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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

#lugares: O Porto dos Gatos

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   Abriu no Porto o primeiro "cat cafe". Sendo eu uma catlover assumidíssima, não podia deixar passar mais um fim-de-semana sem ir conhecer esta maravilhosa iniciativa.

   Trata-se de um espaço vegetariano, onde servem almoços ou lanches, no qual as estrelas principais são, claro, os gatos. Dividido em 3 espaços diferentes: a zona de "restauração", uma simpática esplanada e o "quarto dos gatos", este espaço promete fazer as delícias de quem adoro os felinos.

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IMG_2011.JPG   Todos os espaços são bastante acolhedores e decorados com muito bom gosto e sabe mesmo bem estar por ali e saber que nos podemos levantar e ir brincar com os gatos sempre que nos apetecer, ou, se nos sentarmos na esplanada, lancharmos com um amiguinho aos nossos pés! 

   Aplaudo de pé esta iniciativa. Não só pela maravilha que é tomar um café com um gato ao lado, mas sobretudo porque ali acolhem-se gatos que doutra forma poderiam estar na rua. Costumo dizer em jeito de brincadeira que o meu projeto de "fim de carreira" é juntar num mesmo espaço livros, café, gatos e cultura, por isso este cat cafe na minha cidade veio mesmo a calhar para me inspirar os sonhos! 

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 Se estão pelo Porto e gostam de gatos, é de visita obrigatória. Eu vou voltar! 

 

Morada: Avenida Rodrigues de Freitas, nr.93-95, Bonfim. 

 

  

 

O segredo da felicidade

Que a vida seja sempre muito (d)isto: uma enorme capacidade de nos deixarmos encantar pela vida e com a vida, nos seus grandes acontecimentos e nos seus pequenos nadas. Uma infinita capacidade de nos surpreendermos com cada pormenor, de nos encantarmos com cada recanto, de nos apaixonarmos por cada instante. Uma inesgotável fé no que há-de vir e nos sorrisos que ainda nos estão reservados. Uma infinita vontade de nos enchermos e rodearmos de paz e amor. Que a vida seja esta sucessão de encantos e fascínios, uma coleção de momentos que ainda antes de terminarem já nos deixam saudade. Posto isto, façam o favor de se deixarem encantar...

Terminal de sorrisos e amor

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É mesmo verdade aquilo que se diz no já clássico do cinema "O amor acontece": nos terminais de chegadas dos aeroportos é sorrisos que se vêem. Por todo o lado. Em todos. Sorrisos dos que chegam, sorrisos dos que esperam, sorrisos do reencontro. Não importa de quanto tempo foi a ausência, não importa se a distância era muita ou pouca, há sorrisos e olhos a brilhar por todo o lado. 

Já diz o filme, na inconfundível voz britânica do Hugh Grant,  "love is everywhere". E se é verdade que por esse mundo fora o amor está por todo o lado, ali, naquele preciso espaço, num aparentemente frio e impessoal aeroporto, há amor a sair por todos os poros de quem por lá passa. Sentarmo-nos 20 minutos nas chegadas de um aeroporto a observar o que por ali se passa deveria ser quase uma terapia para os dias menos bons ou para quando nos sentimos deslocados neste mundo, porque é impossível sairmos de lá as mesmas pessoas se realmente nos deixarmos inundar por aqueles sorrisos tão puros que não são nada mais que amor, daquele puro e verdadeiro. 

Um manto branco de felicidade

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   Quando era miúda a viagem à Serra da Estrela era um daqueles programas anuais que não falhavam. Todos os Invernos lá ia eu e os meus pais, às vezes acompanhados de mais alguns familiares, passar um fim-de-semana à Serra da Estrela e eu sempre adorei ir à neve! Tenho memórias nítidas da maior parte dessas viagens, os locais onde dormimos, onde comemos, o que visitamos e até os cheiros a queijo e enchidos e peles das típicas lojas da zona.

    Mas o que eu mais recordo destes fins-de-semana em família é da alegria que era estar na neve, andar na neve e "brincar" na neve. Não só a minha alegria partilhada com os meus pais, mas também a alegria de todas as pessoas que lá estavam. Não sei se vocês que já foram à Serra da Estrela num dia de enchente de gentes e neve, pararam 1 minuto apenas para escutarem os sons à vossa volta. Se o fizeram, de certeza que se aperceberam que o som predominante é o de gargalhadas e gritinhos histéricos de miúdos e graúdos. Ali, naquele manto branco, enquanto escorregamos encosta abaixo em trenós, sacos plásticos ou boias de borracha e atiramos bolas de neve uns aos outros, parece que entramos todos numa realidade paralela, desligada de toda a outra realidade (a real mesmo!) e nos esquecemos que temos 20, 30, 40, 50 anos e despertamos a criança divertida e facilmente impressionável que há em nós, sem nos importarmos com o que quem está à volta vai pensar das figurass que ali estamos a fazer. Uma espécie de Disneyland monocromática, mais fria (ok, relativo aqui, se visitaram a Disneyland Paris no Inverno como eu, é bem relativo!), que escorrega e molha. 

   Este Domingo voltei à Serra da Estrela. Mais de 13 anos depois de lá ter ido a última vez (uma pessoa cresce e os fins-de-semana em família vão ficando pelo caminho) voltei à neve, desta vez na companhia do meu Mr. Big. Foi uma decisão de repentina e de última hora, Domingo de Páscoa, 1 de Abril, fizemo-nos à estrada e fomos passar o dia na Serra da Estrela. 

   Mais de 13 anos depois, nada mudou. Nada mudou na Serra e nada mudou no ambiente que se respira por lá. Fui carregada de memórias da minha infância, que despertaram ainda mais a cada quilómetro que percorriamos, e fui munida de um trenó de há 13 anos atrás, pronta a renovar essas memórias de felicidade, desta vez a dois! E querem saber? Missão cumprida! Naquelas horas que lá estivemos fomos crianças outra vez, fomos estupidamente felizes, fomos rídiculos, fomos parvos... fartamo-nos de escorregar encosta abaixo, fartamo-nos de dar gritinhos histéricos, fartamo-nos de cair, cansamo-nos de rir! No final do dia regressamos a casa carregados de coisas boas cá dentro, cheios de nódoas negras (não queiram ver as minhas pernas!) mas sobretudo cheios de felicidade, daquela tão simples que chega a ser rídicula, daquela que nos faz pensar "afinal, é preciso tão pouco para sermos felizes"... 

   E não foi preciso parar nem 1 minuto para escutar os sons à minha volta, porque eu sabia, pelas memórias felizes que guardo da minha infância, que todos os sons eram de felicidade plena. E eram. Era muito a felicidade que escorregava por aquela serra abaixo no Domingo de Pascoa, 1 de Abril. Parece realmente mentira que ser feliz, ainda que por 1h ou 2h, seja assim tão simples. Mas é. É simples assim: libertarmo-nos, ainda que por instantes, de tudo aquilo que nos pesa na vida e deixarmo-nos deslizar por aquele manto branco, num trenó de plástico ou numa saca plástica. Se pudermos largar umas gargalhadas e uns gritinhos pelo caminho ainda melhor. A alma e o coração alimentam-se e enchemos o saco das memórias felizes que nos fazem gostar de viver.