Pensar é esquecer
Michael Anderson, especialista em investigação sobre a memória da Universidade de Oregon, tentou calcular o custo da "evaporação" de memórias. Segundo os resultados de uma década de "diários de esquecimentos" elaborados pelos seus alunos de licenciatura (a quantidade de tempo perdida à procura das chaves do carro, por exemplo), o perito calculou que os seres humanos desperdiçam mais de um mês em cada ano para compensar coisas de que se esqueceram.
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Encontramos na evolução boas explicações para a razão pela qual a nossa memória nos falha da maneira específica que o faz. Se tudo aquilo que vemos, cheiramos, ouvimos ou pensamos fosse imediatamente armazenado nessa enorme base de dados que é a nossa memória de longa duração, ficaríamos submersos em informação irrelevante.
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...talvez seja o esquecimento, e não a memorização, que constitui a essência daquilo que nos torna humanos. "Pensar é esquecer", escreveu [Jorge Luís Borges].
(Extractos da repostagem «A memória - Porque lembramos, porque esquecemos», publicada na revista National Geographic, Outubro 2008)