O empregado do mês, todos os dias
Emma Watson
Diz o Fernando Alvim no seu programa de rádio que, mesmo que trabalhasse no Mc Donalds, iria querer ser o empregado do mês. Talvez tenha sido a coisa mais acertada que ele disse até à data, porque, de facto, é este o espírito que deve prevalecer em qualquer aventura profissional em que nos lancemos.
Que eu não gosto do que faço profissionalmente actualmente não é novidade nenhuma. E, para quem me conhece, também não será novidade ver-me diariamente empenhada em ser "a empregada do mês". Jamais admitiria outra coisa que não o máximo e jamais me encontrariam na onda do "para o que eu ganho chega muito bem este nível de empenhamento".
A filosofia do "vai-se andando e vai-se vendo", que até predomina em Portugal, não nos leva a lado nenhum, é tremendamente irritante e loucamente limitadora. E, ao contrário do que julgamos, os maiores prejudicados somos nós e não as chefias. Não saímos da sepa torta, acomodamo-nos e atrofiamos a nossa vontade e a nossa determinação. E, mais grave, não crescemos enquanto pessoas, porque a competência e o profissionalismo não escolhe tarefas e remunerações. É um trabalho de construção e, este sim, é voluntário, mas totalmente enriquecedor. Afinal, quem é que não gosta de ser reconhecido? E para tal, já dizia Fernando Pessoa:
Para ser grande, sê inteiro
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa
Põe quanto és no mínimo que fazes
Assim em cada lago a lua toda
Brilha porque alta vive