Nunca como agora se deu tanta importância às questões do corpo e da nossa imagem. Há uma valorização excessiva destas questões, somos bombardeados com teorias, sugestões e proibições e a dada altura somos totalmente escravos do nosso corpo e da nossa saúde.
Hoje dei por mim a pensar "Sábado vamos jantar fora, há pecados alimentares garantidos no jantar (apesar de ser um jantar do ginásio!), por isso toca a começar já hoje as restrições alimentares para compensar os pecados de sábado e mantê-las depois do jantar". Depois parei um segundo, racionalizei a coisa e pensei "mas isto é rídiculo! Doentio!". Ora eu tenho cuidados diários com a alimentação, treino sem excepção 3 vezes por semana, raramente cometo pecados alimentares a sério, não peso sequer 50 kg, porque raio é que estou preocupada com a possibilidade de comer uma francesinha,coisa que já não como há 6 meses?!? Doentio certo?
Tenho de admitir que muitas vezes, demasiadas, caio nestas preocupações excessivas de "ai que eu comi uma batata frita deixa-me já saltar para cima da balança". É certo que me preocupo com o meu corpo, com a minha forma física, com a minha saúde; é certo que tento ter 1001 cuidados com a alimentação; e também é certo que não me permito faltar a um único treino e sempre que não consigo cumprir a minha rotina de desgaste me sinto mal. Esta é a pessoa que eu me tornei. Mas às vezes precisava de não ser tão controlada e ser capaz de pensar com a cabeça racional e não com a cabeça dos quilos.
O que está à nossa volta não ajuda. Revistas, livros, jornais, blogs, facebook, televisão...somos inundados com pressões emocionais, psicológicas e visuais para sermos perfeitos, termos o corpo perfeito e a boca perfeita. E quem nos diz isto é...perfeito! Ou pelo menos assim parece! Hoje em dia tudo nos faz mal, não podemos comer uma lista infindável de alimentos e restrição ou proibição parecem ser as palavras de ordem! E nós lá nos iludimos e vivemos a contar quilos e calorias e hidratos de carbono e o mais que nos venha à cabeça. Podemos realmente ser felizes assim?
Já várias vezes disse isto: ser saudável tem de surgir naturalmente em nós. Tem de ser um estilo de vida e não uma preocupação. E se a maioria das vezes eu já consigo ser naturalmente assim, sem sentir que estou proibida de comer ou fazer isto ou aquilo, há momentos em que fraquejo e que deixo de cometer um belo pecado alimentar com receio de engordar ou do mal que isso fará ao meu corpo, esquecendo-me que para mim os pecados alimentares são uma excepção e, por isso, completamente permitidos!