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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Olha o iogurte do bem!

   Não sei se já perderam 10 minutos do vosso tempo a analisar as tabelas nutricionais do iogurtes que estão no mercado. 

   Eu já o fiz algumas vez e consigo sempre assustar-me, especialmente quando passo para os iogurtes supostamente mais saudáveis (vulgo "light"), que nos deveriam oferecer opções boas e equilibradas especialmente nas quantidades de açúcar e gordura, mas que muitas vezes são bombas calóricas! 

   Sendo eu uma monstruosa consumidora de iogurtes, analisar esta composição nutricional é uma prioridade para mim e depois de muito procurar e me desiludir já há algum tempo que me mantenho fiel às coisas simples: iogurtes magros, sempre! E, salvo raras excepções para desenjoar, os iogurtes cá em casa são sempre naturais magros (não açucarados). Depois de muito procurar encontrei as minhas duas opções que me pareceram mais saudáveis: o iogurte natural slim da marca continente e o grego natural ligeiro do lidl. O pingo doce também tem uma opção grego light com um pouco mais de gordura, comparativamente com os do lidl. 

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   Quanto aos iogurtes líquidos, que não aprecio tanto mas que por vezes bebo para um lanchinho mais rápido e ligeiro, tenho-me virado também para os slim da marca continente, já que acho todas as restantes opções excessivamente doces, especialmente os Corpos Danone ou Activia. 

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   Fugindo dos iogrutes lácteos, confesso que sou adepta de um bom yofu, nomeadamente os da Alpro Soya, natural ou de coco. Os dos restantes aromas são deliciosos é certo (e o lidl tem uns igualmente saborosos e bem mais acessíveis) mas mais uma vez muitos deles têm quase dois pacotes de açucar lá dentro! 

   Nem sempre é fácil escolhermos os melhores iogurtes, mas a regra é quanto mais simples e menos cor e sabores tiverem maiores as garantias de estarmos a comer algo minimamente saudável. Tudo o que tem na embalagem as palavras "cremoso", "pedaços" ou "tentação de" ou aqueles que nos prometem sabor a cheesecakes e doces que tais está mais que visto que, apesar de poderem ter um sabor agradável, estão cheio de tudo o que nos faz mal!

 Gostava de conhecer as vossas escolhas, porque a partilhar é que aprendemos e descobrimos coisas novas!

 

 

 

Porque a vida é mesmo isto

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   Por mais que nos custe acreditar. Por mais que pareça impossível, mentira, ilusão ou daquelas coisas que é bonita de se dizer mas impossível de cumprir. A vida é isto, com um final feliz, que é o final que nós acreditamos desde o início que é possível de acontecer.

   Boa semana! 

Divertida-Mente

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  Se há livros que fazem parte do Plano Nacional de Leitura, há filmes que deviam fazer parte de alguma espécie de Plano Nacional de Cinema. Este é sem dúvida um deles! Quando pensamos que a Disney/Pixar já teve todas as ideias fantásticas do mundo para filmes de animação, eis que surge este Divertida-mente, Inside_Out no título original. 

   Basicamente o que este filme oferece a miúdos e graúdos, especialmente graúdos da "área das emoções", é uma excelente lição sobre as emoções, sobre a forma como o nosso cérebro gere essas emoções e a importância fundamental de cada uma delas na estruturação das nossas memórias, do nosso pensamento e da nossa personalidade. De forma fantasiada e bem colorida e animada, está lá tudo, com as nossas memórias transformadas em pequenas esferas coloridas de acordo com a emoção que as gerou! As emoções/personagens principais são cinco: a alegria e a tristeza assumem os papéis principais, às quais se juntam a raiva, o medo e o nojo. A partir daqui é uma bela lição ligeira mas real de como funciona o melhor que nós temos, que é o nosso cérebro. A forma como ada uma delas gera comportamentos em momentos específicos, a transformação das memórias de curto-prazo em memórias de longo-prazo durante o sono, a formação de memórias-base que vão contribuir para a construção da personalidade individual de acordo com as vivências (fantástica a ideia de materializarem cada característica de personalidade que se vai formando em pequenas ilhas que se podem construir ou destruir de acordo com a experiência), o comboio do pensamento que transporta as nossas memórias, uma equipa que análise as memórias de longo prazo e que aspira aquelas que já não nos serão úteis atirando-as para o poço do esquecimento, a terra da imaginação, do pensamento abstracto, do raciocínio lógico e até uma lixeira, o nosso inconsciente, onde está tudo aquilo que queremos esquecer ou esquecemos mesmo. 

   Este é daqueles filmes que vale mesmo a pena ver. Não será tão recomendado para crianças pequenas, pois não compreenderão a verdadeira essência e objectivo deste filme, mas para os mais cresciditos, para adolescentes e até para nós adultos é realmente uma preciosidade! E aquela tristeza, que tanto tememos mas que tem um papel tão importante na história, é só o bonequino mais fofo dos últimos tempos! 

   Vejam, por favor! Para nos conhecermos melhor. 

"... aqueles que o testemunhassem lá saberiam o que fazer com aquela recordação..."

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As vítimas caminhavam angustiadas, mas longe de imaginar o que as esperava. Havia-lhes sido prometido a permanência no campo, mas, para tal, deveriam primeiro tomar banho, desinfetar-se. Iludidas com essa perspectiva, entravam no edifício do crematório, despindo-se completamente. A seguir mudavam-se para a sala dos duches, de cujo tecto pendiam várias bocas de chuveiro. Já lá dentro, aguardavam que todo o grupo fosse instalado, até que a porta se fechava hermeticamente. Apesar das mentiras em que queriam acreditar, a ansiedade ia crescendo à medida que os segundos passavam e a água não corria. Até que, finalmente, todos os demónios irrompiam pela sala ao mesmo tempo. Quando o gás começava a fazer-se sentir, os corpos fundiam-se no desespero. Todos tentavam, por todos os meios, elevar-se o mais possível, para adiar a morte. Como se pede a uma mãe que escolha entre o ar que respira e o filho que lhe pende dos braços? Como se pede a um homem solidário que o seja ainda, quando, para viver, mais uns instantes, tem de pisar o rosto de um amigo? Os gritos eram a única expressão com que se podia dizer adeus a um filho, a um pai, a um irmão... Quanto tudo terminava e o silêncio atestava a morte, esperava-se mais um pouco até se abrir a porta e expor os rostos retorcidos. O inferno cristalizara-se nas suas expressões e aqueles que o testemunhassem lá saberiam o que fazer com aquela recordação. 

"Perguntem a Sarah Gross", João Pinto Coelho

«Perguntem a Sarah Gross», João Pinto Coelho

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Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador.
Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.
Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. A obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.

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   Não sei se alguns de vocês viram uma reportagem televisa recentemente inspirada neste livro. Foram a Auschwitz e isso é motivo suficiente para ter despertado a minha curiosidade. Não sendo uma história que mexa connosco, é um livro que nos prende da primeira à última página com a ansia de sabermos o que aconteceu. Sim, o que aconteceu, pois o livro passa-se em dois passados algo distantes, com uma brevíssima viagem pelo presente, um deles, como seria de esperar na época da 2ª Guerra Mundial. As personagens são fortes, são principalmente mulheres fortes, de garra e coragem. Não sendo real é sem sombra de dúvida representativo das muitas mulheres que lutaram e lutaram apesar de tantas dificuldades. 

   Ah! E é literatura nacional, só isso é motivo mais que válido para o lermos! 

So this who I am

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Nunca poderia descrever com outras palavras aquilo que sou. Aliás, nestes últimos 2/3 meses foi frase que repeti interiormente vezes sem conta:"Eu vergo, mas não quebro. " E é verdade. Orgulhosamente verdade. Pode doer, pode doer muito, mas para me quebrarem é preciso o impossível, ou bem perto disso. Porque todos nós somos de alguma forma inquebráveis. Basta querer e não temer. Que isto seja mote de vida para todos nós.

Porque os psicólogos também choram

E os psicólogos também são pessoas, com vida pessoal, com acontecimentos traumáticos, com crises de vida, umas esperadas e outras totalmente inesperadas. Também sofrem, também desesperam e também não encontram em si todas as respostas e todas as estratégias para lidar com os males do mundo e com os seus próprios males. Sofrem pela vida dos outros. Sofrem pela sua própria vida. E por vezes precisam que os ajudem. Os psicólogos também precisam de tempo para se restaurar, para colar os pedacinhos partidos, fazer terapia à alma e reaprender a amar, principalmente a gostarem mais de si próprios. E acreditem, essas experiências, tão humanas, só os tornarão mais entendedores do sofrimento alheio, não mais fracos ou mais incapazes.

excerto de um artigo publicado no Maria Capaz. Texto completo aqui.

   Tão, mas tão verdade. Se há por aqui alguém que também seja psicólogo/a concerteza que se identifica com estas palavras e se revê nelas. Nós, psicólogos, não somos super heróis da saúde mental; não somos exemplos da virtudes, comportamentos e de "always look to the bright side of life". Nós também sofremos, também temos as nossas maleitas, os nossos comportamentos e pensamentos questionáveis; nós tambem fraquejamos, também temos vontade de desistir e também temos momentos em que achamos que o mundo está para acabar. Somos humanos, importa não esquecer isso. Ok, somos humanos que foram "trabalhados" para ajudar os outros na exploração daquilo que de mais misterioso, complexo mas fascinante o ser humano tem, que é o nosso interior, mas somos humanos. Com tudo o que isso implica.

   Quantas vezes ser psicólogo não é, claramente, "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço"??? Ser psicólogo é uma profissão como qualquer outra e, por isso, carece de uma certa predisposição para tal. Acredito que todos nós nascemos para algo, e uns quantos de nós nasceram para ser psicólogos, que é mais ou menos dizer que nascemos mais para o outro do que para nós. Provavelmente há uma espécie de "personalidade de psicólogo" - é verdade que somos experts em empatia, em ouvir o outro, em saber o que dizer no momento oportuno (só nós sabemos o que isto custa às vezes!), em pensar positivo e transmitir optimismo ao mundo, em acreditar que o ser humano tem capacidade para tudo (e realmente tem!), em resolver problemas (os dos outros, os nossos é melhor nem falar), em identificar e gerir emoções (as dos outros, não mexam com as nossas), em controlar emoções e em usar uma capa de serenidade e "está tudo bem, vai tudo correr bem". É verdade que somos tudo isto e muito mais. E até é verdade que, ao contrário de outras profissões, o psicólogo tem mais dificuldade em despir o fato de trabalho e ser só pessoa isolada da sua profissão, de tão entranhadas e intrínsecas que são as características pessoais de um psicólogo. Mas não pensem que somos inquebráveis. Sofremos tanto como vós. Erramos. Desesperamos. Choramos. Desistimos. Precisamos de ajuda (que nem sempre nos é fácil pedir). Quebramos. Somos gente como vós. E, como vós, nestes momentos, acreditamos sempre que somos capazes de dar a volta e sorrir. Como vós.

   Um abracinho reconfortante a todos os meus colegas psicólogos! Haja empatia!

 

Os 10 mandamentos das relações humanas

  Aprendi na formação sobre inteligência emocional que fiz e vale a pena partilhar com vocês.

  1. Fale com as pessoas.
  2. Sorria para as pessoas.
  3. Chame as pessoas pelo nome.
  4. Seja amigo e prestativo.
  5. Seja cordial.
  6. Interesse-se seriamente pelos outros.
  7. Seja generoso em elogios e cauteloso a criticar.
  8. Saiba considerar os sentimentos dos outros.
  9. Preocupe-se com a opinião dos outros.
  10. Procure apresentar um excelente serviço.

   Parece simples, mas pô-los em prática fará toda a diferença, podem crer!

Memórias de um domingo de manhã

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Se há coisa de que recorrentemente me lembro da minha infância são as manhãs de fim-de-semana. Ansiava por elas toda a semana (tal como agora, é verdade). As rotinas repetiam-se sem cansar com aquela intensidade e inocência que hoje deixam saudades e eram simples mas plenas de significado: acordava sempre cedo, levantava-me o mais silenciosamente possível, ia à cozinha ao armário das bolachas, enchia um copo de leite e corria para a sala, onde me instalava no sofá a ver desenhos animados (no tempo em que os desenhos animados eram realmente desenhos animados infantis e cheios de cor e histórias para contar). Quase sempre havia a companhia de um gato, porque sempre me recordo de ter crescido com um gato e sempre preto. E era eu, uma manhã de fim-de-semana em que todos ainda dormiam, o gato, as bolachas, as migalhas no sofá (sim, havia sermão da mãe depois por causa das migalhas), a caneca de leite (mais tarde, foi substituída por uma taça de cereais Estrelitas) e muita vontade de ser criança feliz. Hoje, Domingo de manhã, estas recordações invadiram-me. Tal como é habitual acordei demasiado cedo para um Domingo (e as muitas dores de pernas dos 15km de trail de ontem à noite pedem tudo menos cama). Levantei-me o mais silenciosamente possível e fui á cozinha. A idade e a racionalidade puseram de lado as bolachas e os cereais, é certo, mas tomei o meu pequeno almoço igualmente reconfortante e fui para o sofá. Liguei a televisão, o gato veio ter comigo e saltou-me para o colo. Na televisão, desenhos animados suficientemente infantis para me trazerem recordações boas. Lá fora chove, é Outono, é cinzento. Mas esta recordação, que não pude deixar de fotografar, encheu- me de cor. É isto que nos faz. É isto que nos faz. Bom domingo.

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