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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

As minhas contrariedades alimentares

 

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 Nos últimos tempos tenho sido bombardeada com "estás mais magra!". É um facto. A balança não engana - chegou a marcar menos de 47kg num dia de "não inchaço" e a massa gorda chegou aos 15%, o que, sendo baixo, é um valor que é justificado pelo facto de praticar exercício físico regularmente, mas sobretudo, a roupa não me deixa mentir. Se as minhas coxas continuam a gostar de marcar presença (com o tipo de treino que faço, dificilmente ficarei com pernas de alicate), do rabo para cima tudo está menos volumoso (ou seco, se preferirmos usar linguagem fit), pelo que tem sido um corre-corre de calças para a costureira apertar na cinta de forma a poder continuar a usá-las. Isto é tudo muito bonito e qual é a mulher que não gosta de ver os resultados dos seus treinos num corpo mais fit e mais magro? Acontece que por vezes sinto que estou demasiado fit, especialmente, como disse, na parte superior do corpo, e confesso que me incomoda querer usar (ou comprar!) determinadas peças de roupa e não puder porque até o tamanho mais pequeno me fica largo. Isso e ouvir constantemente o "estás magra, estás magra, estás magra". 

   Vai daí e depois de falar com uma colega que é nutricionista, percebi que tenho de fazer qualquer coisa para não continuar a ir por aí abaixo. Se reduzir a quantidade e intensidade dos treinos está fora de questão, a solução passa sobretudo por comer mais, sobretudo hidratos de carbono. Já várias vezes disse que como, e como muito!, o que acontece é que como muito de coisas com baixo valor calórico e faço algum controlo, por vezes, exagerado, nos hidratos de carbono que ingiro, ao ponto de acabar por fazer uma dieta restritiva, coisa de que não preciso, nem devo fazê-lo, pois junto com o treino que faço e um metabolismo bastante acelerado há demasiado a ser queimado sem ser reposto. 

   Tudo muito bonito de se falar. Quando nos habituamos a determinado tipo de alimentação e fazemos disso um estilo de vida e não uma dieta, fazer alterações não é fácil. Começar a comer mais pão, mais arroz, mais massa (e eu adooooro massa!), não está a ser fácil para mim, ao ponto de por vezes pensar que levo isto da alimentação saudável longe demais, ainda que inconscientemente. E a coisa piora quando se fala em "comer porcarias", que no meu caso passou de "excepção" para "raridade". Ainda ontem decidimos encomendar pizza para o jantar. A minha primeira reacção foi "eu não quero. Como sopa". Mas depois racionalizei e, meus amigos, as duas fatias de pizza souberam-me pela vida! Há quase 6 meses que não tocava numa fatia de pizza, acho que posso dizer que estava completamente "ougada", pois soube-me tão bem, tão bem, que dei por mim a pensar "porquê que não faço isto mais vezes". E podia fazê-lo, mas quando o faço não consigo deixar de ficar com aquele sentimentozinho de culpa por ter comido algo escandalosamente calórico que terá de ser compensado no próximos dias na alimentação e nos treinos. 

   Eu não faço qualquer sacrifício alimentar e tudo o que seja proibitivo ou impeditivo não é para mim. Como o que quero e o que gosto e tenho a sorte grande de não gostar de muitas coisas pouco saudáveis. Fiz uma série de mudanças alimentares graduais e sinto-me bem com elas. Não passo fome, se há pessoa que anda sempre com comida sou eu. Mas acho que tão importante como termos uma alimentação regrada e saudável, é sermos capazes de ter momentos de disparates alimentares, em que nos lambuzamos com uma porcaria qualquer de que gostamos mesmo muito e que nos sabe pela vida, sem qualquer peso na consciência. Como as duas fatias de pizza que comi ontem. E os gelados que como todos os fins-de-semana. E não me lembro de mais asneiras alimentares recentes...

   Eat well. Be healthy. Be happy. 

Quando o cuidar sai caro

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Durante as minhas compras já por diversas vezes pensei nisto: não é fácil termos uma alimentação saudável, simplesmente porque as escolhas alimentares ditas "mais saudáveis" são significativamente mais caras do que os  alimentos mais comuns. Hoje, por exemplo, aproveitei a hora de almoço para comprar as bebidas alternativas ao leite (soja, aveia, coco, arroz...) e espreitar o preço do leite sem lactose. Felizmente, graças Às marcas próprias das grandes superfícies, conseguimos alternativas um pouquito mais acessíveis, mas ainda assim, um litro de leite sem lactose roça quase os 1,50 euros e as restantes bebidas ultrapassam os 2 euros, o que, para mim, é estupidamente caro. É certo que no meu caso comprar estes produtos é uma opção, mas penso muitas vezes em quem tem de os comprar obrigatoriamente, por motivos de saúde. Os celíacos, por exemplo... já reparam no preço dos alimentos sem glúten? Ridículo! E, se, mais uma vez refiro, em alguns casos optar por estes alimentos é uma opção, noutros, infelizmente é uma obrigação, uma necessidade. Como é isto, os pobres não podem ser celíacos? Intolerantes à lactose ou a qualquer outra substância?

  Fazendo uma comparação rápida, encontramos facilmente refrigerantes de 1,5l a menos de 1 euro, 50 cêntimos até! Qual o preço de um pack de 3 pacotinhos de leite de soja? Pois é, bem mais de 2 euros. Nem vamos falar do meu adorado leite de coco, que chega a ser considerado um capricho! Quanto custa o leite achocolatado, as bolachas carregadas de açucar, os pãezinhos de leite com pepitas de chocolate, um pacote de batatas fritas? Relativamente acessível, certo? E agora, quanto custa um pacote de bolachas sem açucar, sem glúten, por exemplo? Quanto custa a massa integral, o arroz integral, os cereais sem açucar, as sementes da moda, as alternativas à carne ou até mesmo o peixe e a fruta, que muitas vezes têm também preços assustadores?

   Volto a dizer: são opções em muitos casos. Mas se calhar a verdadeira opção de quem opta por uma alimentação saudável é a opção de olhar por si, cuidar de si, e procurar fazer o minímo para prevenir eventuais doenças ou situações futuras pouco agradáveis. E se é de cuidar que estamos a falar, porque é que é tão caro cuidarmos de nós?

"...comem-se sentimentos sob a forma de alimentos"

   Ao ler a revista Saber Viver deparei-me com este título: Fome ou vontade de comer? e pensei de imediato 'been there, done that. 

   Quem nunca sentiu vontade de devorar algo doce ou de comer um pacote inteiro de bolachas apòs um momento de maior tensão, nervosismo ou stress? E quem já não sentiu vontade de o fazer precisamente após ter terminado uma refeição? 

   Ao que parece, é nos momentos em que nos sentimos emocionalmente mais frágeis que esta fome emocional ataca, uma "fome psicológica que surge repentinamente e que,na maioria das vezes, leva a um apetite seletivo, fazendo-nos comer alimentos específicos" e eu acrescentaria: e quase sempre pouco saudáveis. Estamos, desta forma, a tentar incluir dentro de nós qualquer coisa que nos falta, tentando preencher um vazio com alimentos. 

   Eu sinto, quase diariamente, isto. A maior parte das vezes exactamente a seguir ao almoço ou ao jantar, ou ao final do dia, quando chego a casa, mesmo que lanche. Ao fim de semana é raro acontecerem, até porque são dias em que ando mais relaxada. Rapidamente percebi que era uma fome psicológica e raramente cedo aos seus caprichos e sempre que a sinto isso significa que estou nervosa ou ansiosa. Tendo uma personalidade internalizadora, nem sempre é fácil para mim identificar um estado de ansiedade, muito menos deixar que os outros o percebam e é com estas pequenas coisas que os identifico. 

   Eu gostava mesmo muito de ser daquelas pessoas que quando está nerrvosa perde a vontade de comer, mas calhou-me precisamente o contrário. Não se tratando de um apetite voraz e incontrolável, causa algum mal estar. O truque é focalizar a nossa atenção noutras actividades compensadoras, distractoras e potenciadoras de prazer. Comigo isso resulta perfeitamente, desde que encontre a actividade perfeita. Praticar exercício físico é uma delas. Só temos que descobrir meia dúzia delas e fechar a boca!