Maio
Nenhuma casa sobrevive sem respirar e, enquanto finge, não respira. O Inverno e a modernidade são boas desculpas para impedir a respiração das casas. Em Maio deixa, porém, de haver pretexto para fingir. As casas fazem-se respirar abrindo janelas e postigos, baixando e subindo persianas ou entreabrindo portadas e cortinas, compondo e forçando correntes de ar, expondo e não ao sol.»
Pedro Guilherme - Moreira, "Livro sem Ninguém"