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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

O dia dos namorados

   Não gosto. Insultem-me, acusem-me, batam-me. Mas não gosto. É só mais um dia de e para consumistas, no qual todos e todas passeiam de mãos dadas, oferecem flores, peças e de roupa, perfumes, jóias e afins e terminam num suposto jantar romântico. E aqui encontramos dois tipos de "namorados": os que se derretem em doçuras e gestos de amor, qual chocolate quente a escorregar pelos morangos fora de época mas partilhados a uma só taça, um só garfo e ora comes tu, ora como eu, e os que entram no restaurante, sentam-se e as únicas palavras que partilham são:"o que vais querer para jantar?".

   Mas porquê que tem de existir um dia para festejar o amor? Todos os dias são dias de amor e de ser amado. Todos os dias são dias para festejar, para passear de mãos dadas à beira mar, para oferecer uma flor ou uma prenda. Porquê que só uma vez por ano vemos corações por tudo quanto é lado, acompanhados de frases do tipo "14 de Fevereiro. Celebre o seu amor"? Quanto ao resto dos dias, continuem com a vossa vidinha, cada um para seu lado, as prendas voltarão no dia de anos e no Natal e o amor esse vai andando por aí, perdido entre uma chamada e outra, um passeio apressado e a correria do dia-a-dia.

   Não gosto do dia dos namorados. Não ofereço prendas no dia dos namorados. Não recebo prendas (ai dele que se atrevesse!). Se festejo? Festejo-o com o mesmo entusiasmo que festejo cada dia passado ao seu lado.

   Hoje foi um bonito dia. Não por ser dia dos namorados. Foi mais um dia nosso. Fartei-me de rir, de amar e ser amada. Repete-se diariamente. Porque haveria de querer um dia para celebrar o amor quando o posso celebrar todos os dias?

 

(Não sou assim tão má pessoa ao ponto de não ter ido jantar fora com coraçõezinhos pendurados por cima da minha cabeça. Mas não houve cadeiras puxadas para me sentar, nem comida partilhada pelo mesmo garfo. Muito menos morangos com chocalate quente. E quero acreditar que aquele acto de me abrir a porta do carro para eu sair foi só mesmo um gesto provocador. Porque romântico, romântico é eu chegar ao carro, descalçar os sapatos e tu dizeres "Podes pôr os pés aí em cima" (leia-se tablier). E ele é assim todos os dias.)

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