ausência
"A ausência é aquele fervor de rins que se sente alguns dias ao entardecer. A ausência é aquela substância amorfa que se instala nas nossas entranhas como um incómodo parasita, aquele veneno amargo que tem a cor opaca do vazio e a espessura remota do medo. A ausência é o desejo de sermos diferentes do que somos, o mais doloroso dos desejos, compreendes?
(...)
A ausência é um fogo que nunca termina de se extinguir e, por isso, o pior de todos os medos: a ausência é o medo à felicidade."
in «Bois e Rosas dormiam»