Boa bonita semana
Que a nossa beleza seja sempre proporcional à plenitude de uma vida cheia e feliz. Boa semana. Que seja bonita.
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Que a nossa beleza seja sempre proporcional à plenitude de uma vida cheia e feliz. Boa semana. Que seja bonita.
Já há muito tempo que deixei completamente a fast food, mas esta moda dos hamburgueres artesanais e "caseiros" agrada-me. Um dos meus locais preferidos para os comer é na "Tasquinha do Caco" que no Porto conta já com dois restaurantes: um no centro da cidade, na R. de S. Lázaro e outro junto ao Hospital de S. João.
Não sendo o tipo de comida por que opte muitas vezes, esporadicamente aprecio uma visita a este restaurante para me lambuzar com um belo hamburguer de carne verdadeira, acompanhado por umas deliciosas chips de batata doce. O que mais me agrada nestes é o facto de serem servidos em bolo do caco, um "pão" típico da Madeira e que neste espaço tem uma variação deliciosa de bolo do caco de alfarroba.
Apesar de já ter experimentado o hamburguer de frango (que não apreciei por ter um certo travo a enchidos, que não suporto), escolho sempre o "oriental", que vem deliciosamente acompanhado de abacate, ananás e rúcula e no qual peço sempre para retirar o molho de maionese de caril que dizem ser muito bom, mas molhos não é mesmo a minha praia.
Só para terem uma ideia visual do que nos é servido deixo-vos uma foto do meu último jantar por lá. Já ia, não? #delicious
Se vivem pelo Porto e gostam de hamburgueres a sério, este é um local absolutamente obrigatório!
Há 9 anos visitei a Corunha em modo relâmpago, o que deixou aquela sensação de ter ficado muito por conhecer, vai daí, de Santiago de Compostela seguimos para a Corunha para uma operação "take Corunha in 24h"!. Foi só um dia mas serviu para confirmar que de facto a cidade é muito mais do que a impressão que a primeira visita me deixou.
A Corunha já pode ser considerada uma "grande cidade espanhola", o que implica muita movida e aquela coisinha inexplicável que as cidades espanholas têm e que tanto me atrai. Tivemos a sorte de ficar por lá na véspera de um feriado, ainda por cima noite de Halloween, pelo que sentimos ainda mais esse espírito espanhol de sair para a rua e estar na rua.
Mas vamos por partes.
Começamos a visita pela Torre Hércules, um dos mais antigos faróis da Europa ainda em funcionamento e um lugar bem bonito de nada a não ser farol, verde e mar. Ficamos claramente com aquela sensação que "o mundo acaba ali" e não há nada mais no horizonte a não ser mar e vazio. É um excelente local para relaxar, para nos sentarmos a apreciar a vida ou para fazer belas caminhadas junto ao mar.
Como o anoitecer chega mais cedo, aproveitamos o final do dia para conhecer o "Domus - Museo del Hombre", uma espécie de museu da ciência onde o lema é "conhece-te a ti mesmo" e onde tudo o que está exposto é interativo, de forma a conhecermos melhor o funcionamento de todo o nosso sistema e organismo. É certo que é um local mais indicado para crianças e jovens, mas vale a pena a visita, até porque o bilhete é bem baratinho (aliás, o preço baixo dos ingresso é de louvar em toda a Corunha): 2 euros.
Visita rápida ao hotel (ficamos no Tryp Coruña, na zona comercial de Quatro Camiños, coladinhos ao El Corte Inglês) para pousar as malas e vestir algo mais quente e siga conhecer a noite da Corunha! Como? A pé, sempre a pé! Como é habitual nas grandes cidades, estacionar o carro não é fácil, por isso, assim que encontramos um cantinho para ele sem pagamento nunca mais lhe pegamos. Foi sapatilhas nos pés, mapa nas mãos e dar muita, muita corda às pernas.
Objectivo: centro histórico da cidade, infiltramo-nos entre as gentes e "tapearmos". Objectivo cumprido com sucesso! E que fantástico foi caminhar pela noite da Corunha, com centenas de pessoas nas ruas, lojas abertas até às 22h, imensa gente mascarada e tudo quanto era esplanada ou restaurante à pinha de gente no interior e no exterior, de pé ou sentados, a conversarem e rirem naquele tom sempre agradavelmente excessivo dos espanhóis!
Next day: cansados da véspera mas decididos a conhecer tudo o que faltava até ao final do dia. Mais uma vez, a pé, de mapa na mão. Foram quase 20km a pé mas valeu cada metro! Zona histórica, agora de dia, praça Maria Pita, zona antiga da cidade, jardins, parques, museu militar, castelo de San Antón, igrejas, mosteiros, conventos, zona marítima junto ao porto, zona de praia, estádio do Corunha...não faltou nada! Ok, ficou a faltar uma coisita ou outra, nomeadamente a casa do Picasso, já que por ser feriado os monumentos só estavam abertos até às 14h30.
Haveria muito mais para contar e ainda muito mais para mostrar, mas quis apenas deixar-vos uma ideia muito breve daquilo que é a Corunha, uma cidade do norte de Espanha que transpira vida e agitação, mas que ao mesmo tempo consegue ter cantos e recantos de plena paz, sossego e silêncio. Vale cada canto destes. E cada rua movimentada e cheia das suas gentes. Mas isto sou eu a falar, que não consigo não deixar de me sentir incrivelmente leve e em casa em cada terrinha espanhola.
E já sabem, sempre que possam, vão! Não interessa se perto ou longe, vão! Porque ir é o melhor remédio!
A vida é feita de momentos. Lema! Momentos que criam memórias. E nós somos feitos de memórias. Nada mais que isso. Memórias do que fomos, do que sentimos, do que vimos, do que dissemos, do que ouvimos... do que vivemos! Cada pequeno momento conta, cada palavra, cada gesto, cada "qualquer coisinha" é fundamental para fazer de nós aquilo que somos, armazenando memórias. Porque são elas que nos alimentam e nos movem. Sejam de momentos felizes, sejam de momentos menos bons, cada pedacinho da nossa vida é uma memória, algumas oferecidas pela vida e pelas gentes, muitas por nós criadas. Sim, porque o que fazemos e como fazemos, faz toda a diferença. As memórias também se constroem. Como a vida. Dia a dia. Momento a momento. Cada memória conta. É muito. Que a vida vos traga muitas oportunidades de construirem memórias.
Acho que muitos de nós acordamos hoje com a sensação de que o mundo não será o mesmo a partir de hoje.
Mais do que confirmar que este mundo está virado do avesso, a eleição de uma criatura como Trump para Presidente de um país como os EUA (e já agora os resultados do Brexit) veio mostrar que alguma coisa está a mudar, ou já mudou (e tem de voltar a mudar!). Não sei se poderemos considerar um sinal de revolta, uma saturação de tudo e de todos, uma grande descrença e desesperança... o que é certo é as pessoas querem tempos diferentes, o que neste caso, não será necessariamente (e com quase toda a certeza) tempos melhores!
Contra tudo e contra todos, Trump é Presidente dos EUA. E é isto a democracia. Liberdade de escolha, ainda que isso signifique a escolha de alguém que parece não saber o que é a democracia. Alguém tão radical, xenofobista, racista e machista que não merecia sequer ser candidato ao que quer que seja, mas que chegou a presidente de uma superpotência com os votos de um povo que parecia só saber criticá-lo. E ei-lo no topo, a prometer unir a América e o seu povo, ao mesmo tempo que promete a legalização do porte de armas por todos os cidadãos americanos, num país onde existem não sei quantos milhões de armas e onde qualquer um tem o sangue frio para puxar o gatilho. Ei-lo a prometer unir a América mas só com quem tem "sangue americano puro". Ei-lo a prometer unir a América com a construção de muros.
Ei-lo. Donald Trump. Presidente dos EUA. A prometer união. Ele, que é o maior muro que a democracia, a decência e o humanismo alguma vez conheceu. Mas ei-lo no poder, legalmente escolhido pelas gentes que diziam que não o queriam.
Boa sorte, EUA.
Boa sorte, mundo!
Uma combinação fascinante de beleza e horror.
Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne - que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu - acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros - o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais. A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano.
Este é um livro admirável sobre sexo e violência - erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou». Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, A Vegetariana vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional.________________________________________________________________
Minhas senhoras e meus senhores leitores, aqui temos um dos melhores e mais surpreendentes livros do ano (e não sou só eu que o digo)!
Absolutamente obrigatório. Viciante. Surpreendente.
"A vegetariana" é tudo menos uma refeição ligeira ou um livro light. Chega a ser agressivo, doloroso, transcendente e com um "quê" de fantástico e "mas que raio é isto?". Não há como não nos rendermos e não querermos devorar esta história só para conhecermos o seu final. não dá para explicar. Tem mesmo de ser lido.
Reforço: obrigatório!
Muita garra, força, coragem e determinação para agarrar o melhor e com o melhor cada dia da nova semana que aí vem! Boa semana !
Aproveitamos o feriado de 1 de Novembro para fazermos uma "ponte" até à Galiza. Santiago de Compostela foi a primeira paragem. Já lá tinhamos estado em 2007, mas como diz o ditado que há sempre que voltar aos locais onde fomos felizes, lá nos fizemos à estrada para explorarmos um pouco mais esta bonita cidade espanhola (como aliás, praticamente todas as cidades espanholas!).
Qualquer visita a Santiago de Compostela tem passagem e paragem obrigatória pela sua majestosa Catedral (em obras de restauro há anos!) e pelas praças que a envolvem. É por lá que encontramos os muitos peregrinos que fazem o conhecido Caminho de Santiago, seja a pé, seja de bicicleta. Vê-los sentados no chão, com as mochilas ao lado, muitos descalços e todos com um brilho no olhar que grita "eu consegui!" dá a cada um de nós uma vontade imensa de também nos aventurarmos naquele caminha, que deve ser sobretudo de descoberta, reflexão e viagem interior.
Visita igualmente obrigatória e que vale a pena é a do interior da catedral, assim como, se tiverem paciência de santo para aguardarem em filas enormes (!!!) dar o famoso abraço ao Santiago (o correspondente a pôr uma velinha na Nossa Sra. de Fátima, julgo eu!).
Todo o interior da Catedral é majestoso e lindíssimo e aquele altar (que também se encontra parcialmente encoberto pelas obras de restauro) é qualquer coisa de transcendente.
Mas Santiago de Compostela também são ruas e mais ruas de lojinhas e cantinhos adoráveis que merecem ser descobertos num passeio a pé. Há sempre centenas e centenas de pessoas nas ruas, de todas as faixas etárias e nacionalidades e encontramos lojinhas de todos os tipos, assim como imensos restaurantes e cafés tipicamente espanhóis que são tão agradáveis de apreciar. Na verdade, dá vontade de entrar em todo o lado e de nos sentarmos em casa esplanada ou pracinha.
E porque visitamos Santiago em pleno "Veroño" - é assim que os espanhóis apelidam esta vaga de calor em pleno Outono, almoçar em modo "marmita" num dos jardins da cidade foi uma agradável experiência (e que tornou a visita mais económica e saudável!)
Acho que fica fácil perceber que Santiago é uma boa opção de passeio. Passei apenas meio dia por lá, mas facilmente perdemos a noção do tempo, por isso é também uma boa opção para visitas mais demoradas. E quem sabe não ficamos mesmo com o "bichinho" de um dia, também nós sermos um desses viajantes que se sentam no chão, de mochila ao lado e olhar que diz "eu consegui"...
(Next stop: Corunha. Em breve, por aqui...)
"A vida não tem nenhum sentido metafísico ou místico, ou se tem ele é, e sempre será, inatingível. A vida é a vida e temos de a aceitar como ela se nos apresenta. O sentido da vida está na arte de a fruir de forma sã, equilibrada e harmoniosa, como o velho deste poema que acabei de te recitar é que vagabundeia para longe enquanto voga para a Felicidade. O velho sabe que o paraíso não se esconde no céu, encontra-se na Terra. O paraíso não se situa no futuro, mas no presente. O paraíso é o que fizermos da vida, é o que formos capazes de melhorar enquanto pessoas, e é aí que se inscreve o seu sentido. Os yang guizi [ocidentais] passam o tempo a criar coisas e a correr de um lado para o outro e andam sempre tão ocupados e preocupados que não chegam a fruir a vida. Nós [orientais] não somos tão inquietos e ocupamo-nos antes em saborear a existência porque ela é tudo o que alguma vez teremos. Se não a gozarmos agora, quando a gozaremos?" ("O Pavilhão Púrpura", José Rodrigues dos Santos)
Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo._____________________________________________________________________
Valter Hugo Mãe é do "melhor que se faz" em Portugal. Ponto.
Ninguém escreve como Valter Hugo Mãe. Ninguém imagina como Valter Hugo Mãe. Outro ponto.
Nem toda a gente gostará de Valter Hugo Mãe, mas isso é o que normalment acontece com os grandes escritores (e as grandes pessoas). Eu gosto de Valter Hugo Mãe. Posso não gostar muito de todos os livros de VHM mas gosto da sua escrita, da sua imaginação, das suas personagens, das suas histórias, da sua melancolia.
Este "Homens imprudentemente poéticos" são, claramente, de VHM. Não dá para enganar. A sinopse diz tudo. E para tudo o resto, é pegarem no livro e deixarem-se levar (para mim não é o melhor de VHM, mas gostei bem mais do que a "Desumanização").