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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Ainda as mulheres e a maternidade


 

    Não percebo e não tenho a miníma pachorra para o velho cliché "tantas mulheres a quererem ser mães e não podem ou perdem os filhos e outras mulheres perfeitamente saudáveis não os querem ter". Ora então, mas qual é a lógica desta opinião/ideia? Voltamos novamente a outro velho e intragável cliché do "se és mulher, só és normal se fores mãe"?

   Eu percebo e respeito totalmente o sofrimento de uma mulher (e do homem) que quer ser mãe e não consegue, não pode ou que perde o filho durante a gravidez. Acredito que seja uma dor quase intolerável, que seja uma cruz dificílima de carregar e que a vida deixe mesmo de fazer sentido sem a maternidade. O que eu não consigo mesmo perceber é essa atitude quase de atacar quem pode e não quer, como se estivessem a cometer o maior dos pecados, ou fossem as culpadas de todo o mal materno que há no mundo ou, eu sei lá, como se fossem a solução para o mal daquelas mulheres que querem e não podem. Deverá toda a mulher engravidar para compensar o vazio daquelas que não o podem fazer? Deverá a mulher que não é mãe sentir-se inferiorizada, culpada, pelas reduzidas taxas de natalidade?

   Em pleno século XXI continuamos a ouvir coisas desse género. E neste século as mulheres que não querem ser mães continuam a ser olhadas como uma espécie de criminosas, de seres sem sentimentos, estupidamente egoistas ao ponto de não serem capazes de se dedicarem à geração e criação de uma vida.

   Eu, com todo o grau de suspeição que a minha posição pode ter (e tem, efectivamente!),continuo a tomar como um valor pessoal essa coisa da maternidade. E como em todos os valores, há quem os tenha e considere importantes e fundamentais e há quem não lhes encontre sentido e seja capaz de ser um ser humano excepcional totalmente dedicado a outros valores. Para mim, ser mãe é provavelmente das coisas mais bonitas do mundo, desde que o nosso mundo inclua esse instinto maternal que nos faz desejar um filho mais do que tudo o resto na vida. E não nos podemos esquecer que nisto de sermos (grandes) mulheres, nem só de maternidade vivemos e somos feitas.

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