e em tudo o que é música passível de acompanhar a reza de um terço), se a música pimba até à 1h, se as colunas a passarem publicidade por cima de música pimba até à 1h, se a música dos carrinhos de choque (já perceberam, portanto, que isto de música é um fartote e todas ao mesmo tempo), se os trauseuntes que se passeiam na rua para cima e para baixo e que conseguem fazer-se ouvir por cima de toda esta miscelânia de sons, se o cheiro a farturas e afins absolutamente insuportável, se a barraquinha do doce teixiera mesmo aqui em frente, se aquela barraquinha de pipocas aqui ao lado (a única coisa positiva, portanto)...

   Animação não falta, portanto!

Um país em chamas

   Aqui pelo norte do nosso país parece que estamos a ver o mundo por uma lente embaciada. O motivo é o inferno de chamas em que se tornou o nosso país nos últimos dias. Por cá não há céu azul durante o dia, nem céu estrelado à noite. O sol não consegue brilhar em todo o seu esplendor e muitas noites nem a lua conseguimos ver de forma clara. Há uma nuvem enorme de fumo no ar que nos entra pelas casas e pelo corpo dentro e não nos deixa respirar plenamente. Deitamo-nos com o fumo, levantamo-nos com o fumo, vivemos com ele. Com o fumo.

   Depois há os que vivem com o fumo, o fogo, as chamas, o calor abrasador, o medo, a perda, a dor, o desespero e até a morte. E desses nem consigo falar, pois se aqui o fumo nos perturba, que espécie de vida e sobrevivência será a daqueles que estão no terreno, sejam bombeiros que lutam um luta cruel e injusta, sejam as populações em perigo que perdem tudo da forma mais cruel e absurda possível. E é de lamentar que, mais uma vez, verão e calor seja sinónimo de fogo incontrolável, terra queimada e vidas perdidas. Até quando é que este vai ser o nosso cenário de verão?

   De pouco adiantará, mas não consigo passar sem deixar uma palavra de força a todos os bombeiros que travam esta luta inglória e tenebrosa há tantos dias, muitos deles de forma totalmente voluntária. Um bem haja para todos eles, mais odo que nunca soldados da paz.

Sabemos que o verão está a chegar ao fim..

...quando saimos do trabalho às 20h e temos de acender os médios pela primeira vez em meses. Depois disto é esperar pela depressão pre-fall que chega sempre com a certeza de que o verão é sempre curto demais. 

   Vamos aproveitar a estação magnífica até ao fim! 

«A Sombra do Vento», Carlos Ruiz Zafón

 

Numa manhã de 1945 um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona. Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.

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   Não conhecia a obra de Carlos Ruiz Zafon, embora já tivesse ouvido falar muito e bem deste escritor, especialmente deste livro. Desconhecia completamente o estilo das suas narrativas e não estava à espera de as incluir na categoria do mistério, que é sempre um estilo que, sendo bem escrito, acaba por nos prender ao livro. COnfesso que estava à espera de algo um pouco mais emocional e forte, mas foi um livro de fácil leitura e que a determinada altura devorei para saber como ia terminar. 

   Já explorei um pouco os restantes livros desta escritor, que me parecem todos encaixar dentro de uma mesma categoria. Ainda assim, quem já leu os restantes, recomenda?

 

   E agora volto à literatura lusófona, com uma primeira viagem pelas palavras de João Tordo. 

A psicologia e a fé de cada um

   Apesar de a instituição onde trabalho ser completamente católica-apostólica-românica e a maioria dos nossos idosos serem católicos, temos uma minoria que professa outras religiões.

  Esta semana, em visita domiciliária a uma utente e à sua filha, ambas testemunhas de Jeová, cruzei-me com dois dos seus "irmãos", que é a forma como se tratam as pessoas que têm aquela crença em comum. Não sei se foi propositado ou não, até porque desconhecia completamente as pessoas que lá estavam, mas assim que me sentei, enquanto aguardava que os "irmãos" terminassem a sua visita (parece que é algo muito comum nesta religião, o visitarem-se uns aos outros, especialmente em tempos de maior necessidade ou dificuldade, o que eu acho fantástico), fiquei com a sensação que o discurso daqueles dois senhores tentava pura e simplesmente "vender-me" a sua religião, já que cada simples frase era acompanhada de uma longa teoria acerca dos princípios da religião. A dada altura começaram mesmo a dirigir demasiado o olhar para mim. Claro que não faltaram as acusações à igreja catolica, que a dada altura se tornaram mesmo insultuosas, o que me pareceu completamente desnecessário e de lamentar. Provavelmente a minha postura refletiu essa minha sensação, já que um deles acabou por dizer "peço desculpa se a ofendi e não sei qual é a sua religião...". Não sei se terão percebido a mensagem com a minha resposta seca de "acima de tudo respeito todas as crenças", mas imediatamente ripostaram com um rude "vocês das psicologias não ligam nenhuma estas coisas da religião, são mais de outras áreas...".

   Meus senhores e minhas senhoras, nós, os das psicologias, ligamos e muito a essas coisas da religião, simplesmente porque a religião é um dos principais pilares da personalidade de muita gente, especialmente dos idosos. Eu valorizo, e muito, a fé e as crenças de cada um, já que é isso que explica, justifica, fundamenta, estrutura, muitos dos comportamentos, pensamentos e ideias das pessoas. A crença religiosa de cada idoso é uma das perguntas que fazemos logo nas nossas fichas de inscrição e no nosso diagnóstico mais "psicológico" exploramos a forma como cada um vive a religião e quais os hábitos que tem. Por isso, minhas gentes com pensamentos retrogados, a psicologia e qualquer trabalho psicológico é inseparável das questões religiosas. Eu preocupo-me em conhecê-las, expolorá-las e saber um pouco do fundamento teórico de casa religião dos nossos idosos. Mas acima de tudo, e psicologias à parte, eu respeito todas as crenças, e respeito foi aquilo que me pareceu faltar a estes dois "irmãos".

É o que dá abundarem mulheres no mundo

   O mulherio português não pode ver uma gaja boa que logo perde a capacidade de controlar as invejas e dores de cotovelo. Vai daí, toca a descascar forte e feio na tal gaja boa, porque não é natural algum ser humano de sexo feminino ter um corpinho de cair para o lado e ainda gostar de o mostrar na televisão. A Rita Pereira não se livrou de mais um destes ataques do poder feminino. Eu não vi, mas parece que mostrou um corpo escultural lá no programa dos bailaricos e logo a imprensa procurou descobrir como é que tal coisa é possível. Claro que o mais fácil é culpar a faca e as cirurgias. A Rita Pereira defendeu-se e diz que os melhores cirurgiões do mundo foram os pais dela. A ser um corpo naturalmente esculpido (o que até não me parecei impossível) abençoados pais ela tem e alguém nos dê a força dela para treinarmos o suficiente para chegarmos a metade de corpo. A ser fruto de uns ajustes cirurgicos aqui e acolá, ninguém tem nada que se ralar com isso.

   Não acompanho o trabalho da Rita Pereira, não a acho das mulheres mais bonitas da nossa praça, mas, para mim, é uma mulher portuguesa muito muito jeitosinha, com um corpo (e um cabelo!) para lá de espetacular. Eu também gostava de o ter para mim, ou em mim, mas vai-se a ver os meus pais não são tão bons cirurgiões, mas interessa-me lá se é um corpo genético, de ginásio ou de bloco operatório? Deixai as invejas de lado, ocupai-vos com os vossos corpos e deixai a rapariga mostrar as curvas dela. Para as mais interessadas, ou invejosas, podem sempre comprar revistas e descobrir os segredos de um corpo escultural, pois desconfio que este será o assunto das próximas 35 publicações da pink press.

 

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