Let life happens
Depois de ver o filme "Ruby Sparks" dei por mim a pensar, enquanto aguardava no trânsito numa manhã de 6ª feira de muita chuva, "e se nós pudessemos realmente escrever aquilo que quisessemos e no instante seguinte vê-lo concretizar-se?". Rapidamente encontrei a resposta:: "isso era muito, muito aborrecido, muito não-viver". Afinal, o melhor da vida não é mesmo o imprevisto, o não saber o que vai acontecer amanhã? O viver na expectativa do que se seguirá? Que piade teria, então, sermos nós a decidir o que irá acontercer na página seguinte? Era assim como estar a ler um livro e já saber como esse livro vai terminar...
Aplicando isto à temática do filme, as relações humanas e, especialmente as relações amorosas, perderiam toda a sua magia e interesse caso pudessemos definir e decidir como queriamos que fosse aquela pessoa, o que gostariamos que dissesse, pensasse ou sentisse. Nós, humanos, como a vida, temos o dom da imprevisibilidade e descobrir as pessoas ou situações é talvez das tarefas mais interessantes e enriquecedoras desta existência. Embora essa imprevisibilidade nos possa trazer também coisas negativas, elas também são importantes para nós e para o nosso crescimento, pois sem elas não seríamos capazes de crescer e aprender e errar e voltar a aprender para crescer e crescer e crescer.
Se eu pudesse escrever a minha vida, recusava-o. Ou então, o meu livro teria apenas uma frase e tudo o resto seriam páginas em branco. O meu livro diria tudo o que a vida é, em apenas três palavras:
Let life happens