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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Goodbye summer

 

   E assim se acaba a melhor época do ano...para já, não consigo ver nada de positivo no fato de os dias mais frios e curtos estarem a chegar. Tudo bem que me agrada a possibilidade de poder voltar a usar os meus blazers (os adquiridos nos saldos nunca foram usados!), mas saber que os dias em que poderemos sair à rua só com um casaquinho são passageiros retira qualquer satisfação que isso poderá ter. Mal posso acreditar que vão regressar os dias de cortar a respiração de tão frios que são, as dores nos ossos, as constipações, os aquecedores atrás de mim, a cama carregada de cobertores, a vontade de comer coisas mais calóricas para nos sentirmos falsamente mais quentes...e a certeza de que dias como os que agora terminam, de sol, calor, pouca roupa e muita praia, só para ano...para o ano! Falta taaaaanto para o Verão!

«Singularidades de uma rapariga loira», Eça de Queirós

Estreia literária de Eça, “Singularidades de uma Rapariga Loura”, aparece, pela primeira vez nas nossas livrarias, na forma de livro autónomo. Associadas às “Singularidades”, surgem “Seis Cartas de Fradique Mendes”. Por uma razão: ambas as narrativas são protagonizadas por louras que inspiram histórias de amor muito peculiares. Duas histórias, duas louras, com prefácio de Maria Filomena Mónica e a cronologia de Eça de Queirós.

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   Terceira leitura de férias.

   De vez em quando sabe bem voltar aos clássicos, especialmente se são os "nossos" clássicos.

   Se gostei? Nem sim nem não. É um conto pequeno, que se lê de uma assentada só, mas que não nos oferece nada de novo ou de repetido. Uma história sem sal, bem longe desse expoente máximo dos Maias...ainda assim, é Eça e por isso merece toda a nossa atenção.  

Das boas notícias

«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.»

Passado nos recônditos fiordes islandeses, este romance é a voz de uma menina diferente que nos conta o que sobra depois de perder a irmã gémea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza. O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo.

 

Novo livro de Valter Hugo Mãe, dia 20 numa livraria perto de nós :)

"Before Midnight"

   Finalmente consegui ver este filme. Já por cá disse que sou completamente apaixonada por estes dois e "Before Sunset" é, de loooonge, o meu filme favorito de todos os tempos. Nunca vi mais nenhum filme com diálogos tão ricos, que surgissem de forma tão espontânea e natural como acontece neste filme, que não precisa de mais nada para além destas duas personagens para encher o ecrã e os nossos corações. Por isso mesmo, estava ansiosa para ver este filme e perceber o que aconteceu a estes dois.
   Para começar tenho já de dizer que me desiludiu o facto de existirem filhos...que querem, é esta minha veia anti maternidade que pensa que todos os casais dão felizes a dois. Fiquei logo com um pé atrás...hum...ele tem um filho da ex que deixou para ficar com o grande amor da sua vida (outra coisa não seria possível), com quem teve gémeas...hum...mas felizmente o filme coloca pouco ênfase na canalha, o que bastou para quase me esquecer que existiam crianças no meio. Depois achei completamente desnecessários aqueles diálogos dos e com os amigos. Não trazem nada de importante para a história do casal, que é o que realmente nos interessa no filme. E, tal como disse anteriormente, os dois bastam-se, os dois sós, e mais as suas conversas, são mais que suficientes para fazer um filme inesquecível.
   Outra surpresa: ela está completamente impossível de aturar. Mesquinha, despropositada, inconveniente, mázinha q.b. para o pobre rapaz que se transformou em homem. Assustador pensar que há tanto de nós, mulheres apaixonadas, naquela personagem. E ele está como sempre foi, completamente rendido a ela, capaz de tolerar todas as suas birras e ainda brincar com a situação, cheio de amor pela pessoa cheia de defeitos que ela é, pleno retrato de todos os homens que amam as suas mulheres incondicionalmente, que é a única forma de amor mas a mais difícil de encontrar.
   E lá estão eles os dois, com os seus mundos completamente diferentes, um racional outro emocional, mas perfeitamente encaixados nas particularidades de cada um.
   Não posso dizer que gostei mais deste filme que dos anteriores, especialmente do penúltimo, que acho impossível de superar, mas gostei de rever este casal, até porque poucos "casais" encaixam tão bem, enquanto personagens, quanto estes dois o fazem.

 

 

«Os Pilares da Terra - vol.II», Ken Follett

 

Segundo volume da obra-prima de Ken Follett.

Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história.

Recheado de suspense, corrupção, ambição e romance, "Os Pilares da Terra" é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.

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   Segunda leitura de férias.

   Não há muito a dizer de Ken Follett que ainda não tenha sido dito. Depois do primeiro volume, não podia deixar de saber os destinos de tão interessantes personagens. São 600 páginas (que arrumei em menos de 4 dias) repletas de aventuras que nos prendem e cativam...

   Qualquer dia parto para os dois volumes que dão continuidade à vida em Kingsbridge... 

«O Remorso de Baltazar Serapião», Valter Hugo Mãe

Numa Idade Média, os feudais abusam dos seus direitos. Baltazar, o protagonista deste romance, foi criado com a pobreza e com a violência numa família em que a vaca - animal de estimação - parece, afinal, ter tanta importância como a mãe. Porém, no meio da escuridão, Baltazar vê a luz: Chama-se Ermesinda e é a mais bela a ajuizada da aldeia. E o casamento acontece como uma bênção dos céus, preparando-se Baltazar para a educação esmerada da sua esposa, uma vez que as mulheres, já se sabe, são ignorantes e, também por isso, muito perigosas. Mas eis que, ainda quase não houve tempo para os dois se conhecerem, o senhor põe os olhos em tão bela e apetecível criatura. E logo reclama que a mesma o visite todos os dias pela manhã, quando dona Catarina, a mulher, ainda descansa... O que se passa nesses encontros ninguém sabe, mas o que Baltazar adivinha mortifica-o e enlouquece-o. Escrito numa linguagem que pretende representar a língua arcaica e rude do povo ignorante medieval, O remorso de Baltazar Serapião é um romance sobre o poder sinistro do amor e uma metáfora inegável da violência doméstica que ocupa notícias nos jornais.

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   Primeira leitura de férias.

   Valter Hugo Mãe é assim a minha mais recente paixão literária. Gosto-lhe da escrita, porque é sentida, emotiva, pura, dura e às vezes roça um bocadinho o ridículo, ao ponto de nos deixar a pensar "mas quem é que se iria lembrar de escrever sobre isto?". Em muitos momentos se assemelha a alguns livros de Saramago o que para mim é a cereja no topo do bolo.  

   Este livro tem momentos realmente duros, mas de descrição de puro do lado mais agressivo e animalesco do ser humano. Não sendo dos meus favoritos até agora, devorei-o em 24h...é Valter Hugo Mãe, que se pode fazer?

De como me apaixonei novamente pelo Algarve

   Quando era miúda,as "férias de verão" eram sempre pelo nosso país. Começamos pela Póvoa de Varzim, quando era mesmo muito, muito pequenita, e depois, como a maioria dos portugueses, descobrimos o Algarve e por lá ficamos durante uns bons anos. Lagos foi a localidade escolhida durante cerca de 7/8 anos e nunca me cansei daquelas´férias. Mas depois descobrimos "o estrangeiro", ao mesmo tempo que o Algarve se deixou levar pelas massas e se tornou um local onde era caro passar férias, comparativamente com os preços oferecidos por outros destinos fora do nosso país. E assim lá nos metemos num avião à descoberta de ilhas espanholas (já tenho saudades de Maiorca, é verdade), praias do sul de Espanha, Tunísia, Bulgária, Cabo Verde...nunca senti saudades das férias por terras que são nossas, já que o que encontrava lá fora era sempre melhor ao que conhecia do Algarve.

   Este ano tive a oportunidade de passar férias fora e dentro do nosso país. Já havia regressado ao Algarve há cerca de 2 anos, para os dias em Monte Gordo, mas foi apenas este ano que eu fiz definitivamente as pazes com o sul do nosso país. Há qualquer coisa no ar alrgarvio que não há em mais nenhum lado. É um cheiro que nos preenche assim que vemos a placa "Algarve" e que não sentimos em mais local nenhum e que fica connosco mesmo depois de partimos. Tinha-o cá dentro desde as primeiras férias que passei por lá, há mais de 12 anos, e este ano pude recarregar os frasquinhos internos que nos acompanham. Há muito que um local de férias não me preenchia tanto como o Algarve o fez durante esta última semana. Há muito que não sentia o quanto é bom passar férias no nosso país, de falar na nossa língua, de comer as nossas comidas e conviver com as nossas gentes. E há muito que não via uma praia tão bonita como a prai de S. Rafael, eleita algures como a 4ª praia mais bonita do mundo!

   Conclusão: estou novamente rendida ao sul do nosso país e volto lá sempre que quiserem! Fico satisfeita por ter encontrado um Algarve a rebentar pelas costuras numa altura em que só se fala de crise e de ter percebido que a melhor zona turística do nosso país está finalmente ao nível de outros locais turísticas internacionais, em termos de qualidade, preços, hotéis, serviços, hospitalidade...

   Uma palavrinha especial para a região de Albufeira, por onde estive e que não conhecia. Agradou-me bastante vê-la tão limpa, tão organizada, tão apresentável, tão cheia de vida e alegria.

   Mais do que nunca, férias no nosso país, yes please! Obrigada Algarve por voltares a ser um lugarzinho especial cá dentro.