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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Dos radicalismos fora de moda no século XXI

   Por motivos profissionais, iniciei este mês uma formação na área da igualdade de género. Fui para lá extremamente motivada, já que me pareceu um tema interessante e totalmente desconhecido para mim do ponto de vista formativo. Ao fim de 3 sessões de formação já estou completamente desmotivada e desiludida, não tanto pelo tema, mas pela forma como este está a ser abordado. O que nós temos ali é uma clara acção dos movimentos feministas cujas ideias e princípios estão completamente desactualizadas e desadequadas. Reunido o grupo ideal, 100% feminino, temos ali um claro ataque ao sexo/género masculino que já está mais do que fora de moda. Pior que isso é que começamos a cair em radicalismos estúpidos e na nítida mania da perseguição, considerando que o mundo é completamente anti-mulher e que, no século XXI, continuamos a ser desprezadas e humilhadas em todas as esferas da sociedade. Caímos no ridiculo de realizar actividades como a de procurar em revistas e jornais actuais sinais evidentes do desprezo/diminuição/humilhação da mulher na sociedade (por exemplo na publicidade, nas próprias notícias publicadas ou, imagine-se!, nos cátalogos dos brinquedos) e a oerder mais de meia hora a discutir se o uso do masculino generalizador, como por exemplo em "Exmos. Srs" quando também se dirigem a senhoras ou "os nossos filhos" quando também existem filhas, é ou não redutor da importância da mulher.

   Eu, que em tudo na vida não sou de radicalismos e extremos, não me identifico com estas correntes e modos de pensar e ver a vida e as pessoas. Acho que, como numa grande maioria das situações, tudo é relativo e dependente das pessoas (há homens e Homens, assim como há mulheres e Mulheres, assim como há pessoas e Pessoas) que qeum adopta discursos tão acusatórios em relação aos homens e se consegue sentir menosprezada com ninharias só pode ter uma veia de frustração muito apurada e muita pouca realização pessoal, para além de estar provavelmente a conviver com gente pouco gente, ou a quem simplesmente não dá oportunidade. Sim, porque este sim é um grande problema das mulheres: vivemos tantos anos na sombra (inegável) e recalcadas por eles (verdade!) que agora que nos emancipamos (excelente!) e nos sentimos capazes de conquistar o mundo queremos ser as donas e senhoras do nosso mundo e fazer tudo, sem dar oportunidade ao outro (homem). Queremos tanto mostrar que somos capazes, que somos fantásticas e multifacetadas (e somos) que agarramo-nos ao lema do "tu vais fazer mal, ou lento, ou de uma forma que não me agrada e por isso deixa estar que eu faço e assim tenho a certeza que fica bem feito" e esquecemo-nos que tudo na vida é uma aprendizagem e que são necessários momentos que potenciem essas aprendizagens e é isso que muitos homens precisam: estimulação, uma boa dose de motivação e momentos de aprendizagem, com erros e asneiras incluídas.

   Pessoalmente, nunca me senti inferiorizada por ser mulher. Compreendo as batalhas do passado, reconheço-lhes a importância e foi graças a elas que hoje pude escrever estas palavras, por exemplo. O que eu não compreendo é que apesar de tantas vitórias, a mulher continue a sentir-se inferior e com necessidade de menosprezar e criticar o (bicho) homem até à exaustão, quase numa de "vou fazer aos outros o que eles me fizeram a mim". Os tempos mudaram, as pessoas mudaram, os homens mudaram, as mulheres mudaram. Mas continuam a ser seres individuais e com características próprias e estas generalizações e movimentos ao jeito de "vamos agora todas queimar soutiens" estão completamente demodé e só servem, isto sim, para diminuir a nossa condição e o nosso valor.

  

   Acrescentando só mais uma pouquinho de ironia há coisa, deu-me um certo gozo ver que, depois de um belo momento de descascadela nos homens e de discursos do tipo "nós não precisamos deles para nada e fazemos tudo muito melhor sem eles", a formadora, líder deste movimento de quase rebelião, perante uma dificuldade técnica com o pc e o datashow, tenha pegado de imediato no telemóvel para ligar a quem? Pois é, foi mesmo ao companheiro. Sem comentários. Deixo um grande sorriso irónico.

os homens e a bola

   Não gosto de futebol. Não gosto, não tenho paciência para ver um fundo verde com uma bolinha a rolar e pernas a correr (ou não) atrás dela. Nem sequer acho os jogadores de futebol giros, engraçados ou agradáveis para a vista. Dito isto, não vejo futebol. Não vejo, mas acho uma certa piada observar quem vê. Principalmente o sexo masculino. E durante todos estes anos de mera observação, é inevitável dizer que, neste assunto, os homens são todos iguais. Cada um defende a cor da sua camisola e durante 90 minutos todos experimentam uma espécie de ensaio sobre a cegueira, cegueira essa que lhes permite ver apenas a cor da sua camisola. Tudo o resto é "um roubo", é/não é "falta/penalti"...tudo a favor da melhr equipa do mundo: a sua.

   No meio destas e outras coisas do universo futebolístico masculino, há uma que eu não consigo mesmo perceber. Alguém me explica porque que os nossos homens passam um jogo de futebol a dizer: "Anda lá. Passa para o XPTO. Agora para o outro. Chuta. Devagar. De cabeça. Anda lá. Passa. Joga para a frente...", e por aí fora. Será que eles julgam ter algum tipo de poder secreto de treinar uma equipa por telepatia? Será que julgam que são ouvidos lá no estádio? Questiono-me...é que parece ser genético! 

  No que toca a bola, são decididamente, todos iguais.  

If i were a boy

  

   Regresso a casa com os pés gelados e o desejo de um aquecedor e o meu pijaminha. No rádio toca "If I were a boy" da Beyonce, escuto a letra desta música, que até é agradável e dou por mim a pensar...eu nunca poderia escrever uma música destas, porque se eu fosse um rapaz/homem seria exactamente como Ele, a pessoa com quem partilho tudo o que sou há mais de 3 anos e que contraria todas as teorias acerca de todos aqueles defeitos que parecem inerentes ao género masculino.

   Confirma-se: ainda existem boas pessoas neste mundo. Não perfeitas. Mas únicas e especiais.

 

(E com isto esgotaste o pacote dos elogios para este mês:p)

O príncipe encantado

   "É claro que não aparece sob um golpe de magia; nenhuma varinha de condão o consegue materializar; ele vai-se fabricando aos nossos olhos, construindo dia após dia a imagem da pessoa que sonhámos ver ao nosso lado.

   A pessoa certa não é a mais brilhante e eloquente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão mais avassaladora ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que vem viver connosco ao fim de três semana e planeia viagens idílicas a ilhas secretas perdidas no Pacífico.

   A pessoa certa é aquela para quem nós também somos a pessoa certa. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem.

   O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem.

(...)

   O príncipe encantado é o homem que nos tapa os ombros com o lençol a meio da noite quando temos frio e se levanta às três da manhã para nos fazer um chã de limão quando ficamos doentes.É aquela pessoa que tem sempre tempo para os nossos problemas. Não é o que diz «amo-te» 20 vezes ao dia, mas o que sente que nos quer amar ao longo dos próximos 20 anos. É alguém que olha todos os dias para nós, mas que também olha por nós todos os dias. (...) É um príncipe que governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo importantes.

(...)

   É só preciso deixá-lo ficar um dia atrás do outro...e se for mesmo ele, fica. De pedra e cal, para a vida, dê por onde der, aconteça o que acontecer."

[in "Onde reside o Amor", de Margarida Rebelo Pinto]