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1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

1001 pequenos nadas...

...que são tudo, ou apenas esboços da essência de uma vida entre as gentes e as coisas, captados pelo olhar e pela mente livre, curiosa e contemplativa. Por tudo isto e tudo o resto: É PROIBIDA A ENTRADA A QUEM NÃO ANDAR ESPANTADO DE EXISTIR

Ir é o melhor remédio: Serra da Arrábida, a paisagem que não precisa de filtros

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Este era daqueles destinos que já estava na minha lista de "must go places" há algum tempo. Por todo lado se veem fotografias deliciosas das praias da Arrábida e a vontade de ir comprovar in loco que não havia mesmo filtros naquelas imagens maravilhosas. E resumindo já: comprovado e confirmado! A Arrábida é bela demais para precisar de qualquer filtro!

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    Para tudo ser mais prático optamos por ficar num hotel no centro de Setúbal - escolhemos o Melia Setúbal, que muitíssimo bem nos recebeu e acolheu - e fazer todos os transportes para as praias de autocarro, até porque parte da serra e das praias estão este ano (e muito bem!) interditas ao trânsito. Desde o centro da cidade existem autocarros regulares para a Praia da Figueirinha, a primeira praia da serra. Aí apanhamos o vai-e-vem para as principais e mais procuradas e bonitas praias da Arrábida: Galapos, Galapinhos e Portinho da Árrabida. 

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   Apesar de serem praias pequenas e muito concorridas, são praias com um ambiente muito agradável e onde se está muito bem. é impossível não ficarmos totalmente rendidos àquela paisagem: o verde da serra e as 500 mil tonalidades de azul do mar, que é, de longe, dos mais belos que já vi e que acredito que faça frente a muitas das fotografias dos mares das Caraíbas e afins que se veem por aí. 

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     Perfeito, perfeito só mesmo se tivesse uma temperatura de água ligeiramente mais agradável, mas apesar de ser bem fresquinho, é um mar tão tão bonito que é impossível não querermos estar o dia inteiro lá dentro (eu, que sou a pessoa mais friorenta para mares que podem conhecer, passei o dia entre toalha e mar!). 

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    Depois desta primeira visita, a Arrábida tornou-se um destino absolutamente obrigatório em Portugal. Dos locais mais bonitos em que já estive e daqueles a que vamos querer voltar vezes e vezes sem conta (pelo menos uma vez por ano vai ter de ser! É bonito demais para me deixar assustar pelos 350km de viagem!). Se outros motivos faltassem, aquelas águas cristalinas eram suficientes para convencer os mais resistentes! Foram só 3 dias, carregados de beleza e sol, mas ficou mesmo a vontade de que fossem muitos mais!

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Aproveitamos também estes 3 dias para ir conhecer a renovada Tróia, que também é um lugar bem simpático, uma espécie de Principado do Mónaco português, assim como explorar um bocadinho a cidade de Setúbal, que apesar de ter ficado ainda muito por conhecer, me pareceu um lugar bem simpático. E onde se come muito bem, diga-se de passagem! 

 

 

 

Ir é o melhor remédio: Feiras Novas, Ponte de Lima

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Não sou pessoa de festas populares ou romarias ou outros festejos do género. Esse espírito "popular" e do povo não encaixa com a minha personalidade, muito pouco dada a confusões e aglomerados de gente, regados com músicas e ambientes que não têm nada com que eu me identifique. As Feiras Novas em Ponte de Lima, uma das maiores e mais conhecidas romarias do Norte do país, são uma excepção.

Há alguns anos fomos lá parar por curiosidade, mais para conhecer a terra do que propriamente a festa, mas a verdade é que gostamos daquilo e prometemos voltar. Como por norma estou de férias e fora nesta altura, só este ano conseguimos cumprir a promessa.

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 Já diz a música que "quem não conhece o Minho não conhece Portugal" e, de fato, em poucos lugares Portugal é tão tradicionalmente português como no Minho e, principalmente, numa romaria do Minho. Por ali respira-se "ser português" em cada canto. Milhares de pessoas nas ruas a falarem alto e dizerem palavrões (inevitavelmente português e do norte isto!), música tradicional portuguesa (e não a tradicional música pimba!), concertinas, muitas concertinas, ranchos, enchidos, queijos, presuntos, pão, vinho, muito vinho, barraquinhas a vender de tudo, tascas a rebentar pelas costuras, pessoas a comerem na rua à porta, carrosséis, cheiro a farturas e pipocas e em cada canto um grupo de pessoas totalmente desconhecidas até aquele momento a cantarem e tocarem "à desgarrada". É este espírito tão português, que difere tanto daquilo que eu sou mas que gosto muito de conhecer e sentir, que me faz voltar a Ponte de Lima nesta altura do ano.

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 E porque nestas alturas não lugar para esquisitices e dietas, para entrarmos completamente no espírito, há que jantar numa das tascas mais conhecida de Ponte de Lima, onde não se serve nada que não seja frito e onde matei saudades de uma patanisca de bacalhau, que não comia há anos e que estava uma maravilha!

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Festas à parte, existem tantos outros motivos para visitar Ponte de Lima e o principal é ser mais uma bonita terra do norte de Portugal. Por isso, com festa ou sem festa, vale a pena passearem-se por Ponte de Lima e deixarem-se cativar pelo rio Lima e as suas belas margens.

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Ir é o melhor remédio: Palácio da Brejoeira

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O Palácio de Brejoeira localiza-se bem perto do centro de Monção e data de início de século XIX, tendo passado por diversos proprietários, dos quais a última o habitou até 2015 (dá para imaginar alguém a viver nesta maravilha até há pouco mais de 2 anos???!!!).

Não sendo eu uma apaixonada pelas monarquias e por esse período da história, adoro palácios (costela Princesinha) e assim que percebi que este me andava a escapar e ficava a cerca de 1h30 do Porto, aproveitei o feriado de 15 de Agosto para me fazer à estrada e descobri-lo.

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A melhor forma de o conhecermos é com uma visita guiada. Existem 2 opções: a visita completa de 1h (interior do Palácio, bosques e adega), por 7,50 ou a visita mais curta de 30 min (só interior) por 5 euros. Ora se uma pessoa lá vai é para conhecermos tudo, por isso nem hesitamos! Relativamente à visita propriamente dita tenho a apontar o facto de ser muito rápida. O palácio tem interiores lindíssimos e uns bosques magníficos em volta e não temos oportunidade de os aproveitarmos e conhecermos devidamente. É sempre a andar! Até percebo que a afluência de turistas e as muitas visitas justifiquem este ritmo acelerado, mas deveria ser dada a hipótese de quem paga um bilhete poder ter "tempo livre" no exterior (não é permitido visitar ou permanecer nos jardins e bosque para além da visita).

Tirando isto, vale realmente a pena!

Infelizmente não é permitido tirar fotos do interior (também não consigo perceber bem porquê) mas facilmente encontramos imagens do seu interior na internet, do qual destaco a biblioteca (como não?) e o jardim interior. Alguns elementos decorativos e mobiliário são também muito bonitos.

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sds.jpgDepois o exterior: uma carrada de hectares de bosque e vinhas (vinho Alvarinho, como não podia deixar de ser nesta zona). Espaços absolutamente deliciosos nos quais apetece sentar e ficar e fotografar muito!

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   Se estão pelo norte do país este é um óptimo local para visitarem!

 

 

 

 

É Portugal!!!

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Cara Europa,

É a primeira vez que peço o livro de reclamações. Uma vez na Worten comprei um desumidificador que não desumidificava mas tive vergonha. Desta vez é mais grave: desconfio ter em mãos um país europeu com defeito.

Foi-me prometido Portugal, um país mediterrâneo com clima simpático mas que, desde que Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, apenas conseguiu estar na bocas do mundo quando um ousado jovem de skate foi trend no 9GAG por gritar Sai da frente Guedes.

Deve ter havido um engano. O resto da Europa está a funcionar normalmente, na mediana: franceses andam entretidos com Le Pen, ingleses andam entretidos com Brexit e espanhóis continuam pouco entretidos por não entrar nas anedotas do português, do inglês e do francês.

Por cá, estamos imparáveis. Somos campeões da Europa de futebol. Temos o melhor jogador do mundo em futebol, futebol de salão, futebol de praia e desconfio que se houvesse futebol de pomar, com duas nespereiras a fazer de baliza, o melhor do mundo também era nosso.

Algo está mal. Desconfio que nos foi dado um país em segunda-mão, porque os exemplos de virtude já não são só com o desporto que se joga com o pé.

Vencemos a Eurovisão. Organizámos o maior evento de empreendedorismo da Europa. O NOS Alive foi eleito um dos melhores festivais da Europa. A Forbes deu um shout-out ao Vhils. Temos faculdades portuguesas a liderar o ranking do Financial Times. Até o pastel de nata, que era só nosso, decidimos exportar para o resto da Europa só para poder dizer que mesmo assim o nosso é que é o melhor da Europa.

Desconfio que temos o país fora-de-prazo. O nosso estado de graça caducava 3 dias depois do pontapé do Eder mas 10 meses depois ainda não tem bolor.

Todos os dias sai mais um artigo no The Guardian a dizer que Lisboa é a cidade mais cool da Europa, que o Porto é o epicentro da cultura, que o Algarve tem os melhores pores-do-sol, por-dos-sóis, pores-dos-sóis e eu continuo sem saber colocar o plural em palavras com hífen.

Não sei como funciona a vossa política de devoluções, mas via com agrado uma troca por Bulgária ou Croácia.

Eu só pedi Portugal, e deram-me por engano o melhor país da Europa. [Texto de Guilherme Geirinhas, publicado no site Informa+]

O bem que Salvador Sobral fez ao país

Não vou escrever sobre o Salvador Sobral ou a sua música, afinal gostos não se discutem, música cada um ouve a que gosta e acima de tudo, já chega de posts e mais posts sobre o rapaz e aquilo que ele canta.

Portugal ganhou pela primeira vez o Festival Eurovisão da Canção. Isto é que interessa. Não interessa se foi o Salvador, a Luísa, o Zeca Afonso ou o Quim Barreiros. Foi Portugal quem venceu o Festival Eurovisão da Canção. É a importância deste reconhecimento internacional que importa para um país como o nosso, que apesar de já ter descoberto mundos, vive há demasiados anos na sombra e na pequenez do "só de nós ninguém quer saber".

Portugal tem mostrado ao mundo que existe e que sabe o que faz. Não nos faltam exemplos: temos um nobel da literatura, temos o melhor jogador de futebol (e de futebol de salão) do mundo, fomos campeões da Europa, temos a cidade eleita o melhor destino europeu, temos das melhores praias do mundo, temos cérebros fantásticos a produzir conhecimento, temos Emmys... independentemente dos gostos pessoais ou do fato de considerarmos justo ou não cada título que temos conquistado, o que estes prémios e reconhecimentos nos têm de ensinar é que nós, portugueses, sabemos fazer e sabemos fazer muito bem. O Presidente da República felicitou Salvador Sobral dizendo que "quando somos muito bons, somos os melhores", e eu acrescento que quando somos muito bons e acreditamos no que valemos, fazemos diferente, e somos os melhores. E é só isto que interessa: nós, que não estamos (ou não estavamos!) habituados a ganhar, sabemos ser os melhores.

Salvador Sobral cantou que talvez pudesse amar pelos dois. Eu cá acho que cada conquista de um Português é um forma de amor, não pelos dois, mas por todos nós, portugueses, os melhores em tanto.  

Ir é o melhor remédio: Aveiro

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 Há cerca de 2 semanas, aproveitando a "ponte" do feriado de 25 de Abril, deixamos os homens a trabalhar e fui com a minha mãe passear até Aveiro. Para mim foi um regresso, mas já dizia o ditado que devemos sempre voltar aos locais onde fomos felizes e as terras que visitamos e gostamos são sempre locais onde fomos e seremos sempre felizes.

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Aveiro é uma cidade relativamente pequena e fácil de conhecer num dia apenas. Há quem a chame de "Veneza portuguesa" pela existência dos canais da ria, pelas pontes e pelas barcaças que navegam pela ria. Por isso, andar nos barquinhos é ponto obrigatório numa passagem por Aveiro e é uma excelente forma de termos uma visão da cidade do meio da ria, num passeio de cerca de 45/50 min, quase sempre acompanhado por guias super simpáticos e divertidos.

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Para lá da ria temos as ruazinhas de Aveiro e quem gosta de palminhar cidades e locais sabe que muito do encanto de um lugares está nas suas ruas, nos seus cantinhos, nos seus cafés, nas lojinhas, nas esplanadas, nas igrejas e nas suas gentes. Descobrir ruas é talvez das partes que mais gosto em qualquer passeio. Muito mais que visitar os pontos turísticos, o melhor de cada lugar está naquilo que os guias não mostram e que podemos descobrir pelos nossos próprios pés e olhos!

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Mas porque Aveiro também é praia, não venham embora sem uma paragem nas famosas e adoráveis casinhas às riscas da praia da Costa Nova, uma das zonas balneares mais frequentadas, a par da praia da Barra, mesmo ao ladinho.

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Bons passeios! E já sabem, ir é o melhor remédio!!!!

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Portugal de paradoxos

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Em 2015, Portugal não é um país para velhos: pelo menos seis em cada dez pensionistas por velhice recebem valores inferiores ao salário mínimo nacional. A população continua a envelhecer e o número de idosos isolados aumenta. Também não é país para jovens; cerca de um terço dos portugueses entre os 18 e os 24 anos não está a estudar nem possui o secundário completo (mais do dobro da média europeia) e a taxa de desemprego jovem é uma das mais altas da OCDE. 

Há capitais de distrito sem cinemas, cidades sem maternidades, vilas sem centros de saúde. Há autoestradas desertas, vias «sem custo para os utilizadores» cobradas com sistemas inexplicáveis, estradas com várias designações e falta de amnutenção. No Porto, a TAP tem cada vez menos ligações de longo curso: se não fosse pelas companhias de baixo custo, o Norte estaria praticamente desabastecido.

A deslocalização para o litoral é imparável e a falta de oportunidades de trabalho empurra os mais novos para outras paragens: na última legislatura, saíram do país cerca de 300 mil portugueses, uma vaga de emigração que ameaça reinstalar a sensação de atraso em relação à Europa das gerações anteriores.

Não é país para portugueses, mas é um destino cada vez mais apetecido. Portugal está na moda e bate, todos os anos, recordes de turistas, de receitas e até de crescimento no setor. Em paralelo, as oportunidades no mercado imobiliário e as vantagens fiscais atraem um número crescente de investidores e novos residentes - estrangeiros ou emigrantes que decidem regressar, simples reformados ou interessados nos vistos gold.

Ir é o melhor remédio: Buçaco

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 Conhecer a serra e o Palácio do Buçaco estavam nos meus planos de passeio há algum tempo. A pouco mais de 100km do Porto, já não havia desculpa para este lugar e ponto turístico do nosso país me continuar a falhar. Aproveitei o feriado de 5 de Outubro para finalmente me deliciar com este lugar. 

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Passamos apenas umas horas da tarde por aqui, mas deu para me apaixonar! Há todo um ambiente de romantismo histórico neste lugar, não só pelo belíssimo Palácio, atualmente convertido em hotel de luxo, mas também pelos fantásticos e super-verdes jardins que o envolvem e fazem parte da serra do Buçaco. 

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Fiquei com uma vontade enorme de voltar com tempo para palmilhar e descobrir os cantinhos destes bosques (e quem sabe relaxar neste hotel de princesa), já que uma das ofertas do local é precisamente a possibilidade de fazer belas caminhadas pelos trilhos da serra. 

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Por isso já sabem, se gostam de natureza com uma mistura de história e um toque de conto-de-fadas, este é o lugar perfeito! Para uma visita mais curta ou para umas belas caminhadas pelo imenso verde que o rodeiam!

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Passadiços do Paiva

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 Adoro natureza e adoro conhecer o nosso país, por isso assim que ouvi falar dos Passadiços do Paiva e procurei informação sobre isto decidi que rapidamente tinha de os conhecer e palminhar. Basicamente, temos um percurso de 8km - percurso apenas numa direcção - junto às margens do rio Paiva, a maioria dele em passadiços de madeira, mas também em caminhos de terra batida. É um percurso com altos e baixos, com picos de subidas (e consequentemente de descidas), nomeadamente em escadas que nunca mais acabam - diz que são mais de 600 - e uma parte com uma simpática subida em terra batida que também dá que suar. Não se trata, portanto, de um mero passeio na natureza. Se querem fazer o percurso completo de ida e volta, preparem-se para suar e sentir bem as vossas perninhas; são mais de 16km e não contem com grandes planícies.

Se vale a pena? Vale. Pela experiência e pelas paisagens.
Custa muito? Para quem não tem preparação física acredito que custe muito. Como disse, subir todas aquelas escadas e caminhos de terra não é fácil.
Não se justifica fazer só metade do percurso ou apenas num sentido. Se é para fazer, é ir e vir até ao fim - pesar de nos últimos 2/3 km já estarmos ansiosos para que acabe, porque as pernas começam a ressentir-se e nunca mais avistamos o carro!
Conselhos simples: muita água para hidratarem. Roupa e calçado confortáveis para caminhar muito. Comidinha para repôr as energias, de preferência fruta e umas bolachinhas saudáveis para dar açucar ao corpo (pelo menos eu senti essa necessidade). Máquina fotográfica. E não arrisquem fazê-lo num dia de céu azul e temperaturas elevadas pois tem zonas de grande exposição ao sol e ao calor; ontem o dia estava cinzento e a temperatura não chegava aos 25 graus e deu bem para sentir o calor que por ali faz. Para quem se quiser refrescar existem duas praias pelo caminho, uma delas aos 4 km e outra no Areinho, ponto de partida ou chegada. 

Existem duas hipóteses ou direcções para o percurso: Espiunca - Areinho ou o contrário. Nós optámos pelo primeiro, por dizerem que seria a melhor opção para quem quer fazer ida e volta. Neste percurso a subida da escadaria mais dolorosa (os tais 600 degraus) é feita ao km 6, o que torna coisa mais fácil, pois se fizerem o percurso ao contrário a subida vai acontecer aos 14km, o que faz toda a diferença. Ainda assim, no retorno do Areinho para Espiunca, logo no primeiro km (9km para quem estava a regressar) há também muita escada para subir e uma parte de caminho térreo que é muito, muito má. 
Mas vale a pena. Acreditem que vale. São cerca de 3h a caminhar, a apreciar e a queimar calorias. Se puderem, experimentem!

Coisas que me fazem uma certa confusão...

... que o nosso sistema nacional de saúde não tenha dinheiro para desfibrilhadores nos hospitais e morra gente à custa disso;

...não tenha dinheiro para contratar mais profissionais de saúde e morra gente por causa disso;

...não tenha dinheiro para adquirir determinados instrumentos cirurgicos, ficando por isso algumas cirurgias por reallizar, e morra gente por causa disso;

... não tenha dinheiro para comprar um medicamento fundamental para o tratamento de certas doenças e morra gente por causa disso;

... não tenha dinheiro para melhor o nosso serviço de urgência dos hospitais e das ruas e morra gente por causa disso;

... não tenha dinheiro para tratamentos/terapias específicas (psicologia, terapia da fala, terapia ocupacional, entre outras) e haja gente a sofrer por causa disso;

MAS...

... que este mesmo sistema nacional de saúde, que não tem dinheiro para salvar vidas, tenha dinheiro para comparticipar cirurgias puramente egocêntrico-caprichosas-vaidosas para, por exemplo, colocação de banda gástrica a quem precisa é de aprender a fechar a boquinha e suar umas camisolas ou redução de gordurinhas localizadas (e são mesmo gordurinhas muito localizadinhas) que precisam é de trabalhinho e não de facas. 

   Esperemos que estas pessoas nunca precisem do dinheiro que o sistema nacional de saúde gastou a torná-las mais felizes sem se esforçarem para algum dos exemplos citados antes do MAS.