Crónica de uma endoscopia digestiva alta
Ontem tive de fazer um jejum de 6h para realizar, finalmente, uma endoscopia, que já deveria ter sido feita há 1 mês atrás e que adiei por duas vezes. Mas como à terceira, é mesmo de vez, lá fui eu, com uma calma aparente e apenas aparente, embora mais calma do que quando vou ao dentista. Da experiência tenho a dizer que não é nada agradável, embora não justifique de todo o recurso a uma anestesia geral, até porque mais depressa realizámos o exame do que a anestesia faz efeito. Aquilo é de facto uma coisa rápida e pouco longe dos 2 minutos que o médico prometeu, com direito a biópsia. O tubo que é introduzido pela nossa goela abaixo é bem mais largo do que eu julgava ser (e confesso que quando o vi tremi e pensei "isto não cabe cá dentro"). A entrada do tubo não me custou nada mas senti-lo escorregar cá por dentro não foi nada, nada agradável, especialmente quando ele chegou ao estômago e se andou por lá a passear. E o que eu deitava a mão à barriga para tentar agarrá-lo! E de maneiras que me fartei de tossir e chorar, mas quase não me babei! Não podia ser a vergonha total! A saída foi rápida e fácil e a experiência adquiriu o rótulo de «ligeiramente traumática», embora ainda não me tenha decidido quanto ao que me custou mais fazer: uma endoscopia ou uma ressonância magnética. Ambos não são dolorosos (na endoscopia sente-se desconforto, mas nunca dor), um deles é invasivo, o outro claustrofóbico...fico confusa e prefiro não repetir nenhum tão cedo.
Conclusão: é um exame pouco agradável mas totalmente realizável sem anestesias. Para mim, o principal senão são as dores de estõmago com que fiquei desde então.
Ah! E lá me encontraram uma gastrite erosiva (já alguém realizou este exame sem que se encontrasse uma gastrite?), provavelmente provocada por excesso de ibuprofeno, que devo deixar de tomar por risco de hemorragias e graves complicações. O problema é que actualmente a minha enxaqueca só reage a esse tipo de medicação...