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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

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   Amanhã arranca Agosto e eu regresso ao trabalho.

   Pela primeira vez desde que comecei a trabalhar, já lá vão uns anitos, marquei 12 dias de férias seguidos (18 se contarmos com os fins-de-semana) e que bem que me soube. Mais do que nunca estava a precisar disto. Não do descanso físico, que esse eu até dispenso e nem sei lidar com o "estar parada", mas do procurar desligar do trabalho e de tudo o que lhe está associado. Este foi provavelmente o ano em que mais ansiosamente contei os minutinhos que faltavam para o período de "férias grandes" chegar. Os últimos dois, dois meses e meios foram estupidamente desgastantes, psicologica e mentalmente falando, sobretudo, e sentia que estava mesmo mesmo a atingir o meu limite. Eu, que adoro o que faço, ia nos últimos tempos trabalhar por obrigação e com um único pensamento: "mas que raio de problemas vão hoje acontecer?". Acredito que todos passamos por estas fases de absoluta saturação e desgaste em alguns momentos da nossa vida profissional e que a única solução é meter pernas ao caminho e dar a volta por cima, mas confesso que as férias vieram mesmo, mesmo, a calhar neste período.

    E estás pronta para regressar? Pois tenho que estar!

   Não estou propriamente feliz (mas quem é que o está?) e confesso que regresso um pouco apreensiva com o que vou encontrar depois destes 12 dias de completa ausência (palminhas para mim que desliguei o telemóvel profissional quando saí no último dia de trabalho e nem email profissional consultei durante estes dias!). Vou pronta para trabalhar (e eu adoro trabalhar em Agosto, apesar de estar sozinha) mas sinto que não vou na minha carga máxima. Provavelmente o correr dos dias irá dar-me o boost final de que preciso para agarrar novamente as minhass rotinas e responsabilidades, mas muito certamente os primeiros dias serão de muito mau humor (quem não?).

   Quanto as estas férias, foram maravilhosas! Não parei por casa um só dia, bem como eu gosto. Entre uma semana em Marrocos e 3 dias em Setúbal, os restantes dias foram passados por cá a rabiar, como manda a lei e o meu espírito. Foram sobretudo dias leves, sem obrigações, sem complicações e a tentar não pensar em nada de muito sério. Foram 18 dias sem usar maquilhagem, sem calçar uns saltos, sem me preocupar em vestir-me de forma "adulta", sem usar um par de calças (até isto vai custar!)... foram dias bons. Dias muito bons!

   Acho que a idade nos faz isto: ensina-nos a valorizar ainda mais pequenas coisas e a aproveitar ao máximo cada momento da forma mais leve e ligeira possível. Toda e cada pequena coisa deve servir para nos carregar a bateria, nem que seja só um bocadinho de cada vez. É preciso que a nossa alma se saiba alimentar dessas pequenas coisas e guardá-las bem lá dentro, porque são essas pequenas coisas que, todas juntas, nos dão a força que precisamos para viver cada dia!

 

   Para quem regressa ao trabalho amanhã, força nisso, vergamos mas não quebramos! Para quem inicia as suas férias, enjoy it, live it, sem pensar no "ai que isto passa a voar" mas antes no "ai que isto é tão bom!".  

Ir é o melhor remédio: Serra da Arrábida, a paisagem que não precisa de filtros

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Este era daqueles destinos que já estava na minha lista de "must go places" há algum tempo. Por todo lado se veem fotografias deliciosas das praias da Arrábida e a vontade de ir comprovar in loco que não havia mesmo filtros naquelas imagens maravilhosas. E resumindo já: comprovado e confirmado! A Arrábida é bela demais para precisar de qualquer filtro!

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    Para tudo ser mais prático optamos por ficar num hotel no centro de Setúbal - escolhemos o Melia Setúbal, que muitíssimo bem nos recebeu e acolheu - e fazer todos os transportes para as praias de autocarro, até porque parte da serra e das praias estão este ano (e muito bem!) interditas ao trânsito. Desde o centro da cidade existem autocarros regulares para a Praia da Figueirinha, a primeira praia da serra. Aí apanhamos o vai-e-vem para as principais e mais procuradas e bonitas praias da Arrábida: Galapos, Galapinhos e Portinho da Árrabida. 

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   Apesar de serem praias pequenas e muito concorridas, são praias com um ambiente muito agradável e onde se está muito bem. é impossível não ficarmos totalmente rendidos àquela paisagem: o verde da serra e as 500 mil tonalidades de azul do mar, que é, de longe, dos mais belos que já vi e que acredito que faça frente a muitas das fotografias dos mares das Caraíbas e afins que se veem por aí. 

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     Perfeito, perfeito só mesmo se tivesse uma temperatura de água ligeiramente mais agradável, mas apesar de ser bem fresquinho, é um mar tão tão bonito que é impossível não querermos estar o dia inteiro lá dentro (eu, que sou a pessoa mais friorenta para mares que podem conhecer, passei o dia entre toalha e mar!). 

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    Depois desta primeira visita, a Arrábida tornou-se um destino absolutamente obrigatório em Portugal. Dos locais mais bonitos em que já estive e daqueles a que vamos querer voltar vezes e vezes sem conta (pelo menos uma vez por ano vai ter de ser! É bonito demais para me deixar assustar pelos 350km de viagem!). Se outros motivos faltassem, aquelas águas cristalinas eram suficientes para convencer os mais resistentes! Foram só 3 dias, carregados de beleza e sol, mas ficou mesmo a vontade de que fossem muitos mais!

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Aproveitamos também estes 3 dias para ir conhecer a renovada Tróia, que também é um lugar bem simpático, uma espécie de Principado do Mónaco português, assim como explorar um bocadinho a cidade de Setúbal, que apesar de ter ficado ainda muito por conhecer, me pareceu um lugar bem simpático. E onde se come muito bem, diga-se de passagem! 

 

 

 

Ir: SAIDIA, Marrocos

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   Viajar é das coisas que mais prazer me dá. Sou adepta do "sapatilhas nos pés, mochila às costas e máquina fotográfica na mão" e siga descobrir mais um lugar, mas uma vez por ano, no Verão, gosto de me estender de papo para o ar em algum lugar onde haja sol, praia, calor e piscina garantidos, para uma semana de fazer absolutamente nenhum.

   Na altura de escolher o destino procuro sempre locais novos, com uma boa relação qualidade-preço e sem ter de me enfiar horas e horas num avião. Este ano não foi excepção. Ia com uma ou outra ideia na altura de escolher o destino, Marrocos era uma delas. Estudadas as opções e analisados valores e tempos de viagem acho que automaticamente pensei "seja Marrocos"!

   Apesar de eu ser uma apreciadora da cultura árabe (já estive 2 vezes na Tunísia e adorei aquilo tudo!) sabia à partida que em Saidia não ia encontrar Marrocos puro (esse que quero conhecer em breve com uma visita a Marraquexe). Saidia é praia e nada mais. Localizada no norte de Marrocos, a 1h35 de viagem do Porto e bem no Mar Mediterrâneo, Saidia é a nova aposta para o turismo de Verão de Marrocos.

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Pessoalmente, não me desiludiu.

   A praia, localizada nas portas dos hóteis é bastante boa, com um longo areal e um mar que sendo o Mediterrâneo, o que só por si já é garantia de maravilha, tem uma temperatura muito, muito boa, das melhores que já encontrei até hoje (melhor que Cabo Verde ou que o de Palma de Maiorca, que para mim é uma espécie de "mar dos meus sonhos". Julgo que só na Bulgária entrei num mar mais quentinho!). As temperaturas rondaram sempre os 30 graus, tendo estado acima disso nos últimos 2/3 dias, com noites bem agradáveis também. Apesar de serem temperaturas quentes, junto ao mar são completamente toleráveis e como a temperatura da água é tão agradável, é fácil não sairmos da água!

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   Quanto ao alojamento as opções não são muitas, mas todos os hóteis funcionam em regime de tudo incluído. Optei pelo Be Live Collection Saidia, e não me arrependo. Um hotel grande, perfeitamente enquadrado com a paisagem africana de marrocos, com muito espaço exterior e grandes piscinas, com acesso direto à praia. Os quartos eram bem grandes e todos os espaços do hotel eram bastante simpáticos. Não foi o melhor hotel onde já estive, é certo. Mas vamos lá ver uma coisa, aquilo é Marrocos, África, destino relativamente recente, não podemos colocar todos os destinos no mesmo patamar de qualidade. É certo que o último hotel TI em que estive, o Riu Palace na Ilha do Sal em Outubro do ano passado era bastante superior a este em tudo, mas não paguei o mesmo valor lá que paguei em Marrocos, nem de longe, de maneira que na tal relação qualidade-preço, este hotel (e este destino) não deixa nada a desejar. Um TI no Algarve fica bem mais caro que este, sem contar com viagens e portagens e não é em nada superior a este hotel onde fiquei. 

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    Para mim, o único ponto menos positivo neste hotel é a alimentação. É certo que eu não sou a pessoal ideal para avaliar o tipo de alimentação dos hotéis; tenho noção das minhas escolhas alimentares e de que isso limita muito a minha satisfação com os alimentos existentes. Mas de facto, para mim, este foi o aspeto que menos me agradou. O pequeno-almoço, especialmente, que para mim é a melhor refeição do dia e que nos hóteis é a melhor parte, neste hotel era um pouco limitado (passei 7 dias a ovos mexidos e pão torrado). Nas refeições principais faltava-lhe mais peixe e mais opções grelhadas, para além de que tudo era ligeiramente condimentado, nao propriamente salgado ou picante, mas condimentado, não estivessemos nós em Marrocos! De maneira que me vingava nas saladas (aqui sim várias opções) e juntava-lhe sempre a carne ou peixe mais básicos que encontrasse. Mesmo assim não me livrei que o meu organismo rejeitasse estas alterações alimentares e passei uns maus bocados. Basicamente, não passei fome, mas regressei com um peso absolutamente vergonhoso e assustador. 

   Ah! Para os apreciadores de doces, não falta por lá nada, desde o pequeno-almoço, refeições principais e snacks! Não me perguntem se são bons porque nem um provei! 

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  Um apontamento bastante positivo sobre este destino e este hotel: a simpatia das pessoas, a animação do hotel (música e atividades durante o dia inteiro na piscina) e a quantidade de pessoas que falavam português!!! Foi provavelmente o único destino onde quase todos os locais sabiam falar português e no hotel não havia qualquer problema em comunicar porque todos nos percebiam! 

   O facto de ser um destino que recebe uma quantidade enorme de portugueses atualmente justifica o domínio da língua, mas mesmo assim é de louvar. De facto, nunca estive de férias num local com tantos portugueses! Nem no Algarve faço férias com tantos tugas, acreditem! Portugueses, espanhóis e árabes dominam o turismo por ali, o que torna muito giro de se ver o constraste de culturas, com os europeus (as!!!)  a passearem-se todo o dia praticamente despidos e as mulheres árabes a banharem-se literalmente vestidas da cabeça aos pés. 

   Provavelmente este é mais um dos motivos que torna este destino interessante: conseguimos sentir o choque cultural, mas também conseguimos apaixonarnos por esta cultura e este povo, que são tudo, tudo mesmo, menos os extremistas religiosos que ultimamente têm dominado esta cultura. Facilmente encontramos marroquinos que condenam totalmente esses comportamentos e que defendem até a aceitação de todas as diferenças culturais e religiosas, e a prova disso é que estavamos ali todos juntos. Todos diferentes, mas todos juntos, a dançarem, a cantarem, a bronzearem-se lado a lado, sem qualquer sinal de constrangimento ou repulsa. 

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   Conclusão: recomendavas Saidia? Claro que sim! Voltavas? Claro que sim! 

   Se querem conhecer Marrocos, este não é o local ideal. 

   Se querem boa praia, muito bom mar, bom hotel e papo para o ar sem fazer absolutamente nada durante uma semana mas sem darem pelo tempo passar, então Saidia não vos vai desiludir! 

   

Boas férias!!!!

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LER: Romain Puértolas

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O primeiro livro de Romain Puértolas que li, em 2015 (!!!) foi precisamente aquele que agora chegou aos cinemas: a incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário do IKEA. Nunca tinha ouvido falar deste escritor, que na verdade não é nada falado no nosso país, mas o título do livro captou a minha curiosidade (quantos livros não compramos só porque o título ou a capa nos tocam de alguma forma?). Foi um livro que simplesmente adorei. Do princípio ao fim um registo de comicidade inteligente absolutamente deliciosa que torna um livro leve mas viciante. Lembro-me de ter recomendado este livro a uma data de pessoas e de que uns tempos mais tarde, na feira do livro do Porto, num balcão que o vendia, uma Sra pegava nele e comentava "olha que título engraçado. Será bom?" E eu não ter controlado um "leve, é muito giro, muito bom mesmo".

Na altura não havia por cá mais nada editado deste escritor, mas no verão do ano passado eis que chega o Re-viva o imperador, com uma capa mais uma vez super apelativa e novamente um livro carregado de humor inteligente e igualmente delicioso, numa história de um Nápoleão descongelado e regressado à Franca atual.

Eis que recentemente soube da existência deste terceiro livro do escritor editado em Portugal. Num registo completamente diferente dos dois anteriores, esta menina que engoliu uma nuvem do tamanho da torre Eiffel é ternura do princípio ao fim. O humor continua presente, o toque de "isto é ridículo mas se fosse verdade era engraçado" característico dos dois anteriores livros também lá está, mas este livro é sobretudo uma história de amor sem fronteiras, uma espécie de conto de fadas cheio de esperança e capacidade de sonhar.

Isto tudo para vos dizer que Romain Puértolas tem de fazer parte da vossa biblioteca. Isto para vos pedir que leiam Romain Puértolas. Agora que um dos seus livros foi adaptado ao cinema decerto que mais facilmente encontraremos os seus livros à venda, mas Puértolas merece ser lido muito antes de se tornar filme (até porque tenho a certeza que o livro é mil vezes superior!), porque é um escritor que nos sabe pôr a rir com palavras, sem esquecer de nos deixar um toquezinho de moral da história no final de cada um dos seus livros. 

Sei que existe um quarto livro deste escritor, mais recente, cujo título original é "Tout un eté sans facebook" e mal posso esperar por o ver traduzido para português!