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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Quando o amor se torna um hábito

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«Claro, ao fim de quase um quarto de século, as perguntas sobre os nossos passados distantes já foram feitas, e resta-nos o "que tal foi o teu dia?" e "quando é que chegas a casa?" e "meteste os contentores do lixo lá fora?". As nossas biografias agora envolvem o outro tão intrinsecamente que estamos os dois em quase todas as páginas. Sabemos as respostas porque estávamos lá, e assim, a curiosidade torna-se difícil de manter; substituida, suponho eu, pela nostalgia.»

David Nichols, "Nós"

 

A rotina é das coisas que mais me assusta. Seja no que for, com quem for ou como for. A possibilidade dos relacionamentos cairem, também eles, na rotina, com o passar dos anos e a habituação do casal um ao outro, é assustadora e, podemos dizer assim, mortífera. Não há relação que sobreviva à rotina, à monotonia, ao saber de antemão o que o outro vai fazer ou dizer, ao não saber o que fazer com a nossa outra metade, o não sentir borboletas na barriga quando estamos juntos, o saber tudo sobre o outro, sem surpresas, sem algo de novo para descobrir, sem emoção e com sentimentos que se tornaram hábitos.

As relações não podem esmorecer. O amor não pode tornar-se um hábito, não pode cair na rotina. Para termos um amor para a vida, ou um amor de uma vida, temos de passar a vida a alimentar esse amor, a "chegar-lhe o fogo", a vitaminá-lo, a inová-lo. Dá trabalho, dá! Mas é isso que o torna especial e que faz das relações algo que vale a pena ser vivido a do, pela vida fora.