A memória que nós somos
"Se queremos conhecer alguém, perguntamos-lhe qual é a sua história - a sua história verdadeira e íntima porque cada pessoa é uma biografia, uma história. Cada pessoa é uma narrativa única que é contínua e inconscientemente construída por cada um de nós através de cada um de nós, das nossas percepções, sensações, pensamentos e acções e também do discurso, da narrativa oral. Biológica e psicológicamente não somos assim tão diferentes uns dos outros, historicamente, como narrativas, cada um de nós é um ser único.
Para sermos nós próprios precisamos de nos ter a nós próprios, possuir, e se necessário repossuir, as histórias da nossa vida. Precisamos de nos recordar e de recolher os pedaços das nossa história (drama) interior, da nossa narrativa. cada ser precisa da sua narrativa, de uma narrativa contínua e interior para manter a sua identidade, a sua essência."
Para sermos nós próprios precisamos de nos ter a nós próprios, possuir, e se necessário repossuir, as histórias da nossa vida. Precisamos de nos recordar e de recolher os pedaços das nossa história (drama) interior, da nossa narrativa. cada ser precisa da sua narrativa, de uma narrativa contínua e interior para manter a sua identidade, a sua essência."
(in "O Homem que confundiu a mulher com um chapéu", Oliver Sacks)
É a nossa narrativa pessoal que nos faz como somos. É a nossa vida experienciada através de sentidos que são comuns a todos mas usados de forma diferente por cada um, que nos traça uma narrativa. E é a memória que nos permite ser, ter, recordar, viver. Imaginem agora o que é "viver" sem saber o que é viver, sem saber o que já vivemos, sem saber quem somos...
Que vida é esta?
E ainda assim sorriem. Sorriem por não saberem. Sorriem como sorri uma criança inocente que acredita em tudo o que vê (e não vê), mas sobretudo, que não sabe dar nome ao que sente, vê, vive.
E ainda assim sorriem. Sorriem por não saberem. Sorriem como sorri uma criança inocente que acredita em tudo o que vê (e não vê), mas sobretudo, que não sabe dar nome ao que sente, vê, vive.
Somos feitos de memórias. Valorizem-nas.