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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Ler: A Sociedade dos Sonhadores Involuntários, José Eduardo Agualusa

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O jornalista angolano Daniel Benchimol sonha com pessoas que não conhece. Moira Fernandes, artista plástica moçambicana, radicada em Cape Town, encena e fotografa os próprios sonhos. Hélio de Castro, neurocientista brasileiro, filma-os. Hossi Kaley, hoteleiro, antigo guerrilheiro, com um passado obscuro e violento, tem com os sonhos uma relação ainda mais estranha e misteriosa. Os sonhos juntam estas quatro personagens num país dominado por um regime totalitário à beira da completa desagregação.

A Sociedade dos Sonhadores Involuntários é uma fábula política, satírica e divertida, que desafia e questiona a natureza da realidade, ao mesmo tempo que defende a reabilitação do sonho enquanto instrumento da consciência e da transformação.

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Ora bem, José Eduardo Agualusa...é aquele escritor reconhecido por muitos que ainda não me conseguiu conquistar. Este foi apenas o terceiro livro do autor que li e se adorei "A vida no céu", o "Vendedor de passados" não me disse nada e esta "Sociedade dos sonhadores involuntários" deixou-me ali a meio caminho entre vou-lhe dar uma hipótese e se calhar não faz mesmo o meu género.

Não adorei o livro, mas também não posso dizer que seja mau. A verdade é que o li numa semana e consigo reconhecer-lhe o génio na escrita e umas certas semelhanças com Mia Couto ou até com determinadas características de Murakami, mas sendo sincera, ainda não me convenceu totalmente. Certo é que estou curiosa em ler a sua "Teoria geral do esquecimento", considerado um dos melhores livros de Agualusa e vencedor de inúmeros prémios.

 

Ler: O Leitor do Comboio

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O poder dos livros através da vida das pessoas que eles salvam. Uma obra que é um hino à literatura, às pessoas comuns e à magia do quotidiano.
Jean-Paul Didier Laurent é um contador de histórias nato. Neste romance, conhecemos Guylain Vignolles, um jovem solteiro, que leva uma existência monótona e solitária, contrariada apenas pelas leituras que faz em voz alta, todos os dias, no comboio das 6h27 para Paris.
A rotina sensaborona do protagonista desta história muda radicalmente no dia em que, por mero acaso, do banquinho rebatível da carruagem salta uma pendrive que contém o diário de Julie, empregada de limpeza das casas de banho num centro comercial e uma solitária como ele… Esses textos vão fazê-lo pintar o seu mundo de outras cores e escrever uma nova história para a sua vida.
O Leitor do Comboio revela um universo singular, pleno de amor e poesia, em que as personagens mais banais são seres extraordinários e a literatura remedia a monotonia quotidiana. Herdeiro da escrita do japonês Haruki Murakami, dotado de uma fina ironia que faz lembrar Boris Vian, Jean-Paul Didierlaurent demonstra ser um contador de histórias nato.

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Este é daqueles livros que nos deixa uma sensação de "falta qualquer coisa aqui para ser perfeito". Segundo a crítica, é um verdadeiro sucesso literário em França, com diversos prémios e distinções, e um pouco por todo o mundo, estando já traduzido em 30 línguas e dará um filme em breve. Argumentos mais que suficientes para despertar a nossa curiosidade.

É certo que nos prende desde a primeira página, que está bem escrito, que as personagens nos agradam facilmente, mas no final ficou um certo vazio que os grandes livros nunca deixam...

Ler: As Crianças de Hitler

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Uma história verídica sobre o Programa Lebensborn Criado por Heinrich Himmler, o Programa Lebensborn raptou cerca de meio milhão de crianças por toda a Europa. Após um processo chamado Germanização, esta tornar-se-ia a próxima geração da raça ariana a dominar a segunda fase da Solução Final. No verão de 1942, pais por toda a Jugoslávia ocupada pelos nazis foram obrigados a submeter os seus filhos a exames médicos concebidos para avaliar a pureza racial. Uma dessas crianças, Erika Matko, tinha 9 meses de idade quando os médicos nazis a declararam apta para se tornar numa «Criança de Hitler». Levada para a Alemanha e entregue a pais de acolhimento aprovados politicamente, Erika foi rebatizada Ingrid von Oelhafen.

Muitos anos mais tarde, Ingrid começou a desvendar a verdade sobre a sua identidade. Apesar dos nazis terem destruído muitos dos registos de Lebensborn, Ingrid trouxe à luz documentos raros, incluindo testemunhos de um dos julgamentos de Nuremberga sobre o seu próprio rapto. Seguindo as provas até ao seu local de nascimento, Ingrid descobriu um segredo ainda mais chocante: uma mulher chamada Erika Matko, que em criança fora confiada à mãe de Ingrid em substituição da filha perdida. «As Crianças de Hitler» é um testemunho pessoal perturbador e uma investigação avassaladora sobre os crimes horríveis e o alcance monstruoso do Programa Lebensborn.

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   Tudo o que se relacione com a "cultura nazi" desperta automaticamente a minha curiosidade. Apesar de existirem milhentos livros sobre o tema e cairmos facilmente no exagero, nunca tinha lido nada sobre este programa criado por Hitler para assegurar a raça alemã. Não é dos melhores livros sobre este episódio da história mundial, mas serve para tomarmos consciência das atrocidades que esta gente era capaz de cometer em nome de uma ideologia.

Luta. Luto. E vida.

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Este fim-de-semana, enquanto sorriamos e aproveitávamos o melhor da vida entre mergulhos de mar e piscina, muitas vidas, demasiadas vidas, chegaram ao fim. O mesmo calor que nos fez felizes foi o calor que matou dezenas de seres humanos mesmo ali ao nosso lado (no meu caso, a pouco mais de 20km do local onde desfrutava da vida e amaldiçoava o facto de 2a feira estar à porta e ter de voltar à rotina). Acho que todos nós temos o direito de nos questionarmos como é que isto foi possível. Pode até ser muito fácil apontar o dedo e encontrar supostos culpados. Podemos e devemos perceber o que corr u mal para evitar algo semelhante no futuro. Mas o que não podemos com toda a certeza é recuperar as vidas que se perderam de forma tão estúpida e desumana. Falamos em terrorismo. Falamos do mal que o homem consegue fazer ao homem. Mas de repente o fogo vem e leva tudo. Tudo. Tudo o que temos. Tudo o que somos. Não há palavras que possam explicar o sofrimento que por estes dias se vive em Portugal. Não há gestos que apaguem as imagens que nos chegam. Não há dinheiro algum no mundo que minimize as feridas abertas. Não há milagre algum que traga aquelas pessoas das cinzas. Só nos resta transmitir toda a força do mundo a quem dela precisa. Só nos resta acreditar que algum deus, alguma fé, algo, conseguirá reconfortar corações ardidos. Só nos resta esperar que onde quer que estejam, estejam em paz e descanso. E, acima de tudo, por aqueles que partiram, só nos resta viver intensamente enquanto por cá estamos. Porque num instante pode tudo terminar. UM BEM HAJA PARA TODOS AQUELES QUE POR ESTES DIAS PRATICAM O BEM NO NOSSO PAÍS E FAZEM PEQUENOS MILAGRES QUE SALVAM VIDAS.

Ler: A Peregrinação do Rapaz Sem Cor, Haruki Murakami

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Nos seus dias de adolescente, Tsukuru Tazaki gostava de ir sentar-se nas estações a ver passar os comboios. Agora, com 36 anos feitos, é engenheiro de profissão e projeta estações, mas nunca perdeu o hábito de ver chegar e partir os comboios. Lá está ele na estação central de Shinjuku, ao que dizem «a mais movimentada do mundo», incapaz de despregar os olhos daquele mar selvagem e turbulento «que nenhum profeta, por mais poderoso, seria capaz de dividir em dois». Leva uma existência pacífica, que talvez peque por ser demasiado solitária, para não dizer insípida, a condizer com a ausência de cor que caracteriza o seu nome. A entrada em cena de Sara, com o vestido verde-hortelã e os seus olhos brilhantes de curiosidade, vem mudar muita coisa na vida de Tsukuru. Acima de tudo, traz a lume uma história trágica, que a memória teima em não esquecer.
Os quatro amigos de liceu, donos de personalidades diferentes e nomes coloridos, cortaram relações com ele sem lhe dar qualquer explicação. Profundamente ferido nos seus sentimentos, Tsukuru perdeu o gosto pela vida e esteve a um passo da morte. A páginas tantas, lá conseguiu não perder a carruagem. Com Os Anos de Peregrinação de Liszt nos ouvidos, regressa à cidade que o viu nascer e atravessa meio mundo, viajando até à Finlândia, em busca da amizade perdida. E de respostas para as perguntas que andam às voltas na sua cabeça e lhe queimam a língua. Será que o rapaz sem cor vai ser capaz de seguir em frente? Arranjará finalmente coragem para declarar de vez o seu amor por Sara? Uma inesquecível viagem pelo universo fascinante deste escritor japonês que chega a milhões de leitores espalhados pelo mundo inteiro. Um romance marcadamente intimista sobre a amizade, o amor e a solidão dos que ainda não encontraram o seu lugar no mundo.

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Estou a criar uma verdadeira paixão literária por Murakami. De fato, não sei como andei tanto tempo afastada deste senhor!

Este é um dos últimos livros do escritor e comparando com os anteriores que li o estilo é ligeiramente diferente. Tem menos de fantástico e "mágico" ou espiritual, tornando-se uma história mais real e um pouquito menos Murakami. Ainda assim, é livro bastante bom. Prendeu-me desde a primeira página e arrumei com ele em menos de uma semana, de tão fácil e cativante leitura.

Aquilo por que vale a pena viver

Calculo que não tardarás a regressar à universidade em Tóquio - declarou Midorikawa num tom calmo. - À vida real. Aproveita-a ao máximo. Por muito superficial e que monótona que a vida possa ser, vale a pena tirar partido dela, garanto-te. Olha que não estou a ser irónico nem contraditório. Simplesmente, no meu caso, o que a vida tem de bom transformou-se num fardo, e não consigo aguentar mais. Se calhar, não nasci talhado para isso. E então, como os gatos que sabem que vão morrer, procurei refúgio num lugar escuro e sossegado, onde espero tranquilamente que chegue a minha hora. Nem sequer me queixo. Mas contigo é diferente. Tu deverás ser capaz de aguentar o peso desta vida. Utiliza o fio da lógica para guardar junto a ti, no teu corpo, o melhor que puderes, aquilo por que vale a pena viver.

Haruki Murakami, A Peregrinação do Rapaz sem Cor

Bibliófilos, cheguem-se à frente

Segundo a revista Estante, da Fnac, estes são os 13 sintomas que nos confirmam ou não como verdadeiros amantes de livros. Eu não falho um! Ora confiram. 1. Andas sempre, sempre, com um livro (ok, se for passear ao fim-de-semana deixo o livro no carro!) 2. A tua carteira fica mais leve sempre que passas por uma livraria (mas alguém resiste a entrar e não comprar nem que seja um livrinho pequenino?) 3. Os teus amigos sabem sempre o que vão receber de presente (pronto, está se calhar falho, mas só porque não vou impor aos outros um hábito saudável com o qual não se identificam) 4. Sabes que a adaptação de um livro ao cinema nunca fará justiça ao original (nem preciso comentar, pois não? Verdadeiros crimes sem cometem!!!) 5. Achas que qualquer sítio é bom para ler (eu confesso: já li no trânsito!) 6. Estás a terminar um livro e já sabes o que vais ler a seguir (não consigo sequer estar a meio de um livro e não ter já o seguinte na mesinha de cabeceira) 7. Em casa nunca tens prateleiras suficientes (drama!!! Cá em casa nunca há prateleiras e roupeiros suficientes!) 8. És viciado no cheiro a papel e tinta (para quando um perfume?) 9. És a pessoa a quem os amigos telefonam quando querem saber o que ler (isso é relativo, depende dos gostos) 10. Já perdeste a conta às horas não dormidas (atendendo à minha facilidade em adormecer, já perdi mais a conta às coisas que deixei de fazer ou ver por estar a ler) 11. Arrastas a leitura nas últimas páginas de cada livro (às vezes é precisamente o contrário : quero tanto saber o fim!!!) 12. Quando fazes as malas para ires de férias, transportas mais livros do que roupa (aqui é difícil, mas claramente testo os limites de peso da bagagem devido aos livros! Mas quem não tem aquele medo terrível do "e se leio tudo e depois fico sem nada que fazer?") 13. A tua melhor companhia numa esplanada, ao almoço, na praia ou no jardim é um livro (não podíamos achar melhor!!! As minhas fotos de "um livro é um café" são a prova disto!)