Em plena Guerra Fria, a CIA engendrou um plano, baptizado Jazz Ambassadors, para cativar a juventude de Leste para a causa americana. É neste pano de fundo que conhecemos Erik Gould, pianista exímio, apaixonado, capaz de visualizar sons e de pintar retratos nas teclas do piano. A música está-lhe tão entranhada no corpo como o amor pela única mulher da sua vida, que desapareceu de um dia para o outro. Será o filho de ambos, Tristan, cansado de procurar a mãe entre as páginas de um atlas, que encontrará dentro de uma caixa de sapatos um caminho para recuperar a alegria.
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São as personagens, e as suas características e particularidades, que fazem a maravilha deste livro. Tristan é o meu preferido, o menino que "vê coisas", ou sentimentos, ou emoções, personificando (e humanizando) conceitos como a morte, a tristeza, a mágoa...depois há o pai deste menino, uma personagem pesada, melancólica, deprimida e apaixonada, há os amigos deste pai, há a mãe desparecida e os agentes da CIA, que serão secundários em toda a história... todos juntos fazem deste livro uma referência absolutamente obrigatória na literatura nacional, confirmando mais uma vez Afonso Cruz como um dos nossos melhores escritores.
Prenda de Natal perfeita, acreditem! Tão cheio de vida e sentimentos. Tão bom!