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1 de Setembro. Dizem que estamos na reentré. Dizem todos os anos. Não sei bem porquê, afinal a única coisa que parece realmente (re)começar é mesmo a ano lectivo e esse, para muitos de nós, já não nos diz nada (a mim dirá algo, já que o meu calendário laboral se rege pelo calendário lectivo). Tirando isto, não vejo que mais possa recomeçar. Se calhar, o que queremos é acreditar, durante os meses quentes de Verão, que alguma coisa vai mudar em Setembro, alguma coisa que não só a estação e a roupa que usámos. E se calhar até vamos acreditando, umas vezes mais do que outras, mas vamos acreditando. E depois chega Setembro, apelam à reentré, e afinal, nada mudou. No mundo, no país, nas pessoas e, principalmente, em nós.
Estou, verdadeiramente, a precisar de uma reentré, que não chegou com o 1 de Setembro e que já tarda em chegar. Por isso, já chega de reentrés ilusórias e de iupis iupis agora é que vai ser. Agora, como antes, está tudo na mesma. Até um dia, que não tem de ser de Setembro.
"Sempre acreditei que as profundas transformações, tanto no ser humano como na sociedade, ocorrem em períodos de tempo muito reduzidos. Quando menos esperamos, a vida coloca diante de nós um desafio para testar a nossa coragem e a nossa vontade de mudança; nesse momento, não adinata fingirmos que nada acontece, ou desculparmo-nos dizendo que ainda não estamos prontos.
O desafio não espera. A vida não olha para trás. Uma semana é tempo maus que suficiente para sabermos decidir se aceitamos ou não o nosso destino."
Paulo Coelho, "O demónio e a Senhorita Prym"