Ano novo, vida nova?
Natalie Portman
À "festa" de passagem de ano meto-a no mesmo saco em que meto o Carnaval, a Páscoa, a Noite das Bruxas, o Dia dos Namorados e outros tais, às quais junto as festas de aniversário. Não sei se é defeito meu, se algum tipo de envelhecimento precoce, ou se é só mesmo o meu mau feitio, certo é que, para mim, estes dias passam-me ao lado, sem grandes festejos. Longe de mim pagar fortunas para me ir encatrafiar num qualquer sítio da moda, onde mal nos podemos mexer, quanto mais respirar. Passagem de ano, para mim, é em casa, com mais ou menos gente, sem vestidos glamorosos e, se me der na cabeça, de pantufas (mas nunca de fato de treino!).
A velha máxima "ano novo, vida nova", também ainda não me entrou na cabeça. Isto porque a única coisa que muda é o ano e, por arrasto, a forma como escrevemos a data e a agenda que usamos. Não faço resoluções de Ano Novo, que todos sabemos que ao dia 3 de Janeiro já estão esquecidas, não como as tradicionais passas, não subo para uma cadeira, entro com o pé que bem calhar e não uso uma peça de lingerie nova. Não acredito que qualquer uma destas mézinhas me traga mais ou menos sorte no ano que começa, simplesmente por não acredito que 1 de Janeiro seja altura de recomeçar o que quer que seja.
Recomeçar, recomeçamos todos os dias. Cada despertar é um novo recomeço. E, só por isso, já deviamos estar gratos. Muito mais do que por vermos o relógio dar as 12 badaladas na noite de 31 de Dezembro.