A Estrada
A caminho de lado algum sigo embalada pelos meus pensamentos, sentimentos, dúvidas, medos, anseios, recordações...A estrada segue recta e precisa ao contrário das minhas transmissões de impulsos nervosos que conduzem mil e um pequenos nadas que são tudo...ou quase tudo...
Assumidamente, gosto de conduzir. Não sei qual o efeito que as mãos no volante e as rodas a deslizarem certeiras pela estrada provoca nos outros, mas em mim faz-me ..."flutuar" (com as devidas precauções e atenções que a condução exige).
Com a sucessão de quilómetros sucedem-se os meus quilómetros de pensamentos.
Abrandar. Acelerar. Cruzamentos. Rotundas. Vias rápidas. Trânsito. Localidades. Indicações. Sinais. Obras. Acidentes. Mudanças. Travão. Reabastecer o depósito...a condução implica tudo isto e muto mais. E a vida? Não implicará também tudo isto? Não seremos nós também veículos a circular por uma estrada muitas vezes incerta, outras vezes previsível e conhecida?
Entramos no carro, arrancamos e seguimos viagem. Nascemos, chorámos e seguimos viagem. Vamos acelerar, abrandar, travar, reabastecer o depósito, ou como vulgarmente chamamos "recarregar as baterias". Vamos encontrar cruzamentos, rotundas, vias rápidas, filas que nos atrasam, sinais, obras, acidentes...
É a vida.
Tenho de ir. Há muito estrada para percorrer ainda...
I´m on my way.