Estamos em 2016 e no mundo de Tom Barren a tecnologia solucionou os grandes problemas da humanidade: não há guerra, nem pobreza, nem abacates pouco maduros. Infelizmente, Tom não é um homem feliz. Perdeu a rapariga dos seus sonhos. E o que é que uma pessoa faz quando está de coração partido e depara com uma máquina do tempo? Faz uma estupidez.
Agora Tom dá por si numa realidade paralela aterradora (que nós reconhecemos logo como sendo o nosso 2016) e só pensa em corrigir o erro e voltar para casa. Mas é então que descobre uma versão encantadora da sua família, da sua carreira e de uma mulher que pode muito bem ser a mulher da sua vida. Tem agora de enfrentar uma escolha impossível. Regressar para a sua vida perfeita, mas pouco emocionante, ou permanecer na nossa realidade, um mundo caótico, mas onde terá ao seu lado a sua alma gémea. À procura da resposta, Tom é levado numa viagem pelo tempo e pelo espaço, tentando perceber quem é de facto e qual será o seu futuro.
Cheio de humor e emoção, um livro inteligente e caloroso que é uma poderosa história de vida, de perdas e de amor.
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Este livro surpreendeu-me logo desde a primeira página devido ao tema que aborda, totalmente futurista e do domínio do imaginário. Viagens no tempo...tão "simples" quanto isto. Viagens no tempo e uma história de amor no tempo e uma personagem principal masculina que anda para trás e para a frente e que tem vários "eus". Em certas partes não é um livro muito apelativo, porque tenta explicar demasiado essa possibilidade das viagens no tempo, mas no geral é um bom livro. Diferente. Diferente.
A jovem Anna recusa-se a comer e, apesar disso, sobrevive mês após mês, aparentemente sem graves consequências físicas. Um milagre, dizem. Mas quando Lib, uma jovem e cética enfermeira, é contratada para vigiar a menina noite e dia, os acontecimentos seguem um diferente rumo: Anna começa a definhar perante a passividade de todos e a impotência de Lib. E assim se adensa o mistério à volta daquela pobre família de agricultores que parece envolta num cenário de mentiras, promessas e segredos. Prisioneira da linguagem da fé, será Ana, afinal, vítima daqueles que mais ama? Um drama intenso sobre os perversos caminhos do fundamentalismo, mas também sobre como o amor pode vencer o mal nas suas mais diversas formas.
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Aviso já: este é dos bons!
Da mesma autora de "O quarto de Jack", outro livro absolutamente delicioso, voltamos a uma criança como personagem principal, mas desta vez uma criança que se recusa a alimentar-se. É sobretudo uma excelente visão de como a fé se pode tornar algo doentio e louco e de que as nossas convicções fazem tudo por nós. De bom e de fatal.
Bom. Muito bom mesmo.
Mantido em perfeito estado de conservação pelas águas glaciais do mar do Norte, repescado por uma traineira e depois descongelado, Napoleão Bonaparte regressa à vida no momento dos atentados jihadistas de Paris, mesmo a tempo de salvar o mundo… Desde François Hollande até às bailarinas de cancã do Moulin Rouge, ninguém ficará indiferente!
A Europa do século XXI vive assolada pelo medo, que não conhece fronteiras e que se respira em Paris como um pouco por todo o lado. Será mais difícil ao Imperador habituar-se a este novo paradigma do que à recém-descoberta Coca-Cola Light, delicioso champanhe negro, que não só não lhe tolda o raciocínio como faz ainda maravilhas à sua célebre úlcera; mas será em direção a Raqqa, a capital do autoproclamado Estado Islâmico, que o seu Novo Grande Exército irá marchar.
Romain Puértolas reage aos tempos sombrios, que são os nossos, com uma generosa dose de humor e esperança, num livro que é uma aventura mas também um desafio: não ceder ao medo e não esquecer que a palavra e a gargalhada são as armas mais eficazes contra toda e qualquer violência.
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Resumindo: e se Napoleão Bonaparte voltasse e acabasse de vez com o Estado Islâmico sem derramar uma ponta de sangue? Era bom não era? Assim simples, mas com muito humor e boa disposiçao...Era! E este livro é uma delícia, tal como o era o anterior livro do mesmo autor "A incrível viagem do faquir que ficou preso num armário do IKEA".
Uma excelente opção para uma leitura ligeira e mas que nos prende desde a primeira página!
Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa «início». Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a colecção de discos do pai dela, sobretudo «South of the Border, West of the Sun», tema de Nat King Cole que dá título ao romance.
Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco.
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Não dá para fugir, volto sempre a Murakami, pelo menos enquanto tiver livros para ler!
Possivelmente dos Murakami que mais gostei. Bem simples, sem grandes fantasias tão típicas no escritor, uma possível história de amor se assim lhe quisermos chamar, mas acima de tudo o relato da vida de Hajime, personagem principal.
Á semelhança de todos os restantes, este não é um grande livro, mas dá vontade de o ler e se calhar é "só" esse o segredo de Murakami: escrever algo que não é inesquecível mas que não conseguimos deixar de ler.