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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Amor

Não importa como vai ser o dia, o que raios vou ter de suportar, o que vou ter de fazer para a vida à volta acontecer, há tantas coisas para nos magoar, tantas lágrimas que sabemos que não podemos vencer, mas não importa o que vem aí se no final de tudo a noite e tu, a nossa cama, estender o corpo e ouvir-te respirar é quanto basta, tantos infernos e o teu instante parada em mim, o melhor dos dias é aquele que te traz.

Pedro Chagas Freitas, "Prometo Falhar"

Em (há) dias assim...

«Em dias assim não me salvo nem sou boa companhia. Gosto de saber que os amigos estão longe, que os inimigos não me encontram, e que nem uns nem outros me virão reclamar as provas da amizade e do ódio que são a moeda do nosso comércio. E se alguma coisa desejo realmente nestas ocasiões, é encontrar as palavras mínimas, brevíssimas, as onomatopeias, se possível, que me expliquem o mundo desde o começo.»

José Saramago, "A Bagagem do Viajante"

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   Há dias assim. Eu tenho muitos dias assim. Ou melhor, muitos finais de dia assim. E em dias assim não aptece nada nem ninguém, porque nada nem ninguém nos basta para eliminar aquele estranho vazio, ou peso, nem sei, que nos possui e nos deixa exaustos de tudo, até de nós. Tudo é suficiente para nos perturbar e produzir a mais simples das palavras parece uma batalha sobrehumana que não estamos capazes de travar nesse momento. Deixamos de falar, para nos expressarmos sobre a forma de grunhos e deixamos até de pensar, vivendo momentaneamente em modo piloto automático e, de preferência, em silêncio e sós. Porque são o silêncio e a solidão que, nesses dias, nos curam.

   Há dias assim...

(N)A cabeça

« (...) a cabeça é muito frágil e, embora não dê para abrir e ver, ela tem coisas dentro, que são coisas que se dizem ou que se veem, e nós devemos ter cuidado com o que nunca mais possamos tirar lá.»
Valter Hugo Mãe, "O nosso reino"

 

As horas

«Que horas são, É uma pergunta que sempre se faz e sempre tem resposta, saber as horas, distraem-se as pessoas a pensar no tempo que ainda falta ou já passou, e ditas as horas que são ninguém mais pensa nisso, foi uma necessidade de interromper qualquer coisa ou pôr em movimento o que estava parado (...)

JSaramago