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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Ler: "Destinos e Fúrias", Lauren Groff

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Todas as histórias têm duas versões.
Todas as relações têm dois pontos de vista.
Contudo, às vezes, a chave para um bom casamento não está na honestidade mas nos seus segredos.

Lotto e Mathilde, jovens altos e bonitos de 22 anos, estão perdidamente apaixonados e destinados aos maiores sucessos. Uma década mais tarde, o casamento ainda é alvo das invejas dos amigos, mas a realidade afigura-se mais complexa e extraordinária do que as aparências dão a entender. Destinos e Fúrias é o bestseller do New York Times que está a conquistar o mundo. 

Melhor Livro de 2015 da Amazon
Melhor Livro do Ano segundo Barack Obama
Finalista do National Book Award 2015

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Depois de ler críticas bastante positivas em relação a este livro, resolvi fazer uma pausa nas 800 e muitas páginas do Labirinto dos Espíritos, do Záfon e devorar este Destinos e Fúrias.

Sendo um livro bom não o achei nenhuma obra-prima. Aliás, a primeira parte do livro, a parte dos Destinos, chega a ser um pouco enfadonha. A segunda parte, a da Fúria é bastante melhor, bem mais intensa e fundamental para nos fazer voltar atrás na história e percebermos todas as páginas iniciais.

Trata-se de uma história de amor, sim, mas fica bem longe das histórias lamechas. A personagem feminina é uma personagem forte e que eu diria que assume o papel principal em todo o livro, dando-lhe toda a vida e intensidade que o poderão justificar todo o burburinho que se tem formado em volta deste livro.

Recomendo. Não fica na minha lista de favoritos, mas recomendo!

Na minha cozinha: "pão" de banana e aveia

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Uma alternativa deliciosa e saudável para os lanches ou pequeno-almoços, foi a experiência culinária deste Domingo, uma espécie de pão ou bolo de banana que não leva qualquer tipo de açucar e sinceramente não sentimos nada a sua falta, já que a banana o adoça suficientemente. Dá vontade de o comer mesmo assim, sem qualquer recheio ou cobertura e irá acompanhar-me durante esta semana!

 

Ingredientes:

  • 5 bananas
  • 2 maçãs raladas
  • 5 ovos
  • 2 chávenas de farinha de aveia (ou outra alternativa)
  • 1 iogurte natural sem açucar
  • 2 colheres chá de fermento
  • canela a gosto
  • erva doce a gosto

Mãos-à-obra:

  • Esmagar as bananas e juntar a maçã ralada, a canela e a erva doce;
  • À parte misturar com uma vareta os ovos (um a um) com o iogurte;
  • Juntar a farinha e o fermento;
  • Envolver tudo na mistura de banana e maçã;
  • Forno a 200ºc cerca de 30/40 min.

 

 

Ver: This is Us

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Deixei de ver séries há muito tempo, quando elas se banalizaram, multiplicaram até à exaustão (haverá vida suficiente para uma pessoa seguir todas essas séries que para aí andam?) e passaram todas para o domínio do "fantástico-hipotético-ficcional do mais ficcional que há". Há uns tempos descobri esta na net e o nome chamou-me à atenção. Vi o primeiro episódio e foi quanto bastou para me prender. Numa época em que só nós chegam séries completamente desligadas da realidade e cheias de violência e histórias/personagens que não são minimamente cativantes de tão impossíveis que são, esta série vem marcar toda a diferença. Esta não é mais uma série. Esta estreia amanhã no FoxLife e é uma maravilha. 11 episódios depois, estou rendida. Não há ficção. Há vida real. Chama-se This is Us, mas facilmente se poderia chamar This is Life. Porque é mesmo isso, vida. Espreitem e rendam-se!

Sim. Isto é um post sobre o dia dos namorados

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Nunca fui propriamente uma pessoa romântica. Tive os meus devaneios, os meus sonhos, os meus momentos "aiiii, que lindo", mas nunca fui aquela pessoa de dizer amo-te a cada 5min, muito menos de fazer surpresas ou grandes programas romantico-lamechas. Mas a vida, os anos, a maturidade, e aqui entre nós que ninguém nos ouve, o mau feitio, tornaram-me muito mais distante e repelente dos grandes gestos de amor. Dias como o de hoje nunca me motivaram e agora encaixo-os na categoria das maiores pirosices e palermices que o calendário anual nos oferece. Chego a considerar deprimente e rídiculo as coisas que se fazem e se dizem neste dia, já para não falar na quantidade assustadora de dinheiro que se gasta em presentes neste dia. Felizmente a vida premiou-me com um namorado que respeita estas minhas manias (não me livrei de presentes no primeiro e segundo ano, mas depois consegui domesticá-lo!), apesar de ele ser uma pessoa extremamente afectuosa e até romântica e que eu sei que gosta de me mimar com presentes. Para mim, ou para nós, faz muito mais sentido marcar e festejar "o nosso dia de anos de namoro", porque essa sim será sempre uma data especial para nós e apenas para nós. De maneira que para mim (para nós) hoje foi mais um dia normal da semana. Sem gestos especiais, sem mensagens lamechas, sem flores, prendas ou jantares românticos. Uma relação que precisa disto e de gestos bonitos em dias calendarizados no mundo inteiro para sobreviver não é uma relação que valha a pena viver. Um amor que se alimenta no dia 14 de Fevereiro e é esquecido nos restantes 364 dias não é um amor que mereça ser amado. Porque o amor tem de ser diário, tem de estar nas pequenas coisas e acima de tudo surgir e manter-se naturalmente na nossa vida. Tem de fazer parte de nós de forma tão intrínseca que não precisa de datas para ser lembrado. O amor é a vida inteira, o corpo inteiro, o ano inteiro, a cada dia, todos os dias; e não uma sucessão de coraçõezinhos vermelhos espetados em vasos e afins num dia marcado, com mesa e hora marcada. Nestes dias vêm-me recorrentemente à cabeça as palavras mais sábias que alguma vez ouvi sobre o amor. Dizia o Dr. Pinto da Costa, no meu último ano de licenciatura, durante uma aula de psicologia forense, que os jovenzinhos apaixonados deveriam escrever as palavras I Love You dentro de cérebros e não de corações, porque o amor é e tem sempre de ser racional, começar e acabar no nosso cérebro e ser comandado por ele. É cérebro que nos faz amar, que nos ensina a amar. E também é o cérebro que nos ensina a valorizar o que é realmente importante nesta vida. Haja amor. Todos os dias. Sempre.

O último refúgio

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"Qualquer pessoa que queira conservar a sanidade de espírito precisa de ter um lugar no mundo onde possa e deseje perder-se. Esse lugar, o último refúgio, é um pequeno anexo da alma onde, quando o mundo naufraga na sua absurda comédia, podemos sempre esconder-nos, trancar a porta e perder a chave." [Carlos Ruiz Zafón, O Labirinto dos Espíritos]

Da vida

"Nesta vida, nada que valha a pena é fácil, Daniel. Quando era novo, acreditava que para navegar no mundo bastava aprender a fazer bem três coisas. Uma: apertar os atacadores dos sapatos. Duas: despir conscienciosamente uma mulher. E três: ler para saborear todos os dias algumas páginas compostas com inteligência e destreza. Parecia-me que um homem que pisa firme, sabe acariciar e sabe escutar a música das palavras vive mais e, sobretudo, vive melhor. Mas os anos ensinaram-me que isso não basta e que por vezes a vida nos oferece a oportunidade de aspirar a ser qualquer coisa mais do que um bípede que come, escreta e ocupa espaço temporal no planeta. E hoje o destino, na sua infinita inconsciência, quis oferecer-lhe a si essa oportunidade. " #CarlosRuizZafon, O Labirinto dos Espíritos

As minhas papas

Haverá pequeno-almoço mais reconfortante e saciante, especialmente em dias de frio, que uma bela tigela de papas? Pois é, não há como negar, as papas estão na moda e toda a gente as adora (não há como não o fazer!). Eu não sou excepção. Como toda a gente, comecei pelas papas de aveia e estas continuam a ocupar o topo da minha preferência, mas desde há algum tempo que procuro variar o tipo de papas que faço e tenho descoberto alternativas igualmente deliciosas e saudáveis. 

Mas comecemos pelo clássico: as papas de aveia

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 A grande vantagem destas papas é que são super fáceis e rápidas de preparar e bastante económicas, já que a aveia tem um preço muito acessível. Em qualquer loja ou supermercado encontramos mais do que uma variedade de aveia (dou preferência à integral e de flocos finos) e todas baratinhas. A sua preparação é igualmente fácil: no lume (como mais gosto mas nem sempre tenho tempo para o fazer!) ou no microondas, é só juntar água, leite ou bebida vegetal e deixar cozinhar e temos o básico das papas de aveia. No meu caso, gosto sempre de lhes juntar fruta, principalmente banana (deixo cozinhar juntamente com a aveia para ficarem ainda mais deliciosas) ou maçã cozida e quando as uso para pré-treino acrescento ainda claras, para as tornar mais proteicas e nutritivas. As variações são infinitas e dependem apenas da nossa imaginação e dos nossos gostos. 

Mas avançando para outros universos, existem outras papas que não ficam nada atrás na qualidade e sabor. 

 

Trigo Sarraceno

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O trigo sarraceno é um cereal energizante e nutritivo, sem gluten, rico em proteínas, magnésio e ferro. Vende-se sobre diversas formas, mas para as papas compro-o em versão flocos e cozinho-o exatamente da mesma forma que a aveia. O sabor é completamente diferente, diria que mais amargo, e faz umas papas mais leves e suaves. Desvantagem? Mais caro que a aveia (o pacote pequeno ronda os 3euros).

 

Quinoa

Vulgarmente utilizada para acompanhamento das refeições principais, a quinoa também é uma excelente opção para umas belas papas. Julga-se que a utilização da quinoa na alimentação remonta há mais de 4000 anos atrás e diversos estudos e organizações apontam-na como um dos alimentos mais completos do mundo, sugerindo mesmo o aumento urgente da sua produção em países subdesenvolvidos e carenciados, como forma de erradicar a fome. Claramente um super alimento!  

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Até há bem pouco tempo conhecia apenas a versão "normal" da quinoa, ou seja, em cereal/bolinhas, que utilizava para os meus cozinhados. Um dia experimentei cozinhá-la em bebida vegetal e juntar-lhe maçã cozida e o resultado foi delicioso. 

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Recentemente encontrei no Jumbo e pela primeira vez quinoa em flocos, ideal para a preparação de bolos ou panquecas e claro está, das papas! Devo dizer que foi amor à primeira colherada! Esta versão da quinoa é óptima para as papas que ficam das mais deliciosas de sempre e super saciantes. Não preciso de falar da preparação, igual em todas as papas, mas deixo apenas a ressalva de que, mais uma vez, não é um opção barata - um pacote pequeno custa quase 4 euros. Mas acreditem que vale cada cêntimo!

 

Tapioca

A tapioca é a fécula extraída da mandioca, usalmente vendida em forma granulada. Está totalmente na moda nos últimos tempos, principalmente pelos magníficos crepes (crepiocas) a que dá origem, mas a verdade é que a tapioca se consome há anos (perguntem aos vossos avós se nunca fizeram uma espécie de papa de tapioca). 

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  Se é certo que ainda não tive sucesso na preparação das famosas crepiocas, no que a papas diz respeito, estas bolinhas gelatinosas são grandes amigas minhas! A principal desvantagem é que a tapioca tem de ser colocada "de molho" durante cerca de 1h/1h30, para hidratar antes de ser cozinhada e a sua preparação é um pouquinho mais lenta que a das outras papas. Para além da fruta, acrescentar-lhes um pouco de farinha de alfarroba durante a preparação é também uma excelente dica. 

 

Teff

Talvez a alternativa menos conhecida neste universo das papas e dos cereais. O teff é um cereal sem glúten, muito comum na Etiópa mas praticamente desconhecido no resto do mundo, e com excelentes carateristas nutricionais, nomeadamente cálcio, ferro e proteína, tudo o que queremos e precisamos para ser felizes e saudáveis. 

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Como se trata de um cereal muito pequeno e vendido em flocos muito finos, as papas ficam verdadeiramente papas e super consistentes. O sabor é completamente diferente de qualquer outro cereal, intenso e muito particular, mas agrada-me bastante. É uma alternativa super saudável mas a que recorro poucas vezes, já que o preço é assustador e até hoje encontrei-o à venda apenas na Celeiro (aquele pacote pequenito custa mais de 5 euros!). 

 

Weetabix

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Só para terminar, um pouco de Weetabix, o farelo de trigo que toda a gente conhece, tido como um dos "cereais de supermercado" mais saudáveis. Uma opção muito rápida e sem complicação nenhuma (leite, barra de weetabix e já está) a que recorre pouquíssimas vezes pois não sou grande apreciadora de farelos. É daquelas coisas que tenho sempre em casa mas de que raramente me recordo e que acabo por usar até mais em iogurtes (uma espécie de papa de iogurte com o farelo desfeito fica muito bom!). Tal como em todas as outras papas, gosto de o misturar com fruta. 

 

Como se percebe, as opções são muitas e é fácil variarmos os nossos pequenos almoços sem perdermos o foco no bom e saudável. No que a papas diz respeito, as alternativas de cereais são imensas, as formas de preparação também e os alimentos e super alimentos que lhes podemos acrescentar também. 

 

E quanto a vocês, quais a vossas papas preferidas? Partilhem! 

E que os vossos pequenos-almoços sejam sempre felizes!

Segunda oportunidade...

"- Meu amigo - disse por fim - não perca a esperança. Se alguma coisa aprendi neste mundo cão é que o destino está sempre ao virar da esquina. Como se fosse um larápio, uma puta ou um cauteleiro, as três encarnações mais frequentes. E se algum dia decidir ir procurá-lo, porque o que o destino não faz é visitas ao domicílio, vera como ele lhe concede uma segunda oportunidade. " #CarlosRuizZafón, Labirinto dos Espíritos

«A Quinta dos Animais», George Orwell

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À primeira vista, este livro situa-se na linhagem dos contos de Esopo, de La Fontaine e de outros que nos encantaram a infância. Tal como os seus predecessores, Orwell escreveu uma fábula, uma história personificada por animais. Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos animais os defeitos e os ridículos dos humanos, se servia para censurar a sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colocados à distância, «no tempo em que os animais falavam», os vícios de todos nós e as sua funestas consequências. Em A Quinta dos Animais o enredo inverte-se. É a fábula merecida por uma época - a nossa época - em que são os homens e as mulheres a comporta-se como animais.

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George Orwell era muito bom no que fazia. Ou no que escrevia. Ponto. 

Animais que pensam e agem como pessoas e pessoas que pensam e agem como animais. Há dezenas de anos atrás, como agora. Mais atual não podia ser. Mais simples também não. 

Ponto.